Haru e eu havíamos tirado aquele dia para descansar e perambular por locais aleatórios da cidade. Ultimamente ele tinha cismado de que precisava encontrar meus pais e esfregar na cara deles que mesmo depois de tudo, nós estávamos juntos novamente. E obviamente eu negava aquela história, o passado não é um momento que mereça nossa atenção.
Por outro lado, o casamento de Hinata e Takemichi estava próximo, eu havia sido convidada para ser madrinha dela mas como as coisas com Naoto não terminaram muito bem, decidi abrir mão daquele cargo. Não que eu não gostasse dela, muito pelo contrário, eu amava Hinata pois foi ela quem me ajudou a arrumar o emprego na creche e depois todas as outras coisas. Para mim foi uma surpresa que depois de tanto tempo eu descobrisse que ela e Naoto eram irmãos.
Haru estava parecendo uma criança na praia, correndo atrás das gaivotas e brigando com elas por um motivo desconhecido. O uso de drogas diminuía pouco a pouco e eu ficava feliz por aquilo, mas a boca dele havia ficado tão suja ultimamente.
— Eu vou pegar minha arma e dar um tiro em você, Roger. -o rosado gritava estressado para uma gaivota que estava no topo da ponte. — E quando você cair, eu vou te fritar e te comer.
— Haru! -chamei a atenção dele que me olhava com os olhos semicerrados. — Não ameace o Roger, amor.
— Mas ele roubou minhas batatinhas! -respondeu cruzando os braços e fazendo um biquinho fofo. — Eu preciso matar ele! É questão de honra!
— Vem aqui, Haru. -falei dando tapinhas na toalha que estava no chão. — Senta aqui comigo…
Haruchiyo caminhou pesadamente pela areia, virando para trás algumas vezes para mostrar o dedo do meio para a pobre gaivota e fazer gestos de ameaça para o animal, que em retribuição, grasnou para ele.
— Ouviu isso amor? -perguntou com os olhos semicerrados, sentando ao meu lado. — Ele está rindo de mim.
— Para com isso, Haru. -dei risada. — É comum as gaivotas fazerem esse som.
— Mas ele foi covarde comigo, sempre trago as batatas dele e as minhas. -disse chateado. — Não tinha necessidade dele roubar.
— Acontece meu bem, depois compramos outra pra você.
Sanzu deitou a cabeça em meu ombro, um gesto tão simples mas tão carinhoso entre nós. Aquele era o primeiro dia do final de semana e a praia estava cheia de pessoas, animais correndo atrás de discos ou simplesmente tomando banho no mar e vários casais e famílias se divertindo na areia.
— Às vezes eu fico imaginando nós dois brincando aqui com nossos filhos. -disse calmamente mirando um casal brincando com um filho pequeno. — Será mesmo que eu serei um bom pai?
— É claro que vai, meu amor. — Respondi esboçando um sorriso.
Senti a mão de Sanzu agarrar-se a minha e a acariciar com o polegar, ele tinha o costume fofo de fazer aquilo quando estava nervoso ou preocupado. Já que ele se recusava a falar sobre aquilo, eu não poderia forçá-lo a fazer algo que não queria.
— Eu gosto de estar assim com você.
— Assim como? -Perguntei curiosa.
— Assim, em paz e silêncio. -respondeu pensativo. — É como se todos os meus problemas sumissem e restassem apenas sentimentos bons. Acho que você é meu ponto de paz, cupcake. Meu porto seguro…
— Eu também gosto de ter esses momentos com você, meu amor. - respondi endireitando minha postura para encará-lo. — Meu maior desejo era que você largasse tudo isso e fugisse comigo, poderíamos levar o Ran e o Rin junto,eu sei que você sentiria falta deles…
— HAHA! -disse imitando uma risada sarcástica. — Eu nunca iria sentir falta daqueles palhaços.
Fiquei encarando Sanzu com um sorriso mínimo nos lábios e as sobrancelhas arqueadas, enquanto ele evitava todo e qualquer tipo de contato visual. Até que por fim, suspirou pesadamente e murmurou alguns xingamentos.
