Mônica correu pelas ruas até sua casa. Quase um quilômetro debaixo da chuva. Mesmo ouvindo os gritos de Toni a pedindo que o esperasse, a garota só pensava no quanto havia se enganado com o Cebola. Ainda acreditava que ele voltaria atrás e pediria desculpas, como sempre. Mas já não era fácil aguentar as coisas tão complicadas como estavam naquela relação entre os dois. Ela sabia sim que mais cedo ou mais tarde ele se cansaria de pedir desculpas.
Entrou em casa completamente encharcada e correu direto para seu quarto, onde trocou a roupa molhada por um roupão de banho. Neste mesmo instante sua mãe chaga batendo na porta:-Mônica? Tudo bem filha? - diz dona Luísa, já entrando no quarto.
-Sim mamãe. Claro que ta tudo bem... - responde a jovem, secando as últimas lágrimas que teimavam em cair. - Só estou cansada de ser tratada como idiota. Parece que é minha sina.
-Oh meu anjo. Não fica assim vai. - dona Luísa abraça a filha e fica assim com ela por alguns minutos. Mônica adora ficar assim com sua mãe e não reclama nem mesmo do ar frio que passa pelo corredor e entra no seu quarto.
-Só a senhora pra me dar esta força extra nas horas mais tretosas mamãe. Obrigada.
-Estarei sempre aqui para você meu bem. Anda. Agora vai tomar banho e vestir um agasalho. Vou fazer uma sopinha pra você. - diz, deixando a filha ir para o banheiro.
Mônica pensou muito durante o banho. Até resolver o que faria de sua vida (pelo menos o que DAVA para fazer na situação atual em que se encontrava) dali em diante. A conversa com Toni e o que ele havia dito sobre o Do Contra estar com depressão... Algo ali lhe parecia estranho. Mas ao mesmo tempo, ela conhecia o DC o suficiente para saber que não seria nada impossível para ele se isolar a tal ponto de adoecer. Este pensamento e sua conclusão foram mais do que suficientes para ela. Havia decidido o quê fazer.
...
-E então Toni? - disse a voz do outro lado da linha.
-Tudo certo meu caro. Mesmo as coisas não saindo EXATAMENTE como o planejado, o resultado que queríamos foi alcançado.
-Ok... Mas me diz, a Mônica está bem? Como ela ficou? E como assim não saiu "exatamente" como planejado? Ela não está machucada né?
-Calma Maurício! Parece até que não me conhece... - disse o loiro, com ar sarcástico. -Eu não deixaria nada acontecer com sua amada. Só espero que você já esteja me esperando com a segunda parte do meu pagamento.
-Er... Sobre isto... Eu queria que soubesse que você está me depenando! Eu não posso pagar tão caro por algo que você nem se esforçou. Mas fique tranquilo... Temo mais ter você como inimigo do que qualquer outro.
-E faz bem em pensar assim meu caro. Agora vou indo. Meu plano não se resume a estorquir apenas UMA pessoa. Hahaha!
-Ah... Ok. - Do Contra ouviu ainda por alguns segundos aquela risada maquiavélica antes de desligar. -Este cara é louco. Agora preciso saber como está a Mô.
-E eu? Você vai me descartar assim lindo? - disse alguém que saía do banheiro.
-Ahm... Você sempre soube que eu amo a Mônica, Carmem! Este nosso lance não faz sentido. Mas fique por perto. Posso precisar de você para fazer aquilo que a Mô não estiver disposta.
-Olha aqui! Se você não fosse tão bonitinho, eu te daria um tapa na cara. Mas tudo bem... Posso ser "a outra" enquanto você estiver se divertindo com a dentuça. Só não me peça para ser amiguinha dela.
-Esquece isso. Gosto da Mô do jeito que ela é. Agora vá embora. Sinto que em breve ela me visitará.
-Nossa, que grosso! - disse a garota, envolvendo o pescoço do rapaz e dando um beijo de despedida.
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Histórias que o Bairro do Limoeiro Conta
FanfictionEste bairro tem muitas histórias para contar. E todas envolvem uma turma jovem e cheia de sonhos. Em um dia como todos os outros, uma discussão abala os ânimos de um casal já conhecido pelas brigas. Enquanto isso, outros dois jovens, amigos de infâ...