cinco

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Basicamente o projeto que Sanzu havia me enfiado era sobre algo relacionado ao nosso futuro. Eles queriam que Sanzu me entrevistasse para saber sobre profissões, escolhas e parte da vida pessoal e que eu fizesse o mesmo com ele, o lado bom é que eu não precisaria apresentar nada ao lado daquele doido, o lado ruim, era aguentar ele perto de mim.

–Você é tão chata. -ele gritou atrás de mim- Já mandei você esperar!

–E eu já disse que você não manda em mim! -Respondi caminhando em passos rápidos.

–Eu sou mais velho. -rebateu- Logo, você deve me respeitar.

–Pega esse respeito que você acha que te devo e enfia no rabo!

–Você vai ver em qual rabo eu vou enfiar! -Disse em meio a uma alta risada.

Parei de caminhar raciocinando a conversa que acabamos de ter e me virei para ele o encarando com uma careta no rosto e balançando a cabeça enquanto o mesmo dava risada caminhando calmamente.

–Você é tão pervertido.

–Eu? -perguntou cínico- Eu sou um anjinho puro e inocente.

–Tão puro quanto o capeta.

-Acertou. -ele riu caminhando em direção aos portões- Docinho.

–Já disse pra não me chamar assim!

–Como foi que você disse mesmo? -respondeu entrando na escola- Ah é, você não manda em mim.

–Idiota!

–Nos vemos no intervalo, docinho.

Caminhei para a sala estressada, estudar de cabeça vazia era bem mais fácil do que irritada. E infelizmente desde que Sanzu me adotou como amiga, mesmo contra minha vontade, ele passava boa parte do nosso trajeto de ir e vir me irritando. E o mais interessante era que quando ele via minha mãe, parecia uma pessoa completamente diferente, ele se tornava educado e prestativo.

–Idiota.

Sentei na minha cadeira como de costume e fiquei ali esperando as aulas passarem, e com lentidão, uma a uma elas foram passando. Durante esse meio tempo, acabei ouvindo que o garoto da sala ao lado, Yudi, iria pedir alguma menina da nossa sala em namoro. Eu me perguntava quem seria a tal garota de sorte, pois aquele rapaz era bom na maioria das coisas que fazia.

Assim que o sinal tocou, saímos para fora de maneira desordenada e louca, consegui pegar um bom lugar na fila para o lanche e assim que enchi minha bandeja fui para minha típica mesinha no cantinho esperando não ser incomodada por ninguém e quem sabe assim comer em paz, mas como tudo o que é bom dura pouco, e eu acreditando que nada poderia piorar, tive a certeza de que pioraria quando vi um grupo de três meninos caminhando em minha direção.

–Talvez, no dia em que Deus foi me criar. -suspirei imaginando que me envolveria em mais uma confusão- Ele decretou que eu não teria um dia de paz nessa Terra, a maior prova disso é o fato de ter o Sanzu na minha vida.

–Oi [Nome].  -Yudi disse sorridente saindo do meio dos garotos- Posso falar com você?

–Oi Yudi. -sorri para ele- Claro que pode.

Observei o garoto sentar em minha mesa e enquanto ele falava sobre várias coisas que eu não dava a mínima atenção, fiquei admirando a beleza dele, os cabelos castanhos e meio bagunçados entravam em um perfeito contraste com o belo par de olhos verdes que ele tinha.

–Então? -Ele perguntou chamando minha atenção.

–Desculpe. -falei baixinho- Acho que não entendi o que você quis dizer.

INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora