INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo Revengers

trinta e sete

Aqui estou mais um dia 🧐

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Já fazia uma semana desde que estávamos juntos novamente, com Sanzu ali minha vida voltou a ser uma bagunça, o motivo? Haruchiyo estava novamente forçando a nossa morada juntos. Basicamente ao invés de ir para a própria casa, ele sempre ia para a minha, mas algumas vezes ele não amanhecia lá, talvez fosse coisa do trabalho ou ele apenas quisesse dormir ao meu lado.

 Independente do horário, ele sempre me trazia flores, e elas eram tão lindas e delicadas. Cada vez que acordava com um buquê ao meu lado, via o quão amoroso ele estava comigo, algumas coisas realmente pareciam não ter mudado e eu era extremamente grata por isso, e saber que o meu Sanzu de anos atrás ainda continuava ali, me deixava bastante feliz.

Durante aquela manhã cansativa com as crianças em uma visita ao museu, algo estava me incomodando, mas eu procurava sempre ignorar aquela sensação, e quando retornamos para a escola, as coisas se acalmaram mais. A aula seguia com tranquilidade graças aos pequenos que eram bastante comportados, era inegável que até meus dias voltaram a ter uma cor a mais desde o nosso reencontro e isso refletiu até mesmo no meu dia a dia com meus alunos.

— Com licença, essa é a sala da senhorita [Nome]? -Um rapaz vestido com roupas de entrega bateu na porta abrindo um pouco.

— Sou eu. -respondi- O que deseja?

— Mandaram entregar essas flores. -Respondeu mostrando o enorme buquê das mais variadas flores em tom cor de rosa.

— E quem mandou? -Perguntei com um sorriso estampado no rosto.

— Pediu segredo. -o rapaz respondeu coçando a nuca- Mas ele deixou um cartão.

— Muito obrigada pela entrega. -Agradeci recebendo o presente.

 O rapaz foi embora me deixando ali com aquele enorme presente e eu já sabia de quem era apenas de ver os tons rosados. Um sorriso bobo se fez presente em minha face, mas ao erguer o olhar me deparei com vários pares de olhinhos curiosos me encarando e eu sabia que não tinha para onde correr.

— Quem te mandou essas flores professora? -Um garotinho do fundo ergueu a mão perguntando.

— São tão lindas…

— Isso é tão romântico!

— Você tem namorado professora?

— Ela tem um admirador secreto seu idiota! -uma garotinha respondeu o amigo- Não ouviu o moço dizer que o nome de quem mandou era segredo?

— Bom, já que não tem jeito. Eu vou responder as perguntas de vocês. -dei risada colocando as flores em minha mesa e puxando o pequeno cartão- Sim eu tenho namorado, e foi ele quem me mandou as flores.

— Como sabe disso professora?

— As flores são em tons de cor de rosa. -apontei dando risada- E ele ama essa cor.

— Mas rosa é cor de menina!

— Não querido, rosa não é cor de menina. -respondi encarando o pequeno que deu aquela resposta- Rosa é a cor de quem gosta dela, seja menino ou menina. Não se pode discriminar ninguém por conta de uma cor! Cores não definem o que você é ou o que deixa de ser, e nem o seu caráter.

Um breve silêncio tomou conta da sala e eu sabia que o motivo era eles estarem absorvendo aquela informação e em breve começariam a tagarelar  sobre aquilo e fugiriam do foco da aula que era a visita que fizemos ao museu. Mas aqueles poucos momentos de paz serviram para que eu abrisse o cartão que estava nas flores.