A grande festa

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CASA DE EVENTOS "LIMONIGHT" - 9:00hs da noite

-E então meu povo bafônico!!! Finalmente chegou o grande dia, ou melhor, a grande noite que tanto esperavamos! - disse alvoroçadamente Denise, abrindo os braços e dando boas vindas a si mesma e aos convidados. A festa de fim de ano deste ano letivo havia ficado na responsabilidade da Mônica, porém, Denise tomou para si quase todos os detalhes e assim, estava se sentindo muito realizada ao ver que, pelo menos aparentemente, daria tudo certo.

-Oi Denise! Eu adoro essa sua animação. Ela tira um pouco do frio do meu estômago. - respondeu a própria baixinha, cumprimentando-a após chegar ao lado de Do Contra, que por sua vez, adoraria não estar ali. Desde o oncidente do dia anterior, seus sentidos o alertavam para algo ruim, mesmo que não tivesse noção do que fosse. E também jamais foi fã de festividades escolares.

-Olá gente do meu agrado! - cumprimentou Magali, em tom muito descontraido, chegando junto com o ex sujinho da turma. Cascão parecia um pinto molhado. Literalmente. Alguém com muito pouca noção de quem era ele, passou bem sobre uma poça d'água -cortezia de uma chuva de um dia atrás- e o banhou quase por completo. O rapaz pragueijou e quis voltar imediatamente para sua casa, mas a casa de shows relativamente distante do seu quarteirão. O jeito foi ir assim mesmo.
O animado grupo ainda ria da explicação hilária que Magali fazia sobre o ingortunio de seu namorado, quando o próprio Cascão deu por falta de alguém.

-Ei Denise, cadê o careca? Ta certo que ele é de se atrasar, mas pensei que ele estaria aqui bem cedo pra te dar uma mão.

-Eu liguei no celular dele e nem tchum! To achando que descarregou. Aquele ali é mais avoado do que o Astro naquela nave redonda dele! - respondeu Denise, já pegando seu próprio celular e tentando novamente ligar pro namorado. -Humm... Nada. Bom! Daqui a pouco ele aparece por aí.

...

NESTE MOMENTO, EM ALGUM LUGAR LONGE DALI

Cebola sentia o sacolejado da velha kombi na qual o jogaram minutos atrás. Seu cabelo estava ensopado de suor misturado com sangue. Havia levado uma sova dos dois grandalhões que, com a ajuda de Toni, e a mando deste, o fizeram passar por momentos verdadeiramente dolorosos. Agora Toni sumira, deixando-o a encargo dos comparças. Cebola teve o aparelho celular tomado e viu com aflição quando o próprio Toni arrebentou o aparelho contra um muro. Era um absurdo que, naquele momento, uma única alma viva resolvera passar por aquela via do bairro. Porém agora o que adiantava para o rapaz se aconteceu ou não de alguém o ter visto? O fato é que estava sendo sequestrado. Talvez seria seu fim, ou não. Nada era mais importante do que saber o próximo passo daquelas pessoas em relação a ele. E em sua mente só vinha o rosto dela.

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora