Capitulo 35

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— Veio dizer o que estava fazendo dentro do meu quarto? — então ele já descobriu, eu devia amassar a cara daquele funcionário fofoqueiro. Mas por sorte eu havia pensado na desculpa perfeita.
— Procurando aquilo que você ROUBOU de mim. A minha calcinha e acho bom você me entregar ela ou eu vou sair gritando pra todo mundo escutar e saber o quão pervertido você é.
— Eu não roubei nada. Agora me dê licença, estou ocupado e não posso perder tempo com você — ele fechou a porta na minha cara. Olha a audácia desse vagabundo, mas não tem problema, eu sempre tenho meios de provoca-lo.

— OLHA SÓ — Comecei a gritar enquanto andava de volta pelo corredor — QUEM DIRIA QUE O PATRÃO DE VOCES GOSTAVA DE ROUBAR CALCINHAS — dei tapas pelas paredes fazendo bastante barulho. A porta voltou a se abrir.
— O que pensa que está fazendo? — ele perguntou mas eu ignorei e continuei andando.
— AGORA TODOS SABEMOS POR QUE ELE FICA TANTO TEMPO NO BANHEIRO, FICA CHEIRANDO MINHAS CALCINHAS! OU USANDO!
— Eu vou te esfolar viva — ele começou a dar passos rápidos até mim e a única saída foi correr corredores a fora.

— ALGUÉM PODE ME AJUDAR AQUI? VEJAM COMO ELE ESTA FEROZ POR MAIS CALCINHAS — tirei rápido os sapatinhos e desci as escadas correndo.
— Kaila — disse Bety surgindo ao fim dos degraus — que barulheira é essa?
— Nos falamos depois Bety — passei correndo por ela e virei a direita indo em direção a sala de jantar. Pelo caminho avistei Horrania brincando no chão. Olhei para trás e ele ainda me perseguia, mas dessa vez correndo. Passei pela sala de jantar mas não entrei, segui reto indo para a sala de estar.
— Não era a corajosa? — escutei ele perguntar.
— E sou — dei a volta em um dos enormes sofás brancos. Agora se ele tentasse me pegar eu podia facilmente contorna-lo e fugir — mas não quero perder outra calcinha para o maníaco das tangas.

— Que idiota fala tanga em pleno século 21? — ele tentou rodear o sofá mas eu ameacei fazer o mesmo e ele parou — sabe que eu posso pular esse sofá com facilidade né?
— E vai fazer o que?
— Te enforcar até ver essa sua cara bem roxa.
— Você late muito e morde pouco — eu não devia ter dito isso pois ele apoiou as mãos no sofá e pulou com uma rapidez fora do comum, me virei para correr mas era tarde demais. Ele me segurou com as mãos para trás como se fosse uma abordagem policial.
— E agora? Quem está latindo? — perguntou enquanto me empurrava para uma das paredes. Fazendo meu rosto ficar contra a superfície sólida e gelada.
— Olha ele, todo PM — zombei rindo.

— Você tem uns parafusos soltos.
— Uns parafusos? Meu querido eu nem engrenagens tenho mais.
— Verdade — ele riu — é um milagre você aprender algo.
— ME SOLTA — Tentei me livrar dele mas foi em vão, então fiquei ali com a cara na parede e as mãos para trás.
— Cale a bola — ele agora segurava os meus braços usando apenas uma mão e começou a usar a outra para me tatear — Você está sendo revistada por ser uma trombadinha de esquina.
— Deixa de ser idiota e me solte logo, quer que alguém veja isso?
— Mandei calar a boca. Deve haver drogas escondidas entre os seus peitos. Ah, é mesmo, já ia me esquecendo que você tem peitinhos de goiaba, não ia caber nem um isqueiro.

— Eu vou chutar essa sua cara.
— Você não tem nem um e sessenta e cinco de altura garota, suas pernas não chegam até a minha cara.
— Que brincadeira é essa? — escutei a voz de Horrania e o diabo me soltou na mesma hora.
— Polícia e trombadinha — ele respondeu rápido.
Me equilibrei em apenas uma perna e usei a outra para chuta-lo o mais alto possível. Meu chute acertou sua barriga, então eu só consigo levantar a perna até aqui.
— Já acabou, Kaila? — Lúcifer perguntou, empurrando minha perna e passando a mão sobre a blusa que usava — vai me sujar assim.

— Eu também posso brincar? — perguntou a garotinha enquanto eu preparava um soco pra dar naquela cara demoníaca.
— Já chega — ele segurou o meu soco.
— Eu vou te arrebentar todo.
— Não seja dramática, eu só falei que seus peitos parecem goiabas. Está fazendo muito drama.
— Isso soca ele tia Kaila.
— Já se esqueceu de quem te deu um cachorro? — Lúcifer encarou a menina.
— Tenho certeza que o senhor vai ganhar tio Lúcifