Capítulo 37

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— Aqui é a loja dos Gêmeos. — Eu disse quando descemos as escadas. — Não é o máximo?

— Sim, é. — Mattheo disse um pouco desanimado. — Agora vai me contar sobre o que você sonhou?

Eu o encarei por um tempo e depois suspirei me apoiando em um balcão.

— Vai mudar alguma coisa na sua vida se souber sobre o que eu sonhei? — Eu perguntei. — Não foi nada demais-

— Freya... — Ele se aproximou de mim.

— Não foi nada demais. — Eu recusei o seu toque. — Nada demais.

— Está tendo... sonhos com o Tom? — Ele insistiu e tocou o meu rosto. — Eu sei que está.

— Não é nada que devemos nos preocupar- — Eu tentei sair de lá, mas ele não deixou. — Por favor, Mattheo. Eu falo sério.

— Eu sei como é isso. Eu também estava mas- — Ele suspirou e me soltou. — Eu estava preso. Preso no sonho. Eu não conseguia sair de lá. Eu só corria, corria e corria.

— Era isso que você fazia quando não falava? Isso era o motivo? — Eu perguntei.

— Eu não conseguia me comunicar com ninguém. — Ele começou a chorar. — Eu não conseguia parar de correr daquela casa. toda vez que eu saia, eu estava novamente lá. Eu só sabia correr e nada mais. Eu não conseguia sair de lá.

— Tudo bem. Tudo bem, Mattheo. — Eu enxuguei o rosto dele. — Não precisamos falar sobre isso.

— É claro que precisamos. — Ele segurou a minha mão. — Você está passando pela mesma coisa, mas acordada. Está passando pela mesma coisa que eu passei. Você me ajudou a sair disso. E eu vou ajudar você também.

— São apenas sonhos. Sonhos que só acontecem quando eu estou dormindo. Eu acordo e tudo acaba. Não preciso ficar preocupada e nem você. — Eu suspirei. — Acho que o jantar está pronto.

— Eu vou embora. — Ele disse. — Não vou ficar aqui.

— Mas- Por que não? — Eu o olhei. — Não pode ir embora. Temos um lugar para ficar, que é aqui.

— O George não me quer aqui.

— Claro que quer. — Eu falei.

— Não, Freya! Ele não quer! — Ele se irritou. — Apenas deixou eu ficar por você. Talvez você fosse ficar com raiva dele se recusasse, eu não sei. Mas eu não sou bem-vindo aqui.

— O que acha que o George vai fazer com você? Lhe matar quando estiver dormindo? Eu quero que você fique aqui, então você vai ficar.

— Por que você quer isso? Que eu fique com você? — Ele se aproximou de mim. — Por que, Freya?

— Porque... Eu quero ter certeza de que você vai ficar bem. — Eu respondi.

— Então vamos para longe daqui. — Ele segurou o meu rosto. — Vamos fugir para algum lugar, alguma ilha, eu não sei. Podemos criar o bebê em um cenário totalmente diferente desse.

— O que você quer dizer com isso? — Eu perguntei confusa.

— Eu amo você, Freya. — Eu passou o dedo na minha boca. — Eu sei que você me ama também.

— Para com isso. — Eu empurrei a mão dele. — Eu estou com o George, e eu vou ficar com o pai do meu filho. Eu amo ele.

— Não, não ama. O feitiço só foi quebrado na mansão porque eu beijei você. — Ele voltou a chorar. — Isso quer dizer que fomos feitos para ficar juntos. Você me ama como eu amo você. Talvez eu te ame mais.

Com Amor, Freya (parte 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora