Mônica não gostava nada da idéia de sair com um sujeito como Toni, mas sua cabeça andava cheia demais para reclamar. Principalmente podendo andar por aí exibindo aquele rapaz lindo ao seu lado. Pensando bem, as bolas foras do Toni não se diferenciavam taaanto das do Cebola assim.
Ela saiu de casa cedo, e o esperou em frente ao ponto de táxi ao lado de sua casa. Valeu a pena, visualmente dizendo, pois logo um táxi parou e dele desceu aquele "semi-deus" grego. Era um belo disperdício tudo aquilo ao redor de uma mente tão machista, mas era o que ela tinha pra hoje.-Ao menos você podia ter ficado feliz por eu ter pago. - disse Toni, entrando na sorveteria logo atrás da garota.
-Ora Toni! Era sua obrigação! Você que me convidou para sair. E afinal...- disse ela, enquanto sentava em uma das mesas ao lado do balcão. Eles passaram tão depressa pelo corredor até o balcão do estabelecimento, que não viram nenhum dos conhecidos. - Pra quê que você me convidou? Da última vez você aprontou uma baita presepada para me separar do Cebola.
-Olha Mô... Eu me arrependo ok. Não deveria ter agido daquela forma. Queria que me perdoasse. Mas minha real intenção em te chamar pra sair... Era te pedir ajuda.
-Ajuda? Como assim? - agora sim ela estava desconfiada.
-Bem, na verdade não é exatamente para mim. É para um amigo. Ele está passando por um problema um tanto quanto sério.
-Não tem a ver com... Drogas nem nada do tipo, não é Toni? - Mônica lembrava bem do tipo de amigos que o Toni costumava ter. Certa vez o viu levar uma dura da polícia por andar com elementos perigosos do Bairro das Pitangueiras. Hoje em dia aquele era um tipo de "boca de fumo" bastante frequentado, e o Toni costuma dar uns rolês por ali. Claro que ela sabia que ele não era um drogado, mas...
-Claro que não Mô! Er... Ele está quase entrando em depressão. - Toni fez cara de abatido, passando a mão pelo cabelo.
-Oh... Eu... Me desculpe...
-Nada. Só que tem mais. Você também o conhece. E bem.
-Sério? Essa não. Me conta quem é! - a garota estava aflita, pois sabia o quanto a depressão pode ser uma doença grave. Um primo seu havia passado anos tomando remédios devido este problema.
-É o Maurício.
-Oh não! - deu um pequeno grito. -Mas... O DC estava bem lá no colégio. Será que não é impressão sua?
-Bem que eu queria que fosse Mô. A depressão costuma ser um problema quase invisível. E você conhece o Maurício. Ele não gosta de contar seus problemas nem para os pais dele.
-É verdade.
...
Denise saiu do banheiro após uns dez minutos, já com outra cor de batom e sombra. Olhou para a porta da sorveteria antes de ir até seu mais novo namorado. Viu então Magali, que lhe deu um aceno e um sorriso. Viu também Quim e sua nova parceira, que estavam estranhamente próximos á mesa de Magali, e Cascão chegando e sentando ao lado (colado!) da ex-gulosa.
Ok. Coisas estranhas e novas fofocas, tudo muito bom. Mas daí ela viu o mais absurdo. Toni e Mônica. Sentados á frente do balcão da sorveteria. Porquê que era absurdo? Simples. Esta não era a ÚNICA SORVETERIA do Bairro do Limoeiro!-Dê! - chamou Cebola. Sua atenção voltou para quem realmente importava ali.
-Ah... Cheguei gato. Desculpe a demora. -disse, aceitando o beijo do seu namorado.
...
- Mônica? - falou Toni em voz alta, tirando a garota do transe em que estava.
-Oi? Ah... Vamos embora daqui Toni. -disse ela, baixando a cabeça. Toni não havia visto a cena que acabara de ocorrer atrás de onde estavam, pois estava atendendo uma ligação e olhando o cardápio de sorvetes.
-Mas por quê? O que... - seus olhos quase saltaram para fora ao se virar para a direção oposta. Cebola e Denise? Mas que negócio era esse? Carmem haveria o traído e feito trato com aquela fofoqueirinha ruiva, ou...
-Eu vou embora desse lugar Toni! - gritou Mônica.
Neste momento Toni percebeu que nada mudava a configuração dos seus planos. Apenas mudou a pessoa com que o "Cebolitos" traiu a dentuça. Sua vingança havia começado bem. Agora era a segunda parte.
-Calma Mô... Ei! - Toni não teve tempo de segurar a garota, que passou por ele como um raio. Do lado de fora estava começando a chover. Toni passou pela mesa de seu inimigo declarado com um sorriso sarcástico. Mas não podia deixar Mônica fugir de vista, apenas por isso não parou ali.
Cebola não havia visto Mônica, apenas percebeu que era ela, quando esta se levantou da mesa, encarando ele e Denise, que estavam conversando animadamente. Ele ainda se levantou para ir falar com ela, mas Denise o impediu.
-Cê. Ela não é fácil quando tá irritada. Você sabe. -disse a garota ruiva, segurando seu braço. - Nós dois conversamos com ela depois, juntos. Pode ser?
-Tudo bem. Só espero que ela não fique tão mau. Nós dois já sabíamos que uma hora ou outra um de nós iria parar de tentar.
-Estou com você amore. Agora deixa o Toni pra lá, seus olhos estão quase soltando faíscas.
-Certo. Olha... o Cascão e a Magali estão ali! - disse, dando um aceno para os dois. - Vamos lá falar com eles! - já falou se levantando e puxando Denise pela mão.
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Histórias que o Bairro do Limoeiro Conta
Fiksi PenggemarEste bairro tem muitas histórias para contar. E todas envolvem uma turma jovem e cheia de sonhos. Em um dia como todos os outros, uma discussão abala os ânimos de um casal já conhecido pelas brigas. Enquanto isso, outros dois jovens, amigos de infâ...