39- HENRIQUE

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Henrique.

Passei um dia de cão, pensando que era apenas abrir a porta do meu escritório e teria a melhor visão de todas, Rafaela. Mas não poderia simplesmente sair e ir atrás dela, eu tinha feito a minha parte, contado a minha vida, deixado o livro aberto em suas mãos, onde ela poderia simplesmente fechar e deixar o que vivemos no passado ou esperaria por mim para escrevermos as páginas do meu livro juntos. Eu queria que a segunda opção fosse a que Rafaela tivesse escolhido.

Enterrei-me no trabalho, tudo estava em andamento, tudo precisava ser ajustado e organizado, e mesmo com todo o trabalho eu estava feliz, era um sonho realizado, um sonho de minha mãe.

Quando resolvi encerrar minha jornada de trabalho, não resisti , acessei as câmeras de segurança e la estava ela, linda, trabalhando tão concentrada, ela não tinha as qualificações exigidas para o cargo, mas logo ela seria a melhor, sua força de vontade e determinação deixava isso claro.

Resolvi parar de me torturar, desliguei tudo, peguei minha pasta com alguns documentos que precisava analisar a noite e caminhei em direção ao elevador , quando as portas estavam quase se fechando escutei a voz da minha irmã e automaticamente segurei a porta e o ar, la vinha a minha Rafaela, como se flutuasse em minha direção, meu corpo reagia instantaneamente a sua presença, meu coração saltando pela boca e meu pau querendo sair da cueca, era só o que me faltava.

Ela entrou e tudo ao redor perdeu sentido, eu queria tanto ter ela em meus braços, fazendo planos para o que comeríamos no jantar, mas a realidade me bateu quando vi uma lágrima solitária rolar em sua face.

Ali foi a confirmação que a Rafaela estava sofrendo e em duvida do que fazer com o nosso amor, sequei sua lagrima solitária, e Rafaela fechou os olhos como se o meu toque fosse doloroso. Graças a Deus Bruna calou aquela boca, então o silêncio nos acolheu.

Quando o elevador chegou ao térreo eu não pensei em mais nada alem apenas voltar a minha sala com a Rafaela, arrancar aquela roupa que modelava seu corpo e me enterrado bem fundo dentro dela, mostrando a quem ela pertencia.

Mas claro que a irritante e desagradável Bruna tinha que abrir novamente a boca e enquanto discutíamos Rafaela correu em direção a saída, Bruna e eu corremos também e chamamos pelo seu nome mais foi em vão.

Mas nada podia ser pior do que ver Rafaela entrando dentro do carro do meu primo que sorria para mim como um idiota, eu teria o maior prazer em quebrar todos aqueles seus dentes.

- Viu o que você fez? - berrei com Bruna que estava alarmada com a atitude da Rafaela.

-Eu não fiz nada, foi você que fez. O que você pensa que está fazendo? Rafaela não vai ser sua amante, ou acha que não notei seu interesse nela. - Bruna me acusava com o olhar irado, como uma mãe defendendo sua cria, seu tom de voz era baixo mas, o suficiente para pronunciar cada palavra da forma mais cruel possível.

Não respondi nada, apenas segui em direção ao meu carro, minha irmã não sabia de nada, Rafaela não seria jamais minha amante e sim minha MULHER. Mas antes eu precisava achá-la.

-Acho que minha amiga acordou e escolheu o Jung correto dessa vez. - Aquele infeliz tinha que abrir a boca. Minha vontade era socar sua cara com toda a minha força.

-É melhor ficar quieto seu merdinha, você não tem nada a ver com a minha vida nem com a da Rafaela. - falei olhando firme dentro de seus olhos, e tenho certeza que ele viu a raiva que eu estava sentindo naquele momento que não pronunciou nenhuma palavra a mais, Rafaela pode dizer que eram apenas amigos, mas desde o momento que ela me contou que ele foi seu namorado, Marcelo virou meu inimigo.

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