— Dessa vez eu mato esse IMBECIL.
Terminei de me despedir de Morgana e após isso entrei as pressas na mansão, sabia bem onde ir e logo já estava parada de frente a porta vermelha do covil do diabo. Dei três socos fortes e ela se abriu.
— Quer derrubar a mansão?
— Onde está? Me devolva agora.
— Do que está falando? — ele se fez de desentendido.
— Da calcinha, onde está? É bom você me devolver ela agora.
— Caso não tenha percebido, eu não uso calcinhas. Bom, não aos fins de semana — ele riu. Desse ângulo percebo o quão brancos são os seus dentes, tenho até inveja.
— Você é um grande humorista, não é mesmo? — o empurro e entro em sua pequena sala, a TV está ligada, há uma taça vazia sobre e pequena mesa mas nem sinal da calcinha.
— Você não pode entrar sem ser convidada, posso muito bem estar com alguma garota.
— Improvável — Vou até o quarto, tudo está bem arrumado mas sobre a cama vejo algumas peças de roupas. Começo a revirar mas são apenas camisas e calças.
— Não bagunce, eu acabei de dobrar — ele me empurra.
— Devolve o que roubou. Onde está? Se não me disser eu vou bagunça tudo aqui.
— Já disse que não sei do que está falando, agora se retire do meu quarto.
— Ok, vamos jogar então — puxo bruscamente o lençol da cama, fazendo com que todas as roupas caiam no chão.
— Você veio mesmo do subúrbio, não consegue ver nada arrumado. Se comporta como uma ratazana — ele me encara.
— Onde está a calcinha?
— Deve ter uma aí entre as suas pernas, acima desse tamanduá peludo que você tenta esconder.
— Não meu querido, não tem nada peludo aqui. Estou mais lisa do que essa sua cara de pau polida.
— Nossa — ele fez uma careta de surpresa — Você se depila? Sério? E o que você usa, pedras pontudas? Como os neandertais que são seus antepassados.
— Você não vai saber o que eu uso — Me aproximo e posiciono o meu indicador sobre o seu peitoral — Você não vai saber como eu uso e muito menos onde eu uso. E cá entre nós, você deve estar muito ansioso pra por suas mãos em mim a ponto de pegar uma das minhas roupas intimas.
— Fui descoberto — ele levantou as mãos — como adivinhou? Como descobriu que eu estou loucamente afim de por as mãos em uma ratazana infeliz. Não fode, você nem se quer serve para limpar os meus dentes. Deve achar que é uma gostosona.
— Eu dou pro gasto.
— Claro, belos peitinhos de morango. Eu já te disse garota, você não passa de um churrasquinho. Acha que mesmo que eu quero encostar em um lixo como você, uma patética sem classe que não tem nada a me oferecer?
Me aproximo um pouco mais e o beijo, preciso ficar na ponta dos dedos já que ele é alto, mas deu certo. Nossas bocas estão juntas outra vez, a diferença é que dessa vez eu tomei a iniciativa. Os segundos estão se passando e ele ainda não me empurrou, com isso tenho a resposta que preciso.
— Bem — me afasto, mas sem tirar os olhos dos seus — acho que isso diz tudo — sorrio, um sorriso de vitória.
— Como ousa tocar em mim desta maneira? — como esperado, ele começou a fingir não ter gostado.
— Você não é o diabo, você não é Lúcifer. Você é só um riquinho mimado que escolheu a garota errada para fazer seus jogos. Desde a nossa primeira conversa você está com esse papinho de tentar me diminuir, me chamando de patética, de churrasquinho, de ratazana. Mas a verdade é que você me deseja e está tentando esconder isso. Mas por que? Não sei dizer agora, mas vou descobrir. Pode ficar com a calcinha, só não tente usar ela, queridinho. Saio do quarto e o deixo sozinho, peguei ele de jeito. Mas não faço a menor ideia se o que eu acabei de falar faz algum sentido. Mas algo é certo, ele não me odeia da maneira que tenta parecer. Ando pelos corredores da mansão indo em direção ao meu quarto, por alguma razão estou com sono e preciso cochilar um pouco. Nada como uma soneca da tarde, já que minhas supostas aulas começam na segunda feira, preciso descansar o máximo possível.
Adentro no quarto e me jogo naquela cama macia e confortável, nem se compara a minha antiga cama naquele apartamento aos pedaços. Caio em sono profundo e nele estou andando pela mansão, tudo está escuro e sinto que sou observada. Vejo olhos flutuando sobre os degraus da escada, e mais olhos começam a surgir, nas paredes, no chão. Corro para longe e chego na sala de jantar, a mesa está cheia de pedaços humanos. Escuto risadas vindas de todas as direções e tudo começa a ser tomado por chamas intensas, inclusive o meu corpo.Me viro para correr e dou de cara com uma figura muito alta e negra, com chifres semelhantes a de um bode e enfim acordo assustada. Devo ter dormido por horas pois o quarto já está escuro, bocejo recordando-me daquele pesadelo idiota, todo esse papo de diabo acabou ficando na minha mente.
— Pensei que não fosse mais acordar — a voz de Lúcifer veio de algum canto escuto do meu quarto. Me levanto rápido e bato no interruptor próximo a porta, ascendendo a luz. Ele está parado de pé próximo a minha penteadeira.
— Você não sabe o que é privacidade?
— A porta estava aberta, e dentro desta mansão você não possui isso de privacidade. Devia ter lido melhor o contrato que te enviei, pelo visto só leu os benefícios.
— O que você quer?
— Te mostrar uma coisa — dessa vez vez não estava de terno, o que era um milagre. Usava uma blusa fina branca e uma calça moletom de dormir.
— Quantas horas são?
— Quase hora do jantar, se junte a mim na minha sala em alguns minutos. E não me faça vir te buscar, você ainda não viu o meu pior lado.
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Meu Diabo Favorito
Romance#20 Em Romance! "Nem Deus Poderá Salva-la Dos Meus Desejos Mais Sombrios" Kaila vê sua vida virar de cabeça para baixo após receber um pergaminho misterioso vindo de um sujeito que se diz ser o próprio diabo. Descrente e sem muita escolha, ela assin...