18-RAFAELA

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CAPÍTULO 18


RAFAELA


Quarta-feira, dia especial. Especial? Sim, o dia estava lindo, eu estava linda (e modesta), estava indo para meu novo emprego, tiraria meu passaporte e veria aquele deus grego em forma de homem: Henrique.


Suspirei entrando pela porta giratória da fábrica.


Apenas acenei para Tatiane, e subi pelo elevador dos funcionários.


Quando cheguei ao meu andar encontrei Rosane, aguardando o elevador, com uma pilha enorme de pastas em seus braços.


- Bom dia, Rosane.


- Bom dia, Rafaela. Está linda, acho que só com esse visual vai animar nosso chefe que está um caco hoje. Bons estudos.


Dizendo isso, Rosane piscou e o elevador fechou suas portas. Droga, não estava nervosa, mas agora estou meu coração se apertou com o comentário de Rosane sobre Henrique. Mas não consegui me preparar muito, pois ele chegou levando todo o meu ar.


- Bom dia, Rafaela. Vamos para minha sala. - ele estava abatido, isso era nítido, não me olhou nos olhos, estava com aparência de quem não tinha dormido nada.


Segui aquele homem lindo até sua sala. Sem emitir uma palavra, apenas observando como ele ficava lindo naquele terno.


- Sente se. Hoje vou te explicar o que espero de você.


Ah não, novamente não, sai de mim, pensamento safado, SAI! Por que tudo que ele fala me faz ficar quente, molhada e pronta para tirar minha roupa?


Remexi-me na cadeira e notei o olhar de Henrique se escurecer e parar em meus lábios.


Apenas com aquele olhar meus lábios secaram e passei a língua para umedecer e vi Henrique se remexer na cadeira, como se ela tivesse espinhos.


- Seu cargo será cuidar de das minhas necessidades - cuido, sim cuido, quer um sexo oral agora? Aff Rafaelaaaaa...- agendar reuniões, separar documentos, verificar prazos, fornecedores. Vamos precisar fazer algumas viagens para conseguirmos alguns patrocinadores e principalmente compradores para as novas essências.


Cada palavra que ele falava fazia meu corpo se arrepiar. Que poder esse homem tinha sobre mim, nunca senti nada parecido, eu estava completamente encantada.


Com um suspiro ele terminou de falar minhas funções, e o olhar cansado me deixou triste. Tive uma vontade de abraçar, beijar e dar muito amor para que toda a sua dor sumisse, mesmo não sabendo a sua origem.


Escutei uma batida na porta e, primeiro, entrou uma bandeja e depois Sandra. Sandra foi minha babá, me cuidou por anos, me viu crescer, a amava como uma mãe, e num impulso impensado esqueci; levantei-me da cadeira e abracei aquela mulher que tanto amava. Só esqueci a bandeja no nosso meio e o calor do café atingiu-me em cheio, que me afastei muito rápido, porque estava queimando minha pele.

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