doze

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Fiquei até algumas horas esperando pelo loiro, mas ele não voltou. Durante aquele tempo, refleti que meus pais chegariam dali a dois dias, ou melhor, julgando já ser de madrugada, eles deveriam voltar amanhã. Me senti triste pois com isso, toda a minha liberdade iria por água abaixo.

Eu não teria mais encontros com Sanzu além da escola, de repente eu percebi que nem queria tanto assim que eles voltassem pra casa naquele momento. De longe aquele loiro pertubado acabou se tornando um bom amigo, apesar de ser meio doido, eu sabia como fazer ele ficar na linha.

Pelo menos na minha cabeça eu sabia.

Pela manhã, levantei no horário de costume e fui arrumar meu material, separei meu uniforme e fui para o banho. Depois de me vestir, fui para o andar debaixo comer alguma coisa. Depois de lavar a louça, sai para fora na esperança de ver o loiro, mas ele não estava lá.

— Que dia entediante. -Murmurei enquanto caminhava.

— Olá [Nome]. -Disse a mulher irritante que morava ao meu lado.

— Olá. -Respondi esboçando um sorriso.

— Seus pais voltam amanhã, não é? 

— É sim. -respondi- Talvez à tarde eles estejam aqui.

— Sabe querida. -ela disse moldando a face em um sorriso- É perigoso deixar a janela aberta durante a noite.

— Desde que comecei a morar aqui que durmo com minha janela aberta. -respondi forçando um tom simpático- E até hoje eu nunca tive problemas.

— Só estou te dando um conselho.

— E eu agradeço.

Antes que ela tentasse falar mais alguma coisa, apressei meu passo indo em direção a escola, eu já passava raiva demais pra ter que aguentar alguém enchendo meu saco ou atrás de insinuar alguma coisa, sinceramente, eu não tinha um pingo de paciência para aquela chata.

As aulas passaram devagar, mas graças aos céus amanhã era sábado, um dia inteiro de paz e sossego. E mais uma vez eu estava triste pois não poderia estar na companhia daquele doido, talvez eu poderia levar ele e depois o jogar pela janela. Aquele não era um péssimo plano.

No intervalo, sentei em minha mesa de sempre, apenas observando todos ali. Como sempre um bando de idiotas que gostavam de falar o que não sabiam, apenas para ter algo para “justificar” o motivo pelo qual não fosse com a cara da pessoa.

Quando finalmente as aulas acabaram, fui super feliz para o lado de fora achando que encontraria Sanzu, mas novamente nenhum sinal dele. Eu sinceramente estava ficando preocupada, não precisava ser nenhum idiota para saber o quão perigosos eram esses assuntos de gangue, quem garantiria que ele não havia morrido?  Em uma tentativa de me acalmar, peguei o celular da mochila e disquei seu número.

“ Esta chamada está sendo encaminhada para a caixa postal…”

— Mas que merda! -reclamei enquanto caminhava para casa- Onde caralhos você se enfiou seu doido?

Ao chegar em casa, joguei a mochila e os sapatos em um canto e tirei minha blusa jogando-a pela cozinha, peguei uma ameixa e tirei a saia junto com as meias e o pequeno short que eu usava por baixo da vestimenta.

— Finalmente. -dei risada me preparando para subir as escadas- Paz interior.

Caminhei degrau por degraus em uma dancinha recém inventada, aquele era meu último dia em casa e eu iria aproveitar, depois ligaria para Sanzu para saber se ele ainda estava vivo ou coisa do tipo. Mas meus minutos de paz duraram tão poucos como minha pequena dose de animação.

INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora