Capitulo 43

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— Vou me apresentar — ela deu um sorriso intimidador — meu nome é Abaddon e eu sou a diretora chefe dessa sessão, mas também serei a professora de vocês, encarregada de explicar e treina-los para o nosso projeto Fênix. Agora que eu já me apresentei, é a vez de vocês. Qual é o nome de vocês?

“Nós somos Lúcifer”

A sala inteira falou isso como em um coral, apenas eu não estava pronto para aquela pergunta.
— Exatamente — ela bateu palmas — Vocês são Lúcifer, a parte mais crucial do projeto Fênix. Agora prestem bastante atenção — ela pegou um giz branco e desenhou uma pirâmide no quadro — observem esta pirâmide pois vocês agora fazem parte dela. Aqui no topo — ela fez uma bolinha sobre a ponta da pirâmide — estão eles, aqui na lateral — ela agora desenhou um quadradinho na lateral esquerda da pirâmide — estão as famílias multimilionários de todo o país, aqui do lado esquerdo — ela desenhou outra pequena pirâmide do lado direito — está a instituição Fênix, responsável pelo projeto Fênix, ou seja, este departamento. Mas não para ai pois dentro da pirâmide estão vocês, Lúcifer. Pode se dizer que sem vocês a pirâmide sofreria uma drástica queda no sistema de como as coisas funcionam. Mas não se preocupem com as dúvidas e perguntas, tudo será esclarecido ao longo das aulas seguintes. Mas como um brinde por se comportarem irei responder a uma pergunta, então a façam com sabedoria. Um dos garotos a frente levantou rápido o braço sem dar chance a mais ninguém.

— No topo da pirâmide a senhora disse que estão “Eles”. Mas quem são eles?
— Boa pergunta Lúcifer — ela sorriu — eles são os donos deste mundo, os treze supremos da economia global. Aqueles que controlam a mídia, a comida que vocês comem, a água em suas bocas, o ar em suas narinas e até mesmo as imagens a frente dos seus olhos. E também são os fundadores deste incrível departamento, mas este não é o único, existem milhares por todo o mundo e todos são responsáveis por guiar crianças prodígios como vocês. Mas vocês devem estar se perguntando, guiar para que? Qual o propósito de vocês aqui? E é isso que vamos revisar nesta aula. A origem e objetivo de um Lúcifer dentro do projeto Fênix. Prestem bastante atenção pois esta será a única missão da vida de vocês — ela apagou o desenho que havia feito no quadro e escreveu a seguinte palavra: Lúcifer.



ASSIM NO CÉU COMO NA TERRA

(Capítulos seguintes possuem conteúdo adulto +18)


Lúcifer me mostrou as roupas brancas que foram lhe dadas no dia em que despertou naquele lugar estranho.
— Por que você guarda isso? — perguntei enquanto desdobrava a blusa que ele havia retirado do caixote.
— Guardo para nunca me esquecer da minha origem e nem da minha promessa — ele continuou revirando o caixote até encontrar outro uniforme, mas este era um pouco maior e estava manchado.
— Essas manchas são...
— Sim, é sangue. Sangue que eu derramei no passado enquanto fazia uma das minhas promessas. Eu precisei matar o meu amigo para poder me tornar um Lúcifer absoluto e desde aquele dia guardo dentro de mim uma vontade avassaladora de me vingar de todas essas pessoas.

— Então é daí que vem o seu ódio pela cor branca? — voltei a dobrar.
— Tudo naquele lugar era dessa maldita cor — ele ficou perdido em pensamentos.
— Eu tenho tantas perguntas. Estou tão confusa... — um quebra cabeças, era isso que tudo aquilo representava para mim naquele momento. Um quebra cabeças que eu ainda não conseguia entender devido a falta de peças.
— Pergunte então — ele me olhou — vou responder apenas o necessário. No dia e na hora certa você terá as respostas que tanto busca.
— Você é um experimento?
— Quase isso, faço parte de um projeto.

— Qual é o objetivo de um Lúcifer? Você não terminou de contar.
— O objetivo de um Lúcifer é algo que ainda não posso te dizer. Confia em mim?
— Tudo bem, eu confio. Se ainda não posso saber então deve haver um grande motivo para isso, certo? — estou sendo compreensível, já foi um grande avanço ele me contar um pouco da sua história.
— Eu fiz um amigo dentro daquele lugar e no fim tive que mata-lo. Esse foi o meu teste final para iniciar a minha missão como Lúcifer, depois disso aconteceram coisas que você nem imagina.
— Você também não teve pais, assim como eu. Eu achava que você era um riquinho que havia crescido rodeado de funcionários limpando a sua bunda — ele riu daquilo, pelo menos o clima pesado estava a ficar normal.

— Não é bem assim, eu realmente cresci rodeado de funcionários, seguindo a minha missão. Mas isso custou um preço muito alto para algumas pessoas. Gente inocente morreu para que a minha missão como Lúcifer fosse bem sucedida, para que o projeto Fênix continuasse firme e forte.
— Você não vai mesmo me contar qual é a missão de um Lúcifer? — se ele respondesse aquilo, tenho certeza que eu teria várias respostas para as minhas perguntas.
— Ainda não. E como você confiou em mim — ele guardou as roupas dentro do caixote novamente. Em seguida o trancou com o cadeado — eu vou confiar cegamente em você também, Kaila — ele pegou a correntinha com a chave e a colocou em volta do meu pescoço, estava gelada.

— Vai mesmo me deixar com isso? — segurei a chave, era bem detalhada.
— Sim. Dentro desse caixote estão todas as suas respostas, eu te disse. Fragmentos da sua história e o final da minha.
O que ele quer dizer com fragmentos da minha história? O que ele guarda ali dentro que pode ter ligação comigo? Será que tenho alguma ligação com esses projetos ocultos e por isso estou envolvida nisso tudo?
— No dia em que eu abrir esse caixote — falei enquanto apertava a chave dentro da mão fechada — vou descobrir a verdade do por que estou aqui?
— Sim. Mas espero que isso não mude quem você é, você é Kaila Wright, a garota patética que não abaixa a cabeça pra ninguém. Que responde todo mundo e que desafia tudo e todos.

Ele posicionou uma das mãos em meu rosto enquanto eu fitava minha própria mão fechada em volta da chave. Respostas, respostas, respostas. Eu preciso saber de tudo ou vou enlouquecer de tanto pensar.
Lúcifer, Bety, organização secreta, eles, planos... por que fui colocada no meio disso tudo? Sempre fui apenas uma garotinha solitária que cresceu em um orfanato e desde então venho lutando para sobreviver. Espera... orfanato, quem será que foram os meus pais? Talvez isso não tenha ligação comigo e sim com a minha família... será que dentro daquele caixote existem pistas sobre quem era os meus pais?

— Você está pensando demais — Lúcifer apertou minha bochecha — voce não precisa pensar tanto, você vai saber de tudo em breve. Apenas siga com o que vem fazendo, aprendendo a como se comportar como uma dama. Se é que isso é possível — ele riu e eu o empurrei.
— Eu já sou uma dama, eu sei andar de salto.
— Nossa, já podemos encerrar as aulas então. Você nem sabe os nomes e as posições dos talheres.
— Única coisa que me importa em uma mesa é o prato cheio e uma colher, meu querido.
— Claro, igualzinha a um pedreiro, igualzinha a Horrania — ele empurrou o caixote pra debaixo da cama.
— Você disse que eu podia fazer perguntas...
— Disse, mas também disse que responderia apenas o necessário. O que quer saber dessa vez?
— O que a Bety tem haver com tudo isso? Sei que ela está com você desde os seus dez anos de idade. Ou seja, quatro anos depois de você tornar parte desse projeto Fênix.