— Ok. Talvez eu sentisse saudade deles. -respondeu frustrado. — Mas só um pouco.
— Dá pra ver como vocês cuidam um do outro Haru.
— Mas eu ainda vou dar uma facada no Ran. -murmurou com um sorriso mínimo nos lábios. — Você vai ver.
— Já conversamos sobre isso. Não se pode esfaquear alguém porque simplesmente não gosta dela.
— Chata.
Sanzu foi se arrastando até a beirada da toalha e começou a juntar areia com as mãos e construir um castelinhos. Fiquei observando aquela cena e achando engraçado como ao mesmo tempo em que ele era alguém perigoso, se assemelhava com uma criança.
Fiquei deitada tomando um pouco de sol enquanto Haru brincava com a areia e murmurava coisas engraçadas como se estivesse falando do nosso futuro. Ele estava tão determinado em criar uma famílias que se empolgava a cada vez que eu tocava no assunto.
— Seu filho da puta! -gritou me tirando do meu momento de paz. — Eu vou arrancar sua perna Ran.
— Foi mal, Haruzinho. -disse debochado. — Não vi o seu castelinho de areia.
Quando ergui o meu olhar, Ran e Rindou estavam com shorts de banho e sem camisa, o Haitani mais novo estava com as mãos nos bolsos, enquanto o mais velho ficava passando o pé no montinho de areia que antes era o castelinho de Haru.
— Por que fez isso? -Perguntei ficando sentada.
— Já falei. -disse com um mínimo sorriso nos lábios. — Eu não vi o castelo dele.
— Viu sim, seu mentiroso.
Antes que qualquer um de nós pudesse prever, Sanzu se agarrou na perna de Ran e ambos estavam no chão em mais uma briga de puxões de cabelo. Rindou por outro lado, apenas balançava a cabeça em negação e suspirava pesadamente.
Foram longos minutos até conseguirmos separar eles dois, Ran já estava mais calmo mas Sanzu continuava a jogar bolões de areia no amigo e o xingando de várias formas possíveis.
— O que fazem aqui? -Perguntei os encarando.
— Apenas passeando. -Rindou respondeu simplista. — Por acaso vimos vocês aqui e resolvemos dar uma passadinha aqui.
— Eu vou fazer você comer tanta areia, Haitani. - Sanzu ameaçou jogando outro bolo de areia.
— Eu vou enfiar ostras na sua boca, Haruchiyo! - O mais velho respondeu pronto para iniciar uma nova briga.
— Vocês poderiam por favor agir como adultos normais? -Perguntei chamando a atenção deles.
— Isso é impossível, cupcake. -Rindou deu risada.
— Cala a boca cabeça de água-viva. - Sanzu disse mostrando o dedo do meio para ele.
Os três começaram uma longa discussão verbal depois que os ameacei com o chinelo na mão. Realmente crianças poderiam se comportar melhor que eles. Apenas fiquei ali, admirando aquela discussão sem sentido e tive a brilhante ideia.
— Por que não constroem castelos de areia? – perguntei sugestiva. — Assim, quem fizer o castelo mais bonito ganha.
— É claro que vai ser o meu! -Haru disse juntando um montinho de areia.
— Vai ser o nosso. -Ran disse com um sorriso vitorioso. — Idiota.
— Vamos ver então. -Disse mostrando o dedo do meio.
Graças a entretenimento recém-criado para aqueles três, eu finalmente encontrei a paz que estava procurando naquele dia. Eles estavam altamente focados naquela tarefa e discutindo energeticamente enquanto eu aproveitava aquele momento para levar um pouco do sol frio daquela manhã.
— Finalmente a paz… -Falei esboçando um sorriso no rosto.
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INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo Revengers
Fiksi Penggemar🔞 Inferno, Na mitologia, era um local subterrâneo habitado pelos mortos, para os cristãos, o lugar em que as almas pecadoras se encontram após a morte, submetidas a penas eternas. Para mim, era o paraíso. 🔞 | Fem ¡ Oc |