vinte e quatro

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Desde o fim das aulas de ontem Sanzu estava desaparecido, não atendia as ligações e muito menos respondia as mensagens que eu mandava. Passei a noite praticamente inteira preocupada com aquele loiro idiota e completamente doido, pela manhã nenhum sinal sequer daquele tapado, tanto que acabei vindo para o inferno que chamo de escola sozinha.

Entre um teste e outro, eu me pegava pensando onde aquele idiota havia se metido e o que eu iria fazer quando o visse. Confesso que eu estava dividida entre estapear ele e o abraçar na frente de todo mundo, Sanzu era o tipo de pessoa que não gostava muito de demonstrações públicas de afeto, logo, um simples abraço o deixava nervoso e muitas vezes um pouco estressado.

Assim que o sinal que anunciava o intervalo soou, eu praticamente saí correndo da sala de aula em direção ao pátio para ver se aquele idiota estava em algum lugar, nenhum sinal dele nas arquibancadas e nem em volta dos jardins. Caminhei pensativa para o refeitório na falha esperança de o encontrar, mas mais uma vez tive meus planos frustrados, fui para aquela fila que estava enorme e em poucos minutos eu estava com minha refeição em mãos.

Em minha mesa eu brincava distraída com as duas últimas ervilhas que estavam em meu prato e quando decidi levantar o meu olhar, avistei Sanzu no meio da multidão que se formava quando os alunos começavam a devolver suas bandejas. Para minha surpresa ele não era mais o loiro que eu estava acostumada, seus fios agora tinham uma cor levemente rosada e aquilo o deixou ainda mais chamativo.

— Oi cupcake. -Disse ao sentar na minha mesa.

— Oi? Como assim “oi” Sanzu? -perguntei praticamente gritando- Porra, você some e não me avisa nada e me aparece com a maior cara de pau do mundo fingindo que nada aconteceu! Como você acha que eu fiquei caramba?

— Own, minha namorada ficou preocupada. -Respondeu cínico apoiando o queixo em cima das mãos e os cotovelos na mesa.

— É claro que eu fiquei!

— Acabou de admitir que é minha namorada. -Deu risada.

— Você é um imbecil, sabia disso? - o encarei indignada- Eu aqui toda preocupada com você e você fazendo gracinha.

— Você tá muito estressada amorzinho, vou comprar doces pra você.

— Não quero. -rebati o encarando- O que fez com seu cabelo?

— Ah, deu errado. -ele disse esboçando um olhar de desgosto- Eu queria mais escuro, só que ficou esse rosa claro.

— Mas ficou bonito.

— Eu sei que ficou, afinal eu sou lindo, é claro que qualquer coisa em mim fica bonita. -respondeu me encarando orgulhoso de si- Quero saber se você gostou.

— Eu adorei. -dei risada- E você? Gostou do que fez?

— AHAM! -Sanzu respondeu movimentando a cabeça em afirmação.

O agora rosado, parecia uma criança quando acaba de receber um simples elogio, ele estava tão fofinho com aquele cabelo rosa claro que eu sentia vontade de o apertar. Sanzu e eu ficamos conversando um pouco na mesa e decidimos ir para o jardim aproveitar os minutos que nos restavam do intervalo. Nós dois gostávamos das partes com menos circulação de pessoas, pois às vezes ele gostava de baixar a máscara.

— Desculpa por ter sumido. -disse calmamente sentando ao meu lado- Eu precisei resolver algumas coisas.

— Eu já disse pra você me avisar quando for sumir. -respondi olhando para o movimento suave que as folhas faziam acima de nós- Eu me preocupo com você, por mais que eu não queira, mas eu me preocupo.

— Mas não precisa. -disse abaixando a máscara- Eu sei me cuidar.

— Claro que sabe. -dei risada- Está nítido que você sabe se cuidar, olha só esse curativo na sua sobrancelha.

INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora