Bons e velhos amigos

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- Como assim, por causa da Monicota? Conta esse babado direito Maga sua louca! - Denise fala, com a mão nos ouvidos, fazendo "conchinha" pra ouvir melhor.

- É... Que é que eu tenho a ver com isso?

- Bem Mônica, pelo seu histórico de surras aplicadas por você na maioria dos garotos do nosso bairro e no colégio... Já era pra você ter sacado o motivo, não acha? - Magali dá uma piscada para a amiga, que apenas revira os olhos em resposta. - Pois bem... O Quim imaginou que de última hora, você pudesse surtar e partir pra cima dele, ou pior, da... Francini. E daí ela simplesmente ignorou isso  e resolveu improvisar por conta própria. Como ela não me conhecia pessoalmente, assim que ele apontou para a nossa turma do outro lado da rua, assim que eles haviam decido do ônibus, ela simplesmente o puxou e o beijou. Ele já estava apaixonado por ela e não teve reação, mas quando viu oque ela tinha feito, ele teve tanta raiva, que resolveu mandar tudo pras cucúias e pronto... Ufa! Foi isso.

- ...

- ...

- Não vão dizer nada? Vão em frente... Podem dizer. Sei que vocês estão explodindo. - Magali disse sorrindo meio sem graça.

- Isso é tudo? E você acreditou em tudo e pronto? - Mônica quase cuspiu as palavras.

- Bom... Que chumbrega! Tipo... É isso? O bofe achou alguém melhor e pronto? - Denise falou parecendo derreter para fora da pequena poltrona em que estava.

- Decidi dar por encerrado nosso caso. E agora somos (ou seremos) bons amigos. Simples assim. E quero do fundo do coração que ele seja muito feliz. Tanto na profissão dele, como com a Francini. Ele disse que assim que a poeira baixar, vai me convidar para conhecer ela. Ele jurou que ela está arrependidíssima pela forma super errada que se portou naquele dia. E sabem por quê eu acreditei nele?

Nenhuma resposta.

- Porquê ele JAMAIS mentiu para mim nestes 15 anos de namoro. - Magali sorriu triunfante com este último argumento. Ela sabia que as garotas sabiam que era verdade.

...

CASA DO CASCÃO

- Vou ligar para ela hoje.

- Tem certeza? Faz tão poucos dias...

- Mas estou decidido. Se eu me prender em casa por mais tempo vou acabar pirando.

- Bom, você que sabe Careca. Mas se a Mônica surtar eu não sei de nada, ok?

- Ela não vai nem perceber minha presença Cascão! E mesmo se perceber, eu e a Denise somos SOLTEIROS, e além disso... Qual direito ela tem de dizer com quem eu tenho ou não que me relacionar?

- Você sabe oque eu penso disso... Mas você foi tão camarada me ajudando a tomar coragem no meu... Ahm, no meu CASO, que eu também desejo que você fique de boa meu amigo.

- Valeu grudento... - Cebola deu um tapa no ombro do ex-sujo, que retribui.

- Grudento é a senhora sua vó!

- Mas e você? Quando vai se declarar pra "você sabe quem"? Não vá dizer que amarelou heim!

- Estou me preparando pscologicamente para a possibilidade enorme que existe de levar um "não" bem grande, ora! Isso leva tempo...

Na verdade Cascão tinha motivos para estar apreensivo. Ele não queria nem sonhar em estragar sua amizade com a comilona. E sabia que ela poderia usar este argumento para lhe dar um fora. Mas ao mesmo tempo, seu coração sabia que não teria mais nenhuma noite em paz caso adiasse ou desistisse de expor seus sentimentos. Ele a amava.

Histórias que o Bairro do Limoeiro ContaOnde histórias criam vida. Descubra agora