Histórias que o Bairro do Limoeiro Conta

Na casa da Mônica

Magali sentia fome. Mas em primeiro lugar estava o bem-estar de sua melhor amiga. Na verdade sentia uma fortíssima vontade de estapear a cara do Cebola até saber o que pindarolas se passou pela mente daquele garoto para ser tão imbecil com sua amiga. Eles sempre discutiam por alguma coisa, ok, verdade. Mas não dessa forma. Talvez Mônica tenha dado liberdade demais para alguém que, no fundo, é só um moleque imaturo.

- Olha miga, sei que toooda essa sua deprê aí tem nome e sobrenome, além de olhos bonitos, ombros largos e... Ué, que foi?! - Denise parou quando viu o olhar estreito de Magali. -Aham, quero dizer... Esta barra passa mona! Vêm com a Dê que não tem erro. Vamos sair deste quarto e dar um rolê bafônico?

- Não vejo clima nenhum pra isso Denise. A Mônica ouviu palavras muito duras de alguém importante pra ela e...

- Não Magali. Eu estou bem. Na verdade, acho que dar uma voltinha pode me fazer bem. O mundo não acabou.

"Disse a pessoa que estava se descabelando a alguns minutos e chorou um rio Mississipi?" Pensou Denise.

- É assim que se fala mona! A louca! Vamos pra gandaia! Mas primeiro vê se escolhe uma roupa de gente minha filha, porque né, tenha dó... - disse apontando o macacão que Mônica vestia - Misericórdia mulher, parece que você saiu de um filme trash da sessão da tarde! E bota trash nisso monamour!

- Bem menos né Denise. - rebateu Magali.

- Vocês realmente não têm noção de glamour fofas. Mas não temam! Dê está aqui para salvar os frascos e comprimidos! Vou libertá-las das garras da breguice! Ai!

- Quem é brega aqui?! - disse Magali jogando um travesseiro na garota das marias chiquinhas. Logo começaram uma pequena guerra de travesseiros, que só foi interrompida pela mãe de Mônica que veio trazer refrescos e sanduíches.

- Nossa meninas! Obrigada por me animarem. Vocês são uns amores! - disse, enquanto comia um pedaço de pão integral.

-Estou muito feliz que esteja bem Mô, você é minha melhor amiga e eu também sinto sua dor ou tristezas. - falou Magali, sentada aos pés da cama da amiga.

- Ownt como é fofa essa menina... Vem cá Maga. - abraçou com força, de forma que  Magali quase perde o ar. As três riram.

- Bem, muito magics este momento amizade, mas vamos cuidar na vida gatas! Olha a hora heim!

- Verdade! - disseram em coro as duas.

...

Saindo da casa dos Sousa, Magali se depara com um rapaz apressado que vem ofegante em sua direção. Quase se batem de frente.

- Cas? Oi, que pressa é esta menino?

- Oi Maga! Nossa, quase te atropelo Magricela. - diz, mostrando a língua brincando.

- É né, Sujinho!

- Hei! Eu agora tomo b... - os dois começam a rir. Este é quase um ritual dos dois sempre que se encontram.

- Me acompanha até em casa?

- Claro Maga.