dezenove

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Quando acordei pela manhã, Sanzu dormia calmamente ao meu lado, os fio claros bastante bagunçados e colados em sua pele clara e levemente avermelhada pelo contato com os lençóis. Quem o visse daquela maneira, calmo e relaxado jamais seria capaz de imaginar o depravado louco e de moral duvidosa que ele era, mas apesar de tudo, pelo menos até aquele momento ele nunca me fez mal.

Sanzu no começo era bruto e estressado pois não me queria por perto e depois de conversas eu descobri que era por achar que eu não o corresponderia, então ao invés de fazer óbvio que era se declarar, decidiu tentar me afastar dele mas havia sido em vão.

Levantei com calma para não acordá-lo e fui para o banheiro, depois de um belo banho voltei para o quarto e tive a surpresa de encontrar o loiro sentado na cama e com a cara meio amassada e com bastante sono.

— Bom dia. -Sorri para ele.

— Bom dia. -resmungou espreguiçando-se e dando um longo bocejo- Quero continuar na cama mas tenho que ir pra merda da escola, odeio minha vida.

— Não diz isso. -dei risada- Estudar é importante.

— Não vem com esses papos de nerd pro meu lado cupcake. -Reclamou irritado.

Observei o loiro pegar uma toalha e sair resmungando para o banheiro, balancei a cabeça negativamente e sai em busca de minhas roupas. Depois de devidamente vestida, fui para o andar debaixo e comecei a preparar o café da manhã, fiz algumas panquecas e um bom suco e fui arrumar a mesa para comermos. Sanzu passou correndo por mim e me agarrou repentinamente me erguendo no ar e dando um beijo demorado em meu pescoço para em seguida me soltar no chão.

— Ué? -o encarei confusa- Você tava de mal humor até agora pouco.

— Agora tô feliz. -respondeu esboçando um sorriso- Não posso?

— Claro que pode. -dei risada da empolgação dele me ajudando a arrumar as coisas- O que aconteceu pra essa animação repentina?

— Nada demais. -Respondeu dando os ombros.

— E minha mochila Sanzu? -Perguntei lembrando do item.

— Eu fui buscar de madrugada. -respondeu- Tá lá no sofá, cupcake.

— Obrigado. -Sorri sentando ao seu lado.

Assim que terminamos de comer, Sanzu assumiu o papel de organizar as coisas enquanto comecei a arrumar meu material. E depois de tudo pronto, o loiro avisou que iria pular a janela e ir em busca de sua mochila e que logo estaria na porta para irmos para a escola.

Aproveitei aquele tempo para dar uma breve arrumada na bagunça que estava o quarto, troquei os lençóis da cama e fui para o andar debaixo, peguei minha mochila e dei uma última conferida para ver se nada estava faltando, conferi se tudo estava certo e isso incluía as bocas do fogão desligadas e decidi sair para fora.

— Vamos? -O loiro perguntou assim que abri a porta.

— Vamos. -Sorri para ele.

Depois de trancar a porta, guardei as chaves em minha mochila e começamos a seguir caminho, de soslaio observei a velha estúpida de minha vizinha me encarando com os olhos semicerrados, provavelmente imaginando mil e uma coisas sobre Sanzu e eu. Por mim ela poderia ir até para o inferno que eu não me importaria nem um pouco.

Caminhávamos pelas ruas conversando animadamente e Sanzu vez ou outra me fazia perguntas desconexas sobre filhos e casamento, eu sinceramente implorava para que aquilo fosse apenas uma brincadeira da parte dele, mas aqueles intensos olhos azuis pareciam me dizer o contrário.

— Até o intervalo. -Murmurou deixando um beijo rápido em meu rosto.

— Até. -Respondi retribuindo o carinho.

INFERNO • Sanzu Haruchiyo | Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora