Pressão por todos os lados

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MATA DA MOITA 10:15 DA NOITE

A noite chegou e com ela mais um banho gelado e muita humilhação por parte do capanga de Tony. Cebola se sentia como um daqueles soldados americanos presos durante a Guerra do Vientãn que eram torturados e colocados em tonéis de água fria e deixados a noite toda.

"Assistir muitos documentários e filmes sobre essas coisas pode ser útil."

Pensou Cebola após o homenzarrão deixá-lo sozinho. Desta vez o permitiram ficar sem as algemas e só o trancaram mesmo. Esse seria o erro deles.

SALÃO DE FESTAS - MINUTOS ANTES

-E foi isso que eu vi. O furgão, os homens e mais nada. Para variar, taparam a placa com um tecido vermelho.

-Caramba Dudu! Você bem podia ter seguido a droga do carro com esse seu skate moleque! -Disse uma Denise muito irritada.

-Epa! Eu que não ia colocar o meu na reta pelo tosco do Cebolácio! Ele nunca faria isso por...

-Olha lá seu pirralho! O Cê é a pessoa mais incrível e sempre ajuda os amigos e até mesmo alguns rivais dele ele já tirou de muita enrascada! - Denise esbravejava ainda segurando a camisa do goroto, que arregalou os olhos.

-Ta bem! Ta bem! Não ta mais aqui quem falou... Mas e então... Posso ir? Você tem alguma idéia de quem o Cebolinha pode ter irritado pra ser sequestrado? - Falou Dudu, pegando seu skate do chão. -Eita! Por falar nisso... Em casos assim eles ligam pra casa da vítima pedindo o resgate! Será que já ligaram para os pais dele?

Denise bateu na própria testa. Aquilo poderia ser uma possibilidade. Mas ela não estava bem convencida disso. Agora o mais importante seria comunicar o desaparecimento á alguns amigos para ajudarem a procurar por seu namorado.

-Sim, pode ser... Eu vou falar com a Mônica e alertar os outros para me ajudarem. Você... - a ruiva agarra Dudu pela gola, pois este já ia escapulindo. -Você vai até a casa dos Meneses sondar e me liga dizendo se há alguma movimentação Bad por lá.

-Ora mas eu ganho oquê com... Ahm... Melhor eu ir indo logo então... Hehehe. -disse ao ver raios saindo dos olhos de Denise.

"Meu Cedelícia... Aguenta firme que a sua Dê ta indo te ajudar. Seja lá onde você estiver."

SALÃO DE FESTAS - INTERIOR

Cascão parecia envolto em gás tóxico. Sua cabeça apitava com um alarme audível até de Júpiter. Mas tudo o que conseguia ver eram olhos negros fixados nos dele e aquela boca tão perto da sua. As respirações se confundiam com uma só. Porém aquela nem de longe era a boca que desejaria beijar no momento. Na verdade não queria muito menos estar próximo da dona dos lábios provocantes que agora eram umedecidos pela língua.

-Orra Cherrye... Não quer provar meu novo baton cerreja? Dizem que é uma DE-LÍ-CI-A. -Penha pontuou cada separação silábica, se aproximando ainda mais do ouvido de Cascão.

-N-Não gosto de... Cereja. Sério. Me dá... Coisas.

"Merda Cássio! Fuja pras colinas!"

Pensou, imaginando se teria forças para resistir por mais algum segundo.

-Vamos fazer assim... Você me dá um beijo. Um só e eu garranto te deixar voltar tranquilamente parra sua "Magrali". Que tal, mon namour? - Penha se apertou bem ao encontro do rapaz, sentindo seus músculos errijecerem.

-V-você é linda Penha... Na verdade é expetacular... Mas por favor me deixa fora dos seus planos ocultos vai... Já não bastaram os anos a fio sofrendo com os planos do Cebola e agora...

-Se você não me beijar eu grito.

Agora o rapaz se segurou no balcão para não tombar. A garota maléfica só queria ver mesmo o circo pegar fogo. E conseguiria. Principalmente porquê agora Cascão pôde ver Magali o procurando por entre as pessoas do salão. E ela estava vindo para perto do bar.

"Ferrou"

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora