Perspicácia e Autoconfiança

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MATA DA MOITA - 10:45 da noite

Cebola aproveitara que o homem responsável pela guarda havia dormido e com certa dificuldade, por falta de uma boa fonte de luz, encontrou a presília cor grafite que Carmem havia jogado em sua cela.

-Ei Cermem... Está acordada? - sussurrou na penumbra.

-Hmhum... -foi a resposta sonolenta da loira.

-Ótimo. Vou precisar que você chame a atenção do guarda. Peça para ele vir o mais perto das grades da sua cela. Neste momento estarei pronto para nos tirar daqui.

-Ahm... Ok né. Uma dama não tem direito ao sono de beleza nem numa situação horrível dessa...

-Não amola Patricinha. Reze para ter um sono de beleza novamente nessa sua vida. - diz Cebola, revirando os olhos. -Agora fique a postos. Invente o que achar apropriado. Só seja convincente por obséquio.

-Affe também não precisa xingar...

"Eu mereço." Pensa o ex troca-letras enquanto vai até a fechadura da cela, a abrindo com alguma dificuldade e a mantendo segura com um pedaço de sua camiseta.

-Oh! Que dor! Meu Deus! - alardeia Carmem, de modo tão teatral que Cebola duvida que uma criança de 4 anos a levaria á sério.

SALÃO DE FESTAS - 11:20 da noite

A situação de Cascão também não podia ser mais comprometedora e potencialmente perigosa. Magali já havia passado do meio do salão onde os outros dançavam freneticamente e agora vinha em direção ao não declarado casal. Penha, também percebendo este fato, segura o rosto do ex sujinho e o faz encara-la.

-Veja bem Cascudinho... Eu não me jogo para cima de um homem se meu objetivo não for muito relevante e claro para mim.

Cascão tentava focar sua mente em qualquer coisa para não cair no encanto quase tóxico daqueles olhos escuros e daqueles lábios venenosos mas tão provocativos.

-Ahm... Veja bem P-Penha... Eu... - e não pôde dizer mais nada. A garota o beijou com uma rapidez e intensidade possessivas, o deixando completamente sem ação.

Mônica estava ao lado de DC procurando por Magali que saíra a uns dois minutos também e por arte do destino, deram quase de cara com a cena. Do Contra já prevendo o show que sua namorada faria, a segura pelo braço mesmo sabendo que provavelmente seria inútil.

-Calma Mô...

-DC querido. Se você sabe o que é bom pra sua saúde é bom me soltar. -diz a baixinha com o olhar calmo típico dos Seriais Killers.

-Eu entendo o que você quer fazer, Mô, mas sério, nem vai precisar. Olha lá.

-Ah? - a dentuça olha para a frente e então se espanta. -Magali... Sério?

Cascão e Penha se beijavam com um ardor puramente instintivo (da parte do garoto) e manipulador (da parte da garota). De repente Cascão sente o vazio em seus braços. Algo ou alguém puxou Penha com violência para trás e o tirou do torpor.

-Mas heim? - o rapaz então vê a cena mais impensável que já poderia imaginar.

-Ah! Mas o quê?! -Penha só tem tempo de olhar bem para a pessoa que a puxou antes de levar um soco cruzado de direita que a faz cair ao chão. Cascão coloca a mão na boca com o susto e antes de falar um baita palavrão.

-Toca no Cascão outra vez e não vai ser apenas um soco que vai receber! - diz Magali, parada á frente do bar, olhando bem nos olhos da francesinha desabada no chão enquanto massageava o punho. -Vêm Cas! Eu não vou te culpar dessa vez. Todos nós conhecemos bem essazinha.

Cascão só conseguiu estender a mão para a de sua namorada e, calado como um zumbi, a seguiu até fora do salão de festas. Os dois precisavam dar um tempo daquele ambiente.

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora