OS DONOS DO MUNDO
Passei mais alguns minutos com a minha mãe e depois disso fui a procura de Lúcifer para pergunta-lo de quem ele desconfiava mas não o encontrei em lugar nenhum, ele havia saído. Horrania me disse que o escutou atender o telefone e que depois disso saiu as pressas sem avisar ninguém. Tirei um tempo para repor meus pensamentos e para cuidar de mim mesma, tomei um banho, penteei os cabelos, vesti uma roupa confortável e fiquei me olhando frente ao espelho.
— Está linda — minha mãe estava parada na porta do quarto me observando.
— Isso ainda é muito estranho para mim. A algumas horas você era a Bety, uma amiga leal que eu adquiri aqui dentro. Mas agora... agora você é a minha mãe.
— Eu sei — ela veio até mim e ambas ficamos de frente para o espelho — vamos precisar de algum tempo para assimilar tudo, para nos encaixar como família.
— O que acha de começar fazendo isso hoje? Vamos dormir juntas na casa da árvore, o que acha? — perguntei e ela pareceu se animar.
— Eu adoraria. Podemos levar a Horrania também, seria uma festa do pijama.
— Boa ideia, vamos levar a pestinha também.
— Bety... mãe, eu escutei uma de suas conversas com Cho. Qual é aligação dela com o Lúcifer?
— Eu não sei ao certo, ele nunca me disse tudo. Mas ela sabe muita coisa sobre a pirâmide.
— Então ela sabe que ele faz parte do projeto fênix?
— Sabe. Enquanto crescia, Lúcifer planejou encontrar duas pessoas, você e Cho. Achar ela foi mais fácil pelo que viu.
— Encontrar ela, por que?
— Ele nunca me disse, e eu também nunca perguntei.
— Acha que ela pode ser a traidora?
— Eu não sei, mas seja quem for não vai nos impedir de vencer essa guerra.
— É assim que se fala, velha. Bate aqui — levantei mão e ela bateu.
— Velha o caralho.
— E ainda por cima uma velha desbocada.
— Espero que a casa na árvore esteja intacta, não pense que eu não sei que vocês dois andaram fugindo escondidinhos na noite porque eu sei.
— Anda me espionando é?
— Vocês fazem barulhos demais enquanto andam, eu apenas escutei. Tomara que não tenham quebrado nada, principalmente a cama — ela riu enquanto minha cara ficava inteiramente vermelha.
— Não sei o que esta insinuado.
— Ah não sabe não, foi não sabendo que eu e o seu pai acabamos fazendo você.
— PAROU — tentei tapar sua boca com a mão para que ela parasse de falar mas ela impediu.
— Acho que você foi feita na cozinha, Kaila.
Minutos depois descemos para a sala de jantar e nada do diabo aparecer. A tarde havia chegado ao seu fim e dado lugar a noite. Horrania adorou a ideia de dormir com a gente na casa da árvore mas exigiu levar o seu novo pelúcia. Após o jantar nos reunimos próximo a casa da árvore e fizemos uma fogueira usando algumas madeiras velhas que encontramos pelos arredores da mansão. Nos sentamos na grama frente a fogueira e ficamos conversando sobre tudo e sobre todos.
— Não fique balançando esse bicho perto do fogo, Horrania — minha mãe a advertiu, Horrania estava balançando os pés do pelúcia perto demais da fogueira.
— Ele está com frio.
— Ah se continuar assim ele vai esquentar em breve. Junto com as cinzas — fiquei observando as duas discutirem sobre o pelúcia enquanto meus pensamentos se voltavam para Lúcifer. Agora o entendo muito mais do que entendia antes, ele sempre esteve em guerra dentro de si mesmo. Não é Lúcifer e também não é Mathias. Mas eu consigo ver quem ele é de verdade e ele sabe disso, preciso dizer tudo o que sinto e tentar convence-lo a pensar em algum plano que não o coloque em risco. Antes era ele contra a pirâmide e eu contra ele, mas agora somos nós contra tudo e contra todos. A noite passou devagar e logo era hora de dormir, voltei na mansão para ver se Lúcifer havia chegado mas nem sinal dele. É bom ele ter uma boa explicação para mim. Volto correndo até a casa na árvore e minha mãe arrumou dois sacos de dormir para nós já que Horrania ficaria com a única cama da casa. E então ficamos ali, deitadas lado a lado observando o teto.
— Tia Kaila vai casar com o tio Lúcifer agora que ele disse que amava ela — Horrania começou a conversar com o pelúcia enquanto o apertada embaixo dos cobertores.
— Não começa Horrania — reclamei e ela riu.
— Eu ouvi tudinho, quando ele disse: estou loucamente apaixonado, case-se comigo Kaila.
— Não foi assim que as coisas aconteceram não.
— Na minha cabeça foi — ela adorava me tirar do sério — como a princesa e o sapo. Mas na minha história a tia Kaila que é o sapo.
— Horrania, eu vou lhe dar uma boa surra — a ameacei enquanto minha mãe apenas ria ao meu lado.
— Vamos nos virar — ela segurou o pelúcia e se virou para o outro lado da cama — não somos bem vindos aqui meu amigo.
— Como você conseguiu suportar ela nesse tempo em que ela veio morar aqui? — perguntei a minha mãe.
— Você se acostuma. É o charme dela. Quanto mais ela gosta de você mais ela te irrita.
Pela manhã eu acordei assustada com Horrania tropeçando no meu saco de dormir.
— Tinha que ser — esfreguei os olhos.
— O que houve? — Bety também acordou.
— Eu fui andar até a janela e acabei tropeçando na tia Kaila. Acho que alguém chegou, escutei o barulho do portão abrindo.
— Deve ser o Lúcifer chegando da noitada — me sentei.
— Ou a sua professora Cho, hoje não é dia da mais uma aula? — minha mãe me lembrou, havia até me esquecido disso.
Nos levantamos e descemos da casa, cruzamos o jardim e chegamos na lateral da mansão mas não era Cho, era apenas o diabo.
— EI — corri até ele — onde você estava?
— Resolvendo alguns problemas. Falamos disso depois, preciso dormir um pouco — ele adentrou na mansão.
— Será que aconteceu alguma coisa? — Bety aproximou-se.
— Vai ver ele tá cansado depois de passar a noite vadiando — que vontade de soca-lo.
Tomamos o café da manhã juntas e nem sinal de Cho aparecer, nem mesmo após o almoço. Ela não era uma mulher que cometia erros ou se atrasava para os seus compromissos. Isso está muito estranho. Será que Lúcifer descobriu algo sobre ela e por isso ela não deu as caras? Pelo visto só saberei a resposta quando ele acordar.
— Ela não veio mesmo — me sentei ao lado de Bety no sofá da sala.
— Deve haver algum motivo.
— O motivo é que deve ser ela quem está passando nossas informações para a pirâmide.
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Meu Diabo Favorito
Romance#20 Em Romance! "Nem Deus Poderá Salva-la Dos Meus Desejos Mais Sombrios" Kaila vê sua vida virar de cabeça para baixo após receber um pergaminho misterioso vindo de um sujeito que se diz ser o próprio diabo. Descrente e sem muita escolha, ela assin...