Histórias que o Bairro do Limoeiro Conta

Surpresas sem fim

Após alguns minutos de ligações e mensagens, uma verdadeira força tarefa havia sido mobilizada por Denise, que chamou os contatos mais variados de sua vasta lista telefônica, incluindo até dois garotos desconhecidos da turma, que eram seus primos.

-Denise! Que exagero é esse? Umas três pessoas já era suficiente... - disse Cebola, boquiaberto diante da eficiência da namorada e das dez pessoas paradas á frente de sua casa.

-Ora, meu love, se não for pra abafar eu nem faço, você me conhece. Agora sem enrolação... Mãos á obra povo lindo! - Denise empurrou literalmente cada pessoa para dentro da casa, distribuindo funções em duplas.
Luka ficou responsavel por ajudar Irene a passar pano nos móveis e no balcão da cozinha, com produtos variados pra desengordurar; Titi e Jeremias foram "convidados" a lavar o chão e as paredes; Magali e Marina foram instruidas a lavarem as capas de sofá e as cortinas, além da toalha da mesa; Cebola e Cascão ficaram com a limpeza das janelas da cozinha e a porta para o quintal dos fundos. No fim, Xaveco e Dudu ficaram responsáveis por lavar a louça.

-Mas Dê... E você e a Maria Melo? - Perguntou Magali, com um fardo de cortinas sujas nos braços. -Vão ajudar em quê?

-Ora monamour... Claro que vamos gerenciar tudo, não é? Além de ficarmos de olho pra ver quando o Senhor e a Senhora Cebola chegarem. - argumentou Denise, deixando a ex comilona sem palavras, saindo em seguida para a lavanderia.

...

Uma hora e quarenta minutos depois, todos estavam na sala. A casa estava um verdadeiro "brinco". Não parecia que absolutamente nada desastroso havia acontecido uma hora antes.

-Olha Dê... Não sei como agradecer! Você salvou minha pele! E vocês também galera! Muito obrigado mesmo. - disse Cebola, agarrado ao pescoço da namorada, cansado mas já de banho tomado. Todos tomavam uma limonada revigorante, preparada por Magali e Marina. Neste exato momento alguém toca a campainha.

-Essa não! As cortinas ainda estão secando! - Cebola deu um pulo para atender, mas Titi já havia aberto a porta. Para a surpresa geral da turma, não eram os pais do ex cinco-fios.

-Ahm... Olá gente. -Acenou Mônica, acompanhada por alguém que ninguém pôde ver de cara. -Espero não ter aparecido em má hora.

-Ora Mô, que nada. -respondeu Magali, antes que Denise falasse algo "espontâneo" demais. -Só estavamos ajudando o Cê com um problema doméstico.

-Aham, que bom. E fico mais feliz que estão tantos amigos aqui. Tenho uma... Noticia pra dar a vocês e prefiro não esconder de ninguém. - Neste momento Mônica entra e revela quem estava atrás de si. - Entra DC.

-Ahm... Oi pessoal. Quanto tempo.

Neste momento as reações foram as mais variadas, desde um simples "Oh!", até um baque que chamou a atenção de todos. Foi Cascão, que estava sentado no braço de um sofá, e caiu de costas. Após algumas risadas, que deixaram Magali vermelha, todos voltaram suas atenções aos dois membros da turma.

-Eu trouxe o Do Contra aqui, quase arrastado, pra falar primeiro com você, Cebola. Mas é ainda melhor que a turma esteja aqui. Acontece que o DC esteve passando por momentos difíceis nos últimos meses. E ninguém percebeu. Foi preciso que o... - Mônica deu um suspiro profundo, pensando se deveria ou não citar aquele nome ali. Mas o próprio Do Contra resolve a interromper.

-O Toni é meu amigo. Isso não é segredo pra ninguém, Mô. Pode continuar.

-Pois bem... Vocês me viram naquela... Noite, com ele na sorveteria, pois ele queria me falar sobre o estado de saúde do DC. Ele estava com suspeita de depressão. O motivo não vêm ao caso. Mas o importante é que eu fui até ele e ofereci minha ajuda. Nos aproximamos como no passado, e agora estamos juntos.

-Isso mesmo. Estamos namorando. - concluiu Do Contra, olhando bem nos olhos de cada um dos que ali estavam, e parando em Cebola. Nunca em sua vida sentiu tamanho prazer ao dar uma notícia. - Não vão nos dar os parabéns?