CAPÍTULO 33

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Vejo ele caminhar em direção a mesa de café da manhã, já servida

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Vejo ele caminhar em direção a mesa de café da manhã, já servida. Sua expressão está impassível, não tem como eu saber o que ele pensa ou o que sente. Quando ele se senta a mesa, o mesmo silêncio que pairava quando eu estava sozinha, perdura.

Beberico do copo de suco, o olhando em expectativa de que diga algo, ou ao menos, me olhe.

— Bom dia. - Falo depois de ver que o silêncio perduraria ainda mais caso eu não abrisse a boca.

— Bom dia. - Responde seco, erguendo dois dedos para que a empregada parasse de despejar o café na xícara. Ela se afasta.

— Vai ficar assim comigo, Alexander?

Pela primeira vez hoje, ele coloca os olhos em mim.

—  Assim como?

Ele questiona sério, mas não há como não pensar que ele está sendo dissimulado. Como pode não ver como está agindo?

— Você sabe...- Minha voz trêmula tristeza, não gosto dessa situação, não gosto de vê-lo assim.

— Eu estou estressado... Terei um dia cheio hoje e tive uma noite mal dormida. - Fala a última parte olhando para o nada, sei que está lembrando do sonho.

—  Com licença. - Martinna percebe o clima, se retirando para nos deixar a sós e eu apenas sorrio levemente para ela em concordância e agradecimento antes que ela se vá.

—  Não quero que fique distante de mim de novo, acabamos de nos resolver.

Me fita, batendo o dedo na mesa com a sobrancelha arqueada.

— Me fala o que está pensando.

— Se eu disser você vai me chamar de psicopata possessivo...- Eu espero em silêncio, o incentivando após negar com a cabeça. — Estou me sentindo acuado e não gosto disso, não sou homem pra isso...- ele cede.

— Não vou te condenar, só me fala o que está sentindo. - Respiro fundo, tomando um postura mais amável e acolhedora. — Pode fazer isso? Pode ser esse tipo de homem? Que fala abertamente de seus sentimentos e se permite mostrar vulnerável?

— O sonho que tive ontem me deixou inseguro e eu sei que você acha que é uma besteira, provavelmente é, mas eu não posso lidar com a idéia que você seja de outro nem em sonho... E o homem está no mesmo convívio que você me correi por dentro, não tem ideia do que estou sentindo... É terrível.

— O que eu posso fazer...o que nós podemos fazer que te faria sentir melhor? Algo que não seja injusto com Estevan...nada de matar.

— Eu vou dar um jeito, só... Só faça sua parte e não teremos problemas. - Pego uma de minhas mãos, me olhando nos olhos — Eu amo você e eu daria a minha vida por você mas eu não perdoaria uma traição... - A solta e se levanta. — Tenho que ir. - Ele fica atrás da mim, ainda sentada na cadeira e se inclina para deixar um beijo em meu pescoço. — Desculpe por ser mal humorado de manhã, eu te amo.

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