Se não tem jeito, Denise resolve!

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Uma rosa caiu sobre a mesa na qual estava Denise. Esta, no susto, teve os olhos tapados por mãos largas e firmes. Era ele, pensou.

-Adivinha quem é? - a voz em seus ouvidos parecia música.

- Humm... Não faço idéia...

-Pensa um pouco... Loiro, forte, ombros largos e rosto perfeito...

-Ahm? Pera! Quem é v... - Subitamente Denise percebeu que havia se enganado. Aquela não era a voz de seu namorado. Virando-se num impulso, a garota deu de cara com Toni. A última pessoa com quem esperava se encontrar. Mas e o Cê? Ele ficara de pegar ela para o cinema naquela lanchonete... -Toni? Que palhaçada é essa garoto? Cadê meu boy?

-Fica calma ruiva. - disse, sentando-se na cadeira á frente da garota. -Eu só passei pra dar um oi e saber se você viu a Carmem por aí.

-Ora bofe... Você some com minha bff  sou eu que vou dizer onde ela se escondeu? Faz é dias que não vejo ela.

-Que estranho isso. Mas ok... Acho que vou indo agora. Dê um oi pro Cebolitos por mim, ok? - falou já se levantando pra sair. Mas Denise o segura pelo braço, o surpreendendo com uma expressão bem diferente da sua abitual:

-Ouça aqui, Antônio vulgo "Tonhão da Rua de Baixo"... Se acha que você me engana, ou que pode fazer alguma das suas comigo ou com alguém que eu gosto, está muito enganado, ouviu? Eu não sou como a maioria destes palermas com que você apronta e fica por isso mesmo. - afronxando a mão no braço do rapaz, ela sorri. -Só pra você saber.

-Ora, ora... Vou ficar esperto. Tchau ruiva. - sorrindo sarcasticamente, Toni se retira com uma mesura, inclinando o corpo teatralmente.
Esta o pegou de surpresa. Talves terá que ser mais esperto ao lidar com a garota das marias chiquinhas.

...

CASA DO CEBOLA

Denise bateu duas vezes antes da porta abrir e revelar uma cena hilária. Cebola estava com um avental cor de rosa e uma espécie de turbante muito tosco na cabeça. Além de estar todo sujo e segurando uma bacia com água.
A muito custo a garota segurou o riso nos primeiros segundos, mas não obteve sucesso por muito tempo, pois logo atrás do seu namorado, apareceu Cascão, trajado semelhante ao Cebola, porém sem camisa por baixo do avental, e com um rodo na mão. Ambos estavam com a cara de não muitos amigos.

-O-que a onteceu aqui? Show de stripe tease de circo? - falou após muitas gargalhadas.

-Ha ha ha! Você já é a terceira pessoa que vem até aqui tirar uma com nossa cara... - respondeu Cebola, dando espaço para a namorada.

-Mas sério... Oquê rolou aqui gato?

-É uma longa história... -disse Cascão lá da cozinha.

-Não é tããão longa assim, Cascão que é exagerado. Acontece que estávamos planejando um almoço pra nós chamarmos você e a Magali, só que...

-Só que esse cabeção deixou uma panela de pressão no fogo por tempo demais e ela explodiu! - Cascão bradou, erguendo as mãos de forma hilária.

-Meu Deus! Mas...

-Não foi bem uma EXPLOSÃO... A panela ficou mal tapada, e jogou caldo de carne pra todo lado. Até nas cortinas da minha mãe. Ou seja: três meses de mesada pelo ralo... - Cebola concluiu, com a mão no rosto e quase chorando só de pensar na bronca que viria pela frente.

-Ora... Vocês homens são todos iguais. Mas para sua sorte, amoreco, Denise resolve TODAS as tretas! - disse, dando um beijo no garoto e em seguida pegou seu telefone.

-Vai fazer o quê? Ligar pra Liga da Justiça? Só eles pra me salvar da fúria dos meu pais. Em três horas eles estarão aqui... - Denise o interrompe, com o dedo em seus lábios.

-Ssshiu fofo. Denise ajeita isso tudo em uma hora. Me deixa convocar alguns amigos aqui e você verá a mágica! Depois precisamos conversar sobre algo muito sério. - disse, piscando de lado.

-Ih... Lá vem bomba. - falou Cascão, varrendo um pedaço de carne em baixo do sofá, e recebendi um peteleco do amigo, como resposta.

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora