5- HENRIQUE- CAFÉ

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CAPÍTULO 5


(Por Henrique)



Meu corpo já estava cansado e a mente então nem se fala.


Bruna se mandou apenas me enviou uma mensagem avisando que retornaria apenas quando fosse realmente necessária a sua presença. Sendo assim, sobrou tudo para mim.


Reuni meus funcionários da fábrica da capital e começamos a organizar tudo.


Ao passar dos dias, a fábrica ia ganhando forma e eu não via a hora de tudo estar em seus devidos lugares e dando muito lucro, pois já tínhamos um pedido grande para meus perfumes de sempre. Mas queria desenvolver um novo, um que jamais seria esquecido. Eu nem mesmo sabia por onde começar, pois o cheiro estava na minha cabeça e eu precisaria fazer muitas pesquisas e experimentos até conseguir.


Rodrigo chegou essa manhã todo animado, o safado não quis ficar em meu apartamento, alegando que o hotel seria melhor para encontrar alguém para esquentar a cama.


- Tá Henrique, não me olhe com essa cara, já disse que sexo faz bem para corpo e alma, e que você vai acabar causando uma tendinite de tanto "bater uma"; sozinho no banheiro.


Não respondi nada, pois Rodrigo sabia ser idiota quando queria, e eu não era como ele, eu já fui, logo que Andréia acabou com minha vida eu realmente comi muita mulher, mas com o passar do tempo vi que não iria adiantar, pois o vazio sempre estaria ali. Fora a canseira que dava para despachar aquelas que queriam casamento e amor eterno. Estou bem assim.


- Vamos Rodrigo, estou com fome, cansado, e não aguento mais esse teu papo, e nem faz duas horas que você chegou. - sorrimos juntos, pois ele sabia que eu o considerava muito, como um irmão.


- Onde vamos comer?


- Eu vou fazer uma comida em meu apartamento, preciso descansar vamos?


- Mas nem amarrado vou me trancafiar em um apartamento contigo. Nós vamos almoçar na rua, e ver as mulheres dessa cidade. Onde tem um lugar bom?


Revirei os olhos, pois não iria adiantar eu explicar que estava cansado, ele iria me arrastar de qualquer maneira.


- Não sei. - falei encolhendo os ombros, pois o único local que tinha comida que fui, foi o mercado perto do apartamento, pois estou aqui para trabalhar e ver resultados, não conhecer a gastronomia da cidade.


- COMO NÃO SABE? - perguntou Rodrigo com os olhos arregalados. Nada disse, só fiquei ali parado, esperando.


- Tem um café perto da praça central muito bom, fomos lá ontem, e tem uma garçonete de tirar o chapéu. - respondeu Ronaldo, nosso assistente de computação.


- Ótimo, adorei esse café, quem sabe não largo essa garçonete na tua e você melhora esse humor depois de uma boa trepada.


Com um aceno de cabeça para Ronaldo fui me dirigindo ao meu carro, pois já tinha passado em frente a esse café e sabia onde era, e Rodrigo se não saísse ligo ficaria para trás e eu não iria mostrar o caminho ele que se virasse sozinho.


Estaciono meu carro em na única vaga do café, orgulhoso, pois vejo que Rodrigo terá que estacionar longe, pois não avisto nenhuma vaga disponível próxima.


O cheiro de café entra em meu nariz me fazendo suspirar, lembro que minha mãe sempre dizia que eu seria um homem de cheiros, hoje entendo porque me encantei desde cedo por sua paixão em criar fragrâncias para cada ocasião e estilo de mulher, mesmo ainda não tendo conseguido encontrar aquela que está apenas dentro de mim.


O café era pequeno, mas agradável, um senhor me recebeu na porta e me dirigiu a uma mesa no canto na janela, informei que estava esperando um amigo para fazermos o pedido.


Enquanto Rodrigo não chegava fiquei analisando tudo ao meu redor, e sentindo todos os cheiros que aquele café estava me proporcionando.


- Será que era esse o café que o Ronaldo falou, pois não vi a garçonete gostosa, só um casal de idosos. Rodrigo sentou-se em minha frente direcionando a cabeça para o senhor que me atendeu na chegada e uma senhora que não tinha visto atrás de uma caixa registradora.


- Por favor, estamos aqui para comer e não caçar garçonetes, você viu que horas são para estar pensando em mulheres?- quando Rodrigo ia falar algo seus olhos se arregalaram olhando para algo atrás de mim. E foi quando eu reconheci a voz.


- Boa tarde rapazes, aqui esta o cardápio.


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