Marcando encontros

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CASA DO CEBOLA

-Alô, Denise?

-Oi Cê! - atende uma voz animadíssima

-Ahm... Dê, será que você poderia sair comigo hoje? Lanchar, quem sabe? Estou numa chatice enorme aqui.

-Ah! Quer saber se EU PODERIA?! Eu adoraria! Quero dizer, a louca! Claro que sim! Estava mesmo precisando sair um pouco hoje!

-Nossa que bom! - Cebola quase dá um pulo na cadeira. Percebendo sua animação, a garota ruiva do outro lado da linha ri. -Então... Ahm, umas seis horas eu passo pra te pegar?

-Nananinanão bofe! Denise só sai assim de casa junto com a lua! Sete em ponto! #BeijoMeLiga!

-Ah, ok... Dê? - a garota havia desligado. Mas ele sabia. Aquela era Denise.

...

CASA DA MAGALI

-Alô? Ah, oi Cas!

-Ahm... Oi Maga. Tudo bem? Quer dizer... Você está bem?

-Estou sim Cas. Eu... Acho que faz tempo que estive tão leve na verdade.

-Poxa! Que alegria te ouvir dizer isso! Sabe... Fiquei preocupado. - sabia que estava enrolando demais, mas era preciso.

-Own que fofo. Mas é sério. Me sinto muito bem. Mas só ligou pra saber isto? Poderia vir até aqui...

-Não é isso! Digo... Não é SÓ isso. É que eu... Bem, eu queria te chamar para tomar aquele sorvete. Ou comer um lanche. Tipo... Hoje.

-Ah! Bom... Acho que seria uma boa! Estou precisando mesmo espairecer.

-E-então isto é um... Sim? - Cascão quase tossiu no fone do celular.

-Claro seu bobo. Só preciso tomar um banho aqui e em meia horinha tô pronta. Você passa por aqui ou...

-Faço questão! Digo... Er, sim. Passo por aí. - sorriu triunfante. Estava tudo como deveria ser. - Então tá. Até já, já Maga.

-Até Cas. Beijo.

...

CASA DA MÔNICA

-OH MANHÊ! -grita Mônica, com a cabeça pra fora da porta do banheiro, pra sua mãe que estava no andar de baixo, se arrumando pra ir a algum lugar.

-Que foi meu amor? Não vai dizer que esqueceu a toalha de novo? - respondeu dona Lúcia, nos pés da escada.

-Nada disso mamis! É que hoje eu vou sair com... Um amigo. E se por acaso a Magali ou outra das meninas aparecer por aqui, a senhora faz o favor de dizer que eu estarei em casa as dez?

-Claro meu bem! Mas se me permite perguntar...

-Ih, lá vem! - a garota revira os olhos.

- Este seu "amigo" seria por acaso o Cebola, ou o Maurício?

-Do Contra mãe! E não... Não se trata de nenhum dos dois. Mas calma. Vou apenas tirar umas dúvidas e tentar me reconciliar com ele. Nada demais. Vamos só lanchar e conversar.

-Bom... Ok então. Desde que não volte para casa em prantos de novo, tudo bem! Agora comporte-se e espere seu pai chegar antes de sair! A comida dele está no forno. Estou indo na casa da... - Mônica estava muito imersa em seus pensamentos para ouvir o resto. Afinal... O quê Toni queria?

...

CASA DO DO CONTRA

Toni estava sentado totalmente despojado no sofá. Ao seu lado, Carmem roia uma cutícula, com a cara dura e vez ou outra olhando o relógio.

-Olha Toni! - Carmem diz, se ajeitando no sofá. -Se isto tudo der errado, você me paga viu. Imagina o mico no colégio... Eu na boca do povo por ficar com aquele baixa-renda! Quero nem pensar...

-Ora "Frufruzinha". Você não vai "Ficar" com ninguém! Você vai apenar beijar de forma cinematografica e apaixonada, um rapaz cujo o qual você gosta desde a infância. - disse Toni, de forma sarcástica. Carmem sentiu um breve arrepio de asco. Pelo menos Cebola era gente fina. Jamais toparia fazer o que estava para fazer, se ao menos sonhasse que a pessoa a ser beijada fosse o Toni. Ele era lindo. Sem dúvidas. Mas também era perigoso e mau. Como uma Medusa.

-Eu não ligo para nada. - se pronunciou Do Contra, que lia uma revista de culinária do Camboja. -Só não quero ver a Mô deprimida. Faça com que ela busque alguém para a consolar depois. De preferência, eu.

-Seu pedido é uma ordem, "Amo". - Toni diz, levantando do sofá e indo para a porta. - Vamos Frufruzinha! Está na hora.

-Não me chame assim seu...

-Hahaha!

Aquela seria uma noite agitada. E iria chover.

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora