Plano Infalível

14 1 1
                                    

Cebola chegou na casa de Denise ofegante. Tremia mais do que vara verde e tinha suor descendo pela testa.

-Fala SÉLIO! Quem foi que deixou o Lúfios solto da colente?! Não pelcebem que aquele cacholo é uma mutação? Um monstlo! Abelação da natuleza! - esbravejava, dando chutes no vento e tentando se recompor.

-Minha nossa fofo! Que auê todo é este?! Levou uma surra duma alma penada, foi gato? - disse a garota ruiva, saindo de casa parecendo que ia para o maior show da temporada da Hanna Montannah. Seu estilo sempre chamava atenção, mas parecia que havia caprichado mais que nos outros dias.

-A-ah... O cacholo, digo... Cachorro mais bravo da rua. Sempre ele... - sua voz morreu na garganta. Foi olhando para a garota, dos pés até o rosto, e um "Oh!" se formou automaticamente em sua boca. Ela usava botas de borracha de cano longo e salto, uma saia preta batendo acima do joelho, camisa baby look vermelha com estampa da Milley Siriús, e uma camisa social branca presa por um cinto fino dourado. -Dê... V-Você está muito linda.

-Ahm... - foi a vez dela ficar vermelha. Observou o rapaz a sua frente e então a ficha caiu. Ele havia a convidado para sair. E estava ali, na porta de sua casa, vestido como sempre, e lindo como sempre. Balançou a cabeça para voltar ao plano terreno. - Ora, é claro né gato! Denise é sempre a mais linda da passarela! Você... Também não está nada mau, apesar da camisa amassada e o cabelo bagunçado... "Que por sinal é fofo" - pensou o fim da frase. Cebola vestia uma calsa jeans preta, usava tênis futsal simples, uma camiseta verde de basquete e casaco "adidas" preto. Simples e estiloso.

-Aham, o-brigado Dê. Vamos? - ofereceu o braço para a garota, que relutou um segundo, mas o aceitou, com cara (falsa) de quem estava apenas correspondendo uma gentileza.

...

Chegaram ao shopping na hora exata em que abriam as lojas noturnas. Andaram calados até a frente do local. Parecia que o primeiro que se pronunciasse tiraria os dois daquele momento íntimo.

-Bem... Aqui estamos. - suspirou a garota, olhando para as luzes de neón.

-Pois é... Daqui em diante não temos volta. Pelo menos uma pessoa da turma com certeza vai estar aí e... - foi interrompido pelo dedo da garota em seus lábios.

-Ssshiiu. Não estamos fazendo nada errado Cas. Vamos agir normalmente. Como dois...

-Como dois... Ahm... Ok, entendi Maga. Isso ainda vai ter que ser oficializado, né?

-Sim, mas não nos apressemos. Vamos viver cada momento.- disse por fim, abraçando carinhosamente o rapaz.

-Certo. Vamos lá então.

...

Denise rodava na cadeira da sorveteria, esperando Cebola vir com os sorvetes e observando até a forma que o ar circulava naquele local. Neste momento sua atenção se volta para um casal sentado ao fundo do estabelecimento. Quim e a outra garota... Francine. O seu alerta de "tretanews" começou a piscar imediatamente. Sabia que muito provavelmente o fato de os dois estarem por aí circulando livremente iria dar oque falar.

-Não encare tanto assim Dê. É rude. - disse Cebola, aproximando-se bem devagar do ouvido de Denise.

-AAAAH!! QUER ME MATAR GAROTO?!!! - de um pulo, a garota das marias-chiquinhas estava de pé, se abanando com um cardápio. Não soube dizer se pelo susto, ou pelo arrepio do sussurro que o rapaz deu em seu ouvido.

-Hahaha! Me perdoa Dê. Não pude segurar. - era impressão sua, ou Cebola concluiu a frase de forma super sensual de propósito? Fosse o que fosse, o mesmo arrepio tomou o corpo da garota.

-Aff! Ahm... Não faça mais isso gato. Só tenho uma vida. - concluiu, sentando-se.

-Bem... Finalmente estamos a vontade Dê. Eu... Bem. Preciso te falar uma coisa. É na verdade um pedido. Eu pensei muito mesmo antes de tomar esta decisão. E quero saber se posso contar com a sua cooperação num... Plano infalível.

-Mas heim?!!! Foi pra isso que você me chamou pra sair Cebola? Quer o quê de mim? Que te ajude de novo a voltar pra... - ela se deteve. Cebola tinha o rosto sério, mas alegre. Ele estava diferente.

-Não é nada disso Denise. Eu... - Cebola pegou a mão da garota entre as suas. -Eu quero te pedir em namoro.

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora