CASA DO CEBOLA - 8 horas para a festa
Cebola preparava uma playlist com as músicas selecionadas por Denise. Esta se encontrava ao seu lado, porém estava com o pensamento muito distante dali. Pensava se deveria ou não compartilhar com Cebola o acontecido de mais cedo com o namorado da Mônica, Do Contra. Cebola não ficou sabendo por estar no treino para o campeonato do colégio.
-Você está bem, linda? - perguntou o rapaz, tirando a namorada do seu devaneio. -Parece pensativa. Saudades dos seus pais?
-Ahm? Ah! A louca. Sim. É isso... E também não tenho certeza se eles estão bem. Da última vez que falei com minha mãe, eles haviam discutido novamente. - a conversa sobre seus pais veio em boa hora. Tinha medo da reação do namorado ao saber que provavelmente, Agnes estava de volta, apesar da implausabilidade.
-Eu sinto muito por isso. Deve ser horrível ver um casamento se desmanchar dessa forma. Principalmente sendo o dos seus próprios pais. - disse, abraçando a garota e a trazendo para seu colo.
-Nem. Eu não gosto de climão darlim. Sou feliz por ter vivido minha infãncia na presença dos dois. E além disso, eu sei que você e a fofa da Maria quase passaram pela mesma situação a alguns meses. Você melhor do que ninguém me entende, não é? - algumas lágrimas sutis sublinharam suas palavras. Era uma cena rara.
-Não, não, não chore linda. - Cebola a beijou suavemente e com carinho. - Seu lindo rosto só combina com alegria e glamour.
-Ownt que fofo é esse meu boy! - disse, beijando o rapaz de forma brincalhona. -Bem! Agora vamos ao trabalho que a festa está quase aí!
...
3 HORAS PARA A FESTA
Cebola deixou Denise na casa de Magali, onde as duas iriam junto com outras garotas organizar quem trabalharia revezadamente no bifê.
Caminhando lentamente pelas ruas quase desertas, Cebola pensava na conversa que havia tido a pouco com Denise, sobre a possibilidade de algo sobrenatural estar rondando o bairro novamente. Denise resolvera por fim contar os fatos misteriosos ao namorado, que não teve reação imediata. Cebola sabia que em breve eles encarariam algo pesado. Mas resolveu não pensar nessas coisas. E convenceu também Denise a deixar as coisas como estavam.-Ora, Ora, Ora... Eu esperava te ver dando sopa bem mais tarde, Cebolitos. - falou repentinamente alguém, saindo das sombras de um beco próximo. -Mas convenhamos que você é panaca por natureza, não é?
-Quem está aí? Toni?
-Descobriu a relatividade, Einstein! Olha, não vou me prolongar, só quero que saiba o quanto me dá prazer presenciar o que está para acontecer... Peguem ele! - bradou Toni, saindo para a luz do poste mais próximo e acenando para outros dois homens, que apareceram do nada, por trás do ex troca letras.
Cebola só teve tempo de dar dois passos para a frente, antes de ser agarrado pelos brutamontes e imobilizado.-Nada de planos dessa vez, Cebolitos. Somos só eu, meus amigos, e você. Ha! Ha! Ha! Ha! - Ria entusiasmadamente, indo na direção do outro.
Dessa vez o medo tomou conta de seu corpo como nunca antes, mesmo que externamente não esboçasse nenhum sentimento. Apenas trincou os dentes e fechou os olhos. Estava bem ferrado.
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Histórias que o Bairro do Limoeiro Conta
Fiksi PenggemarEste bairro tem muitas histórias para contar. E todas envolvem uma turma jovem e cheia de sonhos. Em um dia como todos os outros, uma discussão abala os ânimos de um casal já conhecido pelas brigas. Enquanto isso, outros dois jovens, amigos de infâ...