Cenário Montado

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Denise sentiu borboletas no estômago. Seus membros não respondiam comando racional algum. "Namorar? Comigo? Isso é sério?", era o que conseguia pensar.

-Eu quero que saiba Dê, que este meu pedido, não é algo que estou fazendo "contra a Mônica". Mas sim... Algo que quero A FAVOR de MIM. Eu simplesmente cansei de estar só em uma relação maluca. E você... Eu gostei de você no tempo do Ensino Fundamental. Nunca revelei isso por orgulho. E agora... Quero tentar.

-V-você... Eu... Cê. Isso foi uma baita surpresa pra mim gato. - Denise pela primeira vez em anos, se sentiu sem argumentos. Estava exposta. -Posso pensar? Digo... Ai que loucura.

-Claro Dê. Tem tempo para pensar. Mas saiba que estou aqui.  Não vou te forçar, mas meu sentimento é sincero. Só quero que saiba disso. - Cebola ainda segurava a mão da garota. Depositou um beijo demorado no dorso da mão dela e a soltou.

-Ora... Quer saber?! Quem não arrisca come cru! - Denise se apoia na mesa, quase subindo na mesma, puxando o garoto pela gola da camisa e aplicando um beijo digno de filme. Cebola estava despreparado para aquela atitude da garota, mas aproveitou para tira-la do seu lugar e senta-la em seu colo. Pouco se importava para os transeuntes e sabia que Denise era um tipo único de garota, do tipo que prefere ser o centro das atenções e era auto-suficiente.

...

Quim mexia o seu Sunday de morango para um lado e para outro. Parecia enebriado pela simples presença da garota a sua frente.
-O quê foi lindo? - disse Francine, tirando o rapaz do "transe". -Está sem fome?

-Ahm... Ah, não amor. Estou imaginando que cara de sorte eu sou... Você é muito para um zero á esquerda como eu.

-Não diga isso de novo Joaquim! Pare de se menosprezar! Eu já pedi. - ela o encarou seriamente.

-Ok. Desculpe linda. É que eu fico pensando no mal que fiz para a Magali. Atrapalhei a vida dela por tanto tempo... Já não amava ela como na infância. E mesmo assim fiquei alimentando o relacionamento, além de não defende-la dos ataques do meu pai.

-Ei. Quim, meu bem... Olha, você foi inconsequente, mas por falta de opção. Ela parece ser uma garota muito dócil e amável, então com certeza não vai guardar mágoa de você. Você mesmo não foi lá e contou tudo pra ela?

-Uhum...

-Então meu bem. Você precisa SE desculpar.

Quim aceitou aquele argumento. Francine era não só linda e carinhosa, mas tinha também a alma boa como Magali. Assim que a conheceu, ele por um tempo teve medo de estar projetando nela, as características que tanto o atraiam na agora ex-namorada, mas não. Francini era muito independente e articulada. E tinha mais firmeza para lidar com situações difíceis. Magali era frágil e precisava ser protegida.

-Nossa, que casal assanhadinho... - disse Francine, novamente tirando Quim de seus pensamentos. Ela olhava meio de lado, discretamente, para o casal da mesa ao centro da sorveteria. A garota estava no colo do rapaz, e ria enquanto se beijavam apaixonadamente.

-Olha só! Mas aqueles são o Cebola e a Denise! Quem diria! - Quim estava de boca aberta. Neste momento, outro casal entra no recinto, de mãos dadas...

-Ual! Isso é a coisa mais louca que já vi... - Cascão tem a boca tapada por Magali, que um pouco espantada e constrangida, o arrasta até uma mesa perto da porta do estabelecimento, tentando também, não chamar atenção para si.

-Quieto Cas... Vamos esperar aqui um pouco e depois você vai até o balcão e faz nossos pedidos. Minha nossa... O Cebola está ficando doido. - disse rindo discretamente. De repente seu olhar congelou e parou de rir.

-Né isso... Maga? Tudo bem? - Cascão percebeu o semblante duro da garota e seguiu seu olhar, dando com a vista no casal da mesa por tras da deles. Magali apenas baixou a cabeça e fechou os olhos.

-Ahm... Se você quizer ir...

-Não Cascão. Tudo bem. Na verdade, está perfeito! - ela o olhou com brilho nos olhos e um sorriso determinado.

-Essa é a minha garota! Digo... - o rapaz se enrolou por um segundo, acanhado. Ainda não estava acostumado áquela realidade.

-Tudo certo Cas. Meu "Sujinho". - respondeu ela, com a mão em seu rosto, num gesto carinhoso.

-Olha... Não sei como vivi sem você assim comigo por tanto tempo. Er... Você entendeu.

O casal do centro da sorveteria diminuiu o "fogo", com a garota indo até o toaillet, e Cebola tomando um refrigerante com tamanha tranquilidade como se estivesse em casa. Cascão foi fazer o pedido dos dois, não sem antes passar pelo amigo e dar aquele velho tapinha nas costas, como que dizendo "garanhão heim!". Magali revirou os olhos imaginando as conversas que os amigos teriam depois.

-Ai ai ai... Só falta agora aparecer por aqui a...

-Mô! Eu só não quis pagar um preço injusto pra um taxista ladrão, ora! - bradou um rapaz bonito de cabelos loiros, acompanhado da baixinha invocada, que entrava na sorveteria já pisando duro.

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