INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo Revengers

trinta e um

All I know, all i know...
Loving you is a losing game 🎶

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Conforme fui recobrando os sentidos, eu tentava lembrar o que diabos estava acontecendo, minha cabeça latejava e meus olhos estavam turvos, senti uma pressão na boca e percebi que se tratava de uma mordaça. 

Na minha cabeça os flashes de momentos antes rondavam minha mente. Eu estava na festa, de repente as luzes se apagaram e houve um alvoroço, então eu mandei mensagem para Naoto o avisando que iria para casa, mas dois homens me pegaram de surpresa e eu não lembro mais de nada.

Tentei movimentar as mãos mas eu estava presa, as mãos e pés atados, uma mordaça na boca e provavelmente um saco na cabeça, mas aquilo não era tão ruim quanto estar de cabeça para baixo sendo carregada como um saco de batatas qualquer.

— Droga! -o homem exclamou- Filhos da puta, sabem que eu odeio lidar com mulheres, e o que fazem? Me obrigam a cuidar da vadia de um policial.

Com certa brutalidade fui jogada no que parecia ser uma cadeira e senti meu corpo ser circulado por uma corda e meu tronco ficar rente ao encosto do assento. O desespero tomava conta de mim e eu me via cada vez mais nervosa me debatendo no local.

— Olha só caralho, é melhor você ficar quieta. -disse mais uma vez em um tom de irritação, tom esse que despertou brevemente a lembrança de Sanzu em minha mente- Eu odeio ter que torturar mulheres, vocês gritam demais, choram demais, imploram demais…

Ele fez uma pausa assustadora e eu já sentia as lágrimas correndo pela droga do meu rosto, eu queria gritar ou sair correndo dali, mas eu não conseguia fazer simplesmente nada. E para piorar todo o desespero que eu sentia, ouvi sons metálicos que me fizeram estremecer, provavelmente eram de alguns objetos de tortura que o homem estava colocando em algum lugar.

— Primeiro, quero dar uma olhada nesse seu rostinho…

Senti o peso de uma mão acima de minha cabeça e com uma certa rapidez o tecido que cobria meu rosto foi puxado para cima, e de todas as coisas que eu podia imaginar, nunca achei que seria ele parado ali na minha frente.

— Mas que porra tá acontecendo aqui? -Sanzu gritou com os olhos bem abertos- Isso é a droga de uma brincadeira porra?

Ele estava de uma forma que nunca imaginei, o cabelo rosado estava estilizado em um mullet que se estendia até os ombros, usando uma blusa social branca de mangas levantadas até  cotovelo, revelando uma tatuagem que se assemelhava a uma carta de hanafuda em seu antebraço direito. Por cima da camisa ele usava um colete rosado, assim como suas calças. Naquele momento eu não sabia se minhas lágrimas eram de felicidade ou de medo.

— O que você tá fazendo aqui?  -Questionou irritado puxando violentamente a mordaça da minha boca.

— Sanzu… -chamei deixando mais lágrimas rolarem- Eu…

— Não fale o meu nome. -disse me encarando com rancor-  Responda a droga da pergunta!

— Eu não sei o que tô fazendo aqui!

— Espera.. -ele disse colocando a mão no queixo e caminhando de um lado para outro- Eu vim aqui pra matar a noiva daquele policialzinho de merda, por acaso é você?

— Se o policial que você fala for o Naoto. -respondi chorosa- Então sou eu.

— Eu sabia porra! -Ele disse arremessando um alicate para os fundos do local.

— Me escuta Sanzu! -pedi mais uma vez- Eu procurei por você!

— Ah você procurou por mim? -disse com um sorriso amargo no rosto- A que devo a honra de você me procurando depois da porra de sete anos!