— Bem analisado. Como sempre não posso te responder isso, mas uma coisa posso dizer, quando eu a conheci ela estava tremendo com uma faca no meu pescoço. Foi hilário.
— Pelo visto nem ela tem paciência com você — Outra informação anotada, Bety tentou mata-lo.
— Depois disso ela se tornou minha aliada mais fiel e vem me aconselhando a anos.
— Mas aquele dia você tentou demitir ela.
— As coisas nem sempre são o que parecem. Caso não saiba, a história do jardim do éden foi criada por mim.
— A casa na árvore? — caramba, os dias passaram tão rápido que eu me esqueci de que havia um jardim e uma casa na árvore. Lembro de que foi Bety que me levou até lá e me disse que o diabo não podia passar pelo jardim.

— Sim, a casa na árvore. Inventei a historia e fiz ela te contar. Achei que deixaria tudo isso mais realista.
— Hm. Eu só quero acordar um dia e ter todas as minhas respostas.
— Eu sei que quer, Kaila. Eu te prometo que você irá descobrir tudo na hora certa — ele beijou a minha testa.
— Você está tão diferente de quando te conheci — falei enquanto nossos olhos ficavam fixos e nossos rostos quase colados.
— Antes eu tinha um plano, agora eu tenho uma solução e um caminho a seguir. Estou aproveitando a estrada antes que ela acabe. Você se tornou o meu caminho... e acredite — ele desviou o olhar — me sinto muito estranho falando isso, eu não sou bom em demonstrar sentimentos.
— Eu também não sou — caramba, ele é mesmo muito parecido comigo.

Ambos somos travados e não sabemos como lidar com sentimentos, parece que ambos crescemos dentro de uma jaula.
— Mas não se sinta demais, você ainda é muito patética. Espero que não se esqueça disso. Nada mudou.
— É, nada mudou... — aquilo era uma mentira mal contada, tudo mudou e iria continuar mudando — eu ainda tenho que te dar as duas chineladas, não pense que esqueci disso — ele sorriu olhando para baixo, estamos próximos demais, próximos desde o momento em que ele colocou a correntinha em meu pescoço.
— Vai mesmo ter coragem de me machucar?

— Como você tem a cara de pau de perguntar isso? — levei a mão ao seu pescoço e tentei apertar — você não pensou duas vezes em me dar uma chinelada.
— Mas você mereceu, vem merecendo a muito tempo — ele segurou a minha mão e a retirou de seu pescoço — não me toque com essas mãos geladas.
— Vai fazer o que? — tentei aperta-lo com as duas mãos mas ele segurou meus dois braços.
— Isso — o diabo me beijou aproveitando da situação já que minhas mãos estavam presas pelas suas. Me livrei delas e posicionei a mão  direita na intenção de empurra-lo... mas não fiz isso. Eu devia? Acho que devia, não quero ser beijada por ninguém. Se não quero então por que ainda estou aqui imóvel sem fazer nada?

Estou decidida, cansei de ve-lo me beijando. Agora eu que irei beijá-lo. O empurrei com toda força possível, o fazendo perder o equilíbrio e no instante seguinte estava sentada em seu colo o beijando como se a minha vida dependesse daquilo. Mordi os seus lábios enquanto levava as mãos ao seu cabelo.
— Você é patético — dei um puxão o obrigando a erguer mais a cabeça deixando assim o seu pescoço bem a mostra. Comecei a beija-lo sem parar enquanto suas mãos percorriam a minha cintura — quem disse que eu deixei você me tocar — falei, retirando suas mãos de mim. O que eu estou fazendo? Por que só consigo pensar em continuar e por que diabos estou ficando tão excitada com isso? Não me lembro de me sentir assim antes, será que a sensação de dominar desperta em mim as vontades mais ocultas em minha mente?

— Quem disse que preciso da sua permissão? — ele levou as duas mãos até a minha bunda e a apertou numa ação de desobediência. Como eu estava usando um pijama de tecido fino pude sentir todos os deus dedos flexionando sobre a minha pele quase descoberta.

Meu Diabo FavoritoOnde histórias criam vida. Descubra agora