Duskwood: Entre Verdades e Mentiras

Capítulo Vinte e Seis

"Como você poderia
saber disso?"

"Olá, Np ;)
Como você está?", perguntou Phil por mensagem de telefone.

"Olá, Phil. Estou bem e você?"

"Na medida do possível. E então, nosso encontro está de pé?"

"Encontro?", ela ficou pensativa.

"Sim, eu e você em algum lugar legal :)"

"Eu não sei se esse é o momento certo pra fazer isso "

"Bem, o que eu sei é que existe o agora e precisamos vivê-lo"

"Bem filosófico, mas ainda não sei se devo"

"Que tal em uma cafeteria? As moças da cidade gostam de visitar o Rainbow"

"Bem...Você paga 😋"

"Claro que sim :)"

"Nós vemos então, hoje às 16h"

"Até lá, Np"

Jessy parecia ocupada tentando encontrar um novo emprego, e as vezes ela tinha que sair para resolver alguns assuntos particulares.

-Jessy, o que acha de fazermos um tour amanhã em Duskwood? Nós aproveitamos e eu te ajudo a encontrar um novo emprego.

-Sério? Seria ótimo, Np. Obrigada - ela deu um meio sorriso com o jornal nas mãos.

-Eu vou dar uma andada por aí, aproveito e trago algo do supermercado. O que você precisa?

-Nós não precisamos...

-Eu ouvi sorvete, chocolate e macarrão e vinho? Sim, eu acho que ouvi - ela piscou.

-Ah, você me conhece tão bem - Jessy riu - quer ir de carro?

-Não precisa, acho que vou andar um pouco.

Depois de se despedir, Np foi a pé até a cafeteria que ela marcou o encontro com Phil. Ela queria fazer algumas perguntas a ele sobre Michael.

-Np, você está muito bonita- Phil colocou as mãos dentro do bolso da calça.

Os cabelos dele estavam soltos e abaixo dos ombros. Algumas mulheres que passavam por perto ficavam o encarando.

-Olá, Phil...obrigada. Então é aqui que você traz as garotas que conhece?

-Eu sei que as pessoas falam mal sobre mim, principalmente que...

-Você é um galinha - ela completou.

-Isso! - ele deu um meio sorriso - mas a verdade é que eu só sou gentil com as moças, se for para namorar alguém...tem que ser uma pessoa séria. E você, está namorando?

-Não - negou - eu gosto um pouco de uma pessoa, mas não sei daria certo um futuro com ele...a vida dele é muito complicada.

-Bem, então você é solteira, o que é uma ótima resposta...vamos entrar - ele abriu a porta da cafeteria.

Ao se sentarem na mesa e fazerem o pedido, Np foi a primeira a tocar no assunto.

-Então, Phil, você é dono do Aurora há muito tempo?

-Bem, eu trabalhava no Aurora há dez anos. O dono faleceu e me deixou como herança.

-Você deve ter sido um funcionário...

-A filha dele era Jennifer Hanson...e com certeza você já sabe disso.

-Sim, eu ouvi. Phil, quero ser sincera, eu sei que você recebeu como herança o Aurora e a propriedade dos Hanson.

-E você ainda diz que não é detetive.

-Eu só preciso entender...

-Não, Np, eu não matei o Michael...se é isso que você quer saber.

-O Michael deixaria tudo que tinha para um simples barman?

-Puxa, assim você me magoa - Ele tocou o próprio coração - o Michael ficou estranho depois da morte da filha, e então se passaram um ano e meio até ele ficar totalmente estagnado, depressivo e eu cheguei até mesmo a pegar ele tentando suicídio, mas impedi.

-Isso é...

-Estranho, eu sei. Depois disso, ele fez o testamento e sumiu na floresta. Eu acho que ele tentou suicídio outra vez, o caso é que o corpo nunca foi encontrado.

-Ok, isso é muito pra assimilar...E quanto a pulseira? Que você deixou na loja de penhores.

-Estava tendo alguns problemas financeiros - desviou o olhar - e não consegui recuperar.

-Bem, isso foi esclarecedor.

-Np, você não aceitou o meu convite só pra falarmos disso, não é?

-Claro que não...- ela se levantou - eu preciso ir, disse a sua irmã que voltava logo.

-Tudo bem - ele sorriu - nós vamos nos encontrar de novo? Desta vez sem perguntas sobre casos de assassinatos ou sequestro?

-Bem...quem sabe?

-Np...

-Claro, sem casos de assassinatos ou sequestros, mas eu preciso ir.

-Então nós conversamos outra vez - ele piscou antes dela sair.