Resolvendo pendências

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Nem todo dia é bom para lidar com problemas de relacionamento. E hoje parecia que ia ser um destes. Cebola amanheceu já com uma mensagem de Denise:

AMORECO DA DÊ...
PASSANDO PRA PERGUNTAR PQ O SENHOR AINDA NÃO MUDOU O STATUS DO FEICE BUQUE.
ESPERO ANCIOSA
#BEIJOMELIGA

Isso tudo escrito em caixa alta, para não deixar dúvidas. E pior que hoje mesmo ele havia ficado de ligar para a Mônica e marcar um lugar pros dois conversarem. Agora teria de passar primeiro na casa de Denise. Isso se a própria ruiva não quizesse ir com ele! Não que ele fosse fazer algo impensado, mas conversar com alguém tendo Denise por perto... Não costuma ser fácil.
O rapaz resolveu se levantar, tomar um bom banho e sair pra dar uma volta. Com certeza encontraria Cascão no parque, praticando Parkour ou andando de skate. E assim fez. Ao colocar os pés pra fora de casa, no entanto, foi surpreendido por Franja. Este, já estava para bater em sua porta.

-Olha... Acho que vai chover! O "Senhor Ciência" vindo até minha humilde residência?! Que honra. - brincou Cebola, apertando a mão do amigo gênio, e percebendo que ela estava enfaixada. -Pôxa! Desculpa, apertei seu ferimento?

-Oh! Isso? - disse, apontando para a mão. -Não, não é ferimento. É mais um dos meus inventos. Fiz um dispositivo GPS em formato de chip que é introduzido sob o tecido dermal... Bem, esse é na verdade o motivo que me trouxe aqui.

-Ora... Eu não estava fazendo nada mesmo... Mas podemos ir até o seu laboratório então? Acontece que estou querendo sair um pouco.

-Claro Cebola! Ainda melhor pra oque quero lhe pedir.

...

MINUTOS DEPOIS, CASA DO FRANJA

-E então, Franja, qual é a emergência científica desta vez? E por favor não me diga que é outra máquina do tempo, heim! - disse Cebola, em tom de piada mas falando com olhar sério.

-Ora, nada disso meu caro. Estou apenas precisando de um amigo que tenha a mente aberta e seja um tanto corajoso para me ajudar a testar minha invenção... O "Chip GPS Personal Encontra-tudo". - Falou de modo tão teatral, que quase não conteve uma risada final de "médico louco".

-Ahm... Se isso não me mandar para outra dimensão e nem trocar minha mente com a de outras pessoas... Acho que posso ajudar sim. -disse, contendo uma risada e arqueando as sobrancelhas.

-Ótimo! Podemos então implantar o chip? Quer na mão, no pescoço ou na têmpora? Ah! E esqueça aquela história louca da TV sobre "Chip da Besta", este chip aqui é tão seguro como os de carrinho de controle remoto. - disse isso tudo quase sem respirar, tamanho seu entusiasmo em ter achado uma cobaia... Melhor, um ajudante.

-Bom... Se não se importa, prefiro na mão. Mas como você vai testar EXATAMENTE este negócio? - disse, olhando já arrependido para o loiro á sua frente, de jaleco branco e segurando uma espécie de pistóla injetora na mão. O olhar dele dava um certo gelo na espinha.

...

CASA DA MÔNICA - MAIS TARDE

-Então você quer conversar? Mas Cê... Eu acho que ainda não estou pronta pra te encarar pessoalmente, sabe. Olha, me escuta... Eu já entendi que você fez uma escolha e virou a página. A Magali me ajudou a entender isso, na verdade. Mas... - Mônica quase sussurrava ao telefone. Pois seu pai dormia no sofá da sala e sua mãe fazia faxina nos quartos. O telefone vago era o da sala.

-Olha Mô... Eu vi que naquela noite você estava com o Toni. Isto não me deixa nada tranquilo. Mas também quero que você fique bem e... - a garota então o enterrompeu com uma risada, á qual logo cessou, com a mão na boca.

-Aquilo não foi o que você acha que foi Cê. O Toni me levou ali para me dar uma notícia sobre o... Bem, só saiba que ele não queria nada comigo.

-Aham... Tá bom. Eu acredito em você Mô. E de toda forma, eu não tenho o direito de me intrometer na sua vida. Só saiba que apesar de não estarmos mais juntos, bem, eu me preocupo com você.

-Certo. Eu agradeço Cê. Mas, se isso é tudo, agora preciso ir ajudar minha mãe na faxina.

-Ahm... Claro Mô. Só... Só pense a respeito. Precisamos conversar pessoalmente.

-Vou pensar. Prometo. Tchau Cê.

-Tchau Mô.

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