Saí do restaurante sem destino, meu coração estava acelerado e minha mente estava fervilhando, eu não me reconhecia, perdi o controle, a noção das coisas.
Sentei-me na praça e fiquei observando as pessoas. Casais felizes, alguns com seus filhos e cachorros, crianças correndo, homens e mulheres conversando tranquilamente, e eu aqui, sentado sozinho, sem saber como agir.
Não sei quanto tempo se passou enquanto eu ficava ali observando a felicidade alheia, só voltei à realidade quando meu telefone tocou.
- Fala Rodrigo.
- E aí primo, o que anda aprontando?
- Nada. - eu não, mas a Rafaela sim; pensei.
- Estou chegando à cidade, vamos sair pra beber algo?
- Vamos estou precisando.
- Nossa!!! Deve estar precisando mesmo, que aceitou de primeira.
- Estou. -Respondi seco;
- Te ligo quando estiver pronto. E calma, vamos resolver juntos o que for. Abraços. -Meu primo era o melhor amigo que eu tinha, e o único, ele saberia realmente me ajudar com a situação toda.
Ainda fiquei por um bom tempo sentado até que notei o parque se esvaziar e o sol começar a se despedir, era a hora de voltar para casa.
- Nossa, Henrique, você demorou. Temos visita. - A voz de Andreia me surpreendeu assim que entrei no apartamento. E a visita, só poderia ser uma pessoa. Meu sogro César.
- Meu pai está aqui, já me perguntou de você várias vezes .- Bingo tudo o que eu não precisava ;bufei.
Não respondi, apenas segui para meu quarto, e quando abri a porta meu sogro estava saindo do banho.
- Não se bate mais na porta?
César era um homem conservado para sua idade, era um político importante, que não tinha limites quando o assunto era sua carreira promissora. Era um articulador, mas hoje eu sabia jogar o mesmo jogo que ele, pena que não soube fazer isso anteriormente por mim e por Andréia.
- Não sabia que você estava aqui.
- Onde mais eu estaria? Minha filha ficou doente, fiquei sabendo pela enfermeira quando liguei ontem e ela que atendeu ao telefone, já que Andréia estava dopada e dormindo. - suspirei tentando controlar minha vontade de esmagar seu pescoço.- Então vai ser assim Henrique, você vai drogar minha filha para manter tudo ao seu controle? Se você achou mesmo que eu ia permitir isso está muito enganado.
- Já conversou com sua filha? -não esperei sua resposta.- ela teve um surto acredita que o Pedro está vivo.
Vi seus olhos se perderem no tempo, mas foi rápido demais para qualquer conclusão.
- Andréia está dopada, como você quer que eu fale com ela? Eu perguntei de você, que é o responsável por ela e não estava em casa.
Não respondi, apenas virei de costas e saí do quarto. Não queria entrar nessa discussão agora.
Andréia estava parada no corredor e fez um sinal para acompanhá-la. Mesmo sem vontade eu a segui.
Entramos no meu antigo quarto que estava novamente com minhas coisas, mas graças a Deus o seu perfume não estava no ar.
- Ele disse que vai ficar aqui na sua casa, e só temos o outro quarto, então trouxe suas roupas para cá.
- Vou dormir no escritório. -falei firme, não queria imaginar eu dormindo no mesmo quarto que Andréia novamente.
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ESSÊNCIA DA PAIXÃO.
ChickLitRafaela uma mulher de 30 anos, que mora com sua mãe na sua pequena cidade natal. Ela não cria perspectiva para uma nova vida, sem faculdade ou emprego fixo, vive um dia de cada vez da melhor forma possível. Henrique um homem responsável de 38 anos...