24- RAFAELA

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Rafaela


- Nossa, que encontro mais rápido. - minha mãe falou da cozinha. Eu ainda estava escorada na porta tentando entender tudo que aconteceu.


- Oi mãe. -beijei minha mãe e me sentei ao seu lado na bancada. Não poderia falar que meu encontro era com meu chefe, ela tinha me avisado que não deveria me envolver com ele. Então nada falei apenas fiquei ali parada refletindo tudo.


Nem vi a hora que minha mãe saiu do meu lado, eu apenas parei no tempo juntos com meus pensamentos.


Arrastei-me até meu quarto e me atirei na cama com a mesma roupa. Não queria que o cheiro de Henrique saísse de mim.


Eu ia esperar que ele me procurasse, ele falou que faria isso, não tinha dúvidas que ele estava retribuindo meus sentimentos, mas meus sexto sentido me alertava que algo estava errado.


Não sou de ficar me preocupando antes da hora então, forcei minha cabeça a voltar no tempo e em tudo que aconteceu naquela sala.


Rolei pela cama sorrindo igual criança, nunca mais iria olhar para aquela mesa sem me lembrar de tudo que tinha acontecido.


Acordei amarrotada, mas seu cheiro, ainda que fraco, estava ali comigo.


Peguei meu celular e estava descarregado. Merda! Se ele tivesse me ligado e visse que estava desligado poderia pensar que eu estava evitando falar com ele, quando na verdade o que mais queria era ouvir sua voz.


Então quando ele ligou nada apareceu, não tinha uma chamada, nenhuma mensagem, nada.


Afastei todos os pensamentos negativos e fui para o banho, afinal logo chegaria à fábrica e poderíamos conversar.


Minha mãe já tinha saído, mas tinha deixado um bilhete pra mim.


"Filha, espero que esteja com a carinha mais animada, não esquece que te amo; beijos da mãe mais linda do mundo".


Sorri abraçada ao bilhete, sim, ela era a mais linda, a mais carinhosa e perfeita mãe do mundo.


Tomei só um café preto, estava ansiosa para sair e não conseguiria comer nada.


Cheguei à fábrica cedo, sorri para Tatiane e fui para meu andar. Tudo parecia igual, mas ao mesmo tempo tudo diferente.


O andar estava vazio, ninguém havia chegado.


Sentei à minha mesa que até então não tinha nem chegado perto, abri suas gavetas, o armário; peguei as agendas novas e folheei; girei a cadeira para um lado até ficar tonta, depois para o outro, fui ao banheiro, caminhei, caminhei e nada, ninguém apareceu. Já eram quase nove horas da manhã quando resolvi procurar alguém para me informar onde estava Henrique.

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