INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo Revengers

sete

Após ter acordado cedo e arrumado todo o material, fui para o andar debaixo receber as mesmas instruções de sempre da minha mãe sobre como ficar sozinha em casa e sobreviver. Após devolver meu celular e entregar minhas chaves, ela finalmente resolveu se despedir.

–Espero que fique bem querida. -ela disse dando um beijo molhado em meu rosto- E qualquer coisa basta nos ligar, e estaremos ligando para você todas as noites.

–Tudo bem mãe. -respondi- Boa viagem.

–Obrigada querida. -ela sorriu caminhando para o andar de cima- Até logo.

–Até.

Caminhei para fora de casa e por algum milagre Sanzu não estava lá, respirei mais aliviada e segui caminho para a escola. Essa paz de não ter um garoto meio doido por perto era incrível, e eu iria aproveitar ela, ainda mais com a paz de ter a casa apenas para mim por uma semana.

Eu iria sobreviver a aqueles dias apenas de suco em pó e macarrão instantâneo? Provavelmente, mas eu iria aproveitar cada momento, começando quando chegasse em casa, iria fazer aquela panela de doce maravilhosa e devorar enquanto assistia TV.

Já na sala de aula eu aproveitava para anotar tudo que o professor falava na revisão, pelo menos alguns professores explicam de maneira didática e tiravam nossas dúvidas, ao contrário de outros que apenas colocavam tudo no quadro e sentavam a bunda em suas cadeiras e fingiam que a turma não existia.

–Alguma dúvida? -O homem disse arrumando os óculos.

–Nenhuma. -Respondemos.

–Ótimo, agora eu tenho um recado da direção. -ele disse fazendo uma pausa- Vocês terão dois horários livres após o almoço, e então retornarão para as aulas e sairão no horário de costume.

–Que maravilha! -Um dos alunos gritou no fundo da sala.

Após mais algumas explicações chatas de como transformar letras em números, e usar aquilo para saber uma corrente elétrica, o sinal tocou para irmos almoçar. E mais uma vez eu não via Sanzu por lugar algum, ele teria sumido novamente ou será que ele foi preso?

Depois de devolver minha bandeja fui para um dos jardins da escola, as pessoas costumavam ignorar algumas partes deles e era ali onde eu encontrava a minha paz. Arrumei a jaqueta da escola no chão e sentei em cima dela descansando as costas na árvore e apreciando o canto dos pássaros que se faziam presentes no lugar.

–Você tem esse costume de dormir em lugares estranhos ou só faz isso na escola? -A tão conhecida voz perguntou.

–Eu não estou dormindo. -respondi abrindo os olhos- O que você quer?

–Quero saber porque está se escondendo aqui. -Sanzu respondeu me encarando.

–Aqui costumava ser silencioso. -respondi- Até você chegar.

–Você é chata. -ele se abaixou ficando agachado na minha frente- Isso não é jeito de falar comigo.

–Por que não viemos juntos pra escola? -Questionei inclinando a cabeça para o lado.

–Eu estava ocupado. -respondeu- Sentiu minha falta no percurso?

–Pelo contrário. -dei risada- Eu aproveitei a paz que é vir sem você.

–Não diga isso. -debochou fingindo um olhar triste- Pode acabar magoando seu namorado, sabia disso?

–Nós não namoramos Sanzu. -dei risada- E mesmo você nem sabe como tratar uma garota!

–É claro que eu sei.

–Não, você não sabe.

–Sei sim. -Riu convencido.