CAPÍTULO 45

1K 110 35
                                    

ALEXANDER PETROV

Quando paramos em frente a mansão de Stefan e saímos do carro de braços dados, a cara de todos os seguranças vão ao chão, e eu peço silenciosamente que continuem em suas posições, sem fazer alardes ou irem atrás de alguém para estragar a surpresa.

Todos achavam que Lana havia vindo desacompanhada, não puderam me ver na entrada já que o vidro do carro é escuro demais.

Assim que pisamos no hall, o choque continua daí em diante até o caminho feito no salão principal de festas e cerimônias da casa. As portas duplas de madeira polida estão fechadas, mas dá para ouvir as vozes de dentro e toda a movimentação, então fico com Lana por um minuto apenas escutando.

- Estamos aqui apenas com nossas memórias por ele, do irmão, amigo, filho, e Subchefe que era. - A voz de Stefan dá início ao discurso em homenagem a minha memória, sinto que sua voz embora esteja forte, está fazendo um grande esforço para se manter assim e esconder a tristeza, e acabo sorrindo ao imaginar sua surpresa. - Não temos um corpo... E isso dificulta com que todos nós aceitemos essa grande perda. Acho que mesmo com um corpo jamais aceitaríamos que ele não está entre nós, a sua falta jamais será suprida por nada e jamais o esqueceremos....- ele faz um pausa, e prestando bem atenção dá para ouvir sua respiração do microfone. O silêncio de todos envolta é quase ensurdecedor, porém, um sinal de profundo respeito. Jamais pensaria que algum dia iria poder ver meu próprio velório, ouvir o que falam de mim e ver como cada um reagiu a "tragédia" é um privilégio e tanto, e uma oportunidade ótima de descobrir quem é quem realmente.

- E mesmo não estando mais aqui, ele sempre será para nós o que era vivo, para mim ele sempre será meu único e melhor amigo e alguém que confiei cegamente.

Que sentimental da parte dele...

- Ao meu filho. - Ouço a voz grave do meu pai. - A Alexander Petrov.

- Á Alexander Petrov. - Um couro de vozes repete a ovação e olhando para Lana, eu Assinto, cada um de nós abrindo um lado da porta pesada que faz com que todos os olhares venham em nossa direção.

- A Alexander Petrov. - Falo também.

O ambiente parece ter sido parado no tempo, há confusão, medo e extremo choque no rosto de todos, mas o primeiro que olho, é o de minha mãe, suas pernas trêmulam e sua expressão é de descrédito passado rapidamente para um profundo alívio, ela usa todas as suas forças para vir em minha direção e para facilitar seu caminho, também vou na direção dela.

- Meu filho...- Soluça em meio as lágrimas antes de se lançar em meus braços, deitando sua cabeça e se permitindo chorar ainda mais de alívio.

Deixo um beijo em sua testa. Não teve um só minuto em que eu não pensasse em sua dor por pensar que eu estava morto, e eu mal podia esperar para acabar com isso.

- Nem um penhasco foi capaz de te destruir.

A voz de Stefan me faz erguer o olhar e encontrá-lo sorrindo surpreso e orgulhoso, também muito aliviado.

- Eu sou indestrutível. - Minha mãe dá espaço para eu cumprimenta-lo, mas permanece ao meu lado, como se tivesse medo que eu suma novamente. Seguro sua mão e o puxo para um abraço apertado.

- Bem vindo de volta a nossas vidas. - diz ele.

- É um prazer estar de volta. - Saindo da minha frente, ele dá passagem para meu pai, que está no mesmo estado da minha mãe, mas sorri.

_____________________________________

- Que tal outro banho?...- Me olha alguns degraus acima sorrindo enquanto me puxa pela escada, andar acima.

DARK - Possession Onde histórias criam vida. Descubra agora