Sombras BEM presentes

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CASA DA MÔNICA - 21 horas antes da festa.

Magali chorava copiosamente. Enquanto Mônica tentava a todo custo entender como podia o seu namorado estar conectado a um ato tão viu quanto aquela montagem assombrosa. De fato, desde a tarde do dia anterior, ficara sem contato com DC. Mas era muito improvável que tenha sido ele mesmo a produzir a tal foto. Do Contra não era chegado a Fotoshopp, exatamente por todos os seus amigos ou conhecidos saberem e costumarem mexer muito em editores de imagens.

-Olha Magá... Eu sei que você também, como eu, sabe bem que não foi o DC quem FEZ isto. E, bem... Vou fazer o seguinte: vou até a casa dele agora ver se ele tem notícias do aparelho dele. Se tiver sumido, e eu acho que é o caso, vou pedir a alguém o número da francesinha de araque! Ela vai ter que explicar isto direitinho!

-Mas Mô... Eu não creio que ela saiba também... - Magali enxugou o rosto e pareceu controlada, para o alívio da amiga.

Neste momento uma batida na porta chama a atenção das quatro jovens presentes. Marina olha para a dentucinha, perguntando apenas com o olhar se podia atender ou não. Mônica confirmou com a cabeça e ela foi até a porta. Várias batidas se seguiram.

-Já vai! - exclamou, abrindo a porta e dando de cara com Nimbus, que parecia aflito. -Nimbus? O quê houve? Que cara é essa?

-Ahm... A Mônica está? - foi só o que ele disse.

-Sim Nimbus. O quê aconteceu? - Mônica já estava por trás de Merina. -Entre! Você está esquisito.

-É que... Aconteceu um incidente com o DC e... - Nimbus teve que trancar a respiração e soltar lentamente, quando Mônica pulou para sua frente e pôs as mãos em seus ombros.

-O que é que você está querendo dizer? Desembucha! O quê aconteceu com meu namorado? Conta!

-Calma Mô! - Marina tentou acalma-la, mesmo sabendo que era mais fácil tentar parar um Titanic no abraço.

-Ele caiu. Tropeçou da escada. Não foi tão grave assim, mas vai ficar no hospital para observação. Levou alguns pontos na cabeça e... Ahm... Desculpe Mônica, joguei tudo duma vez, né? - Nimbus viu os olhos da dentuça crescerem a cada palavra sua. Mônica não pôde mover um músculo com o susto da notícia dada assim, de surpresa.

-Meu Deus! - Pos as mãos no sofá ao seu lado para não desabar ao chão. -Oh meu Deus! Preciso ver ele! Magá, Denise! Vocês vão comigo, né? - disse em tom de ordem, já indo até a escada. Precisava pegar sua bolsa e correr para o hospital. Algo parecia muito errado. Não sabia dizer o quê, mas alguma coisa além do fato do seu namorado ter caido da escada de sua própria casa, a deixava muito espantada.

Em um minuto todas as jovens e o rapaz saíam para a rua. Um vento frio varria as calçadas e quintais das ruas do Limoeiro. Um trovão ao longe anunciou a forte chuva que cairia logo mais. E havia uma festa para ser preparada.

...

CASA DO CEBOLA - 19 horas para a festa.

Cebola assistia um documentário sobre simbolos Voddu e outras práticas chamãnicas tribais antigas. Sua atenção estava tão voltada para este vídeo, que nem percebeu as várias mensagens de sua namorada, enviadas a pouco. De repente o seu celular tocou. Era Denise.

-Oi linda! Ah? O quê? O Do Contra? Nossa! Que loucura! Eu? Ahm... Tô só pesquisando algumas coisas aqui no Googlo. Sim. Ta ok. Diz pra Mô que eu sinto muito e estou desejando que tenha dado tudo certo. Ta. Também te amo. Beijo linda. Até. - desligou e ali travou. Seus olhos fitavam uma foto na tela do seu Notebook. Só podia ser aquilo.

...

HOSPITAL GERAL DO LIMOEIRO

Os pais de Do Contra e Nimbus já haviam ligado para o hospital e souberam que o filho estava fora de perigo. Os dois estavam em viagem de negócios pela Europa e só estariam no Brasil em Fevereiro. Nimbus deixara Ramona no hospital, mesmo a contra gosto do irmão, para dar a notícia á Mônica. Os dois agora se dirigiam para a enfermaria, ala oeste. Chegaram ao quarto onde estava o rapaz e este não teve outra atitude a não ser abrir os braços, recebendo da namorada um abraço de urso.

-Eu fiquei tão preocupada com você. Sua cabeça... - ela passou a mão pela faixa que cobria toda a cabeça do rapaz, sentindo uma leve protuberância sob a parte onde, supôs, estava o corte.

-Não foi nada. Já passei por coisa pior e você sabe. Mas é muito bom ter você aqui.

-Vou deixar vocês a vontade. - disse Nimbus, saindo lentamente.

-Não precisa irmão. Quer um maço de velas? - retrucou DC, recebendo da namorada um olhar severo de repreensão. Nimbus mostrou a língua de forma bem humorada e saiu.

-DC. Me conta. Como foi esse seu "acidente"? - interpelou a baixinha, olhando dentro dos olhos do namorado.

-Não é simples assim Mô. Não sei como dizer isto. Mas simplesmente fui empurrado escada a baixo. E tem mais... - disse, entregando á ela o próprio celular, ligado e mostrando uma foto estilo "self", tirada no exato momento do incidente com Do Contra.

-Não pode ser! Agnes?

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora