Meu corpo não conseguia acompanhar minha mente.
Casado.
Assassino.
Contrato.
Traído.
Meu amor.
Sim! Mesmo olhando para ele e sabendo de tudo eu ainda o amava, mas não tinha certeza que meu amor seria suficiente para encarar a realidade.
Henrique estava parado me olhando fixamente, me fazendo uma pergunta silenciosa, mas naquele momento eu não tinha a resposta.
- Eu vou deixá-la sozinha. - ele falou saindo do meu quarto.
Não sei o que passou por minha cabeça, mas levantei e o abracei. Jesus! Como era bom estar em seus braços, a segurança, o seu cheiro me faziam querer ser forte e encarar tudo isso para viver ao seu lado. Mas não poderia ser assim, eu precisava ter meus pensamentos coerentes nesse momento e em seus braços eu não teria.
- Eu, eu... Preciso pensar, muita coisa foi dita, eu preciso de um tempo. - tentei empurrar Henrique, mas foi em vão, ele segurou minha cintura com uma mão e com a outra mantinha minha cabeça inclinada e firme para me dar um beijo cheio de desejo, amor e promessa.
Quando nossos lábios se separaram eu estava ofegante, excitada, sentia seu pau duro em minha barriga.
- Pense, mas não me abandone, eu te quero demais de todas as formas. - ele pegou minha mão e colocou em seu coração que batia forte acelerado, e desceu ela até seu membro que pedia para sair, sim eu entendi o recado.
Só voltei a abrir os olhos quando a porta bateu e eu me senti novamente sozinha.
Meu corpo estava cansado, meus ossos doíam como se eu tivesse exposta ao frio de grandes geleiras. Mesmo com o sol a pino eu sentia frio, no corpo e na alma.
Deitei e me cobri, abracei meu travesseiro e ali fiquei repassando os momentos anteriores.
Eu estava em choque, não conseguia chorar, tinha a sensação que logo acordaria e tudo voltaria ao normal.
- Filha, dormindo ainda? -minha mãe falou, subindo as escadas. Poderia fechar os olhos e fingir que estava dormindo, mas essa não seria eu.
- Bom dia. - me virei para encarar minha mãe e suas sobrancelhas já estavam unidas, não tinha como uma mãe não saber que seu filho sofria ainda mais dona Selma, que além de mãe era uma grande amiga.
- Mãe; preciso... - então as lágrimas e a realidade vieram à tona. Joguei-me em seu colo e chorei até cansar, apenas sentindo o carinho em meus cabelos.
- Não chore! O que aconteceu? Conte-me.
Então contei tudo, e minha mãe apenas escutou perdendo o brilho em seus olhos.
- E agora mãe, o que eu faço? -dona Selma fechou os olhos suspirou fundo, como se sofresse tanto quanto eu.
- Minha filha, onde você foi se meter? Mas agora não adianta chorar, se você tivesse 18 anos ia dizer que logo ia passar que foi um erro e logo apareceria outro, mas nunca vi esses olhos assim, brilhantes quando contou como foi o encontro, os beijos e não posso negar o homem tem pegada.
Rimos juntas, minha mãe falava que eu era doida como meu pai, mas acho que sou doida e safada como ela. Isso é hora de fazer esse comentário?
Dona Selma levantou, olhou as fotos que estavam sobre a cômoda, sorriu, pegou a que tinha o meu pai e beijou, com os olhos fechados, ela sempre iria amá-lo.
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ESSÊNCIA DA PAIXÃO.
ChickLitRafaela uma mulher de 30 anos, que mora com sua mãe na sua pequena cidade natal. Ela não cria perspectiva para uma nova vida, sem faculdade ou emprego fixo, vive um dia de cada vez da melhor forma possível. Henrique um homem responsável de 38 anos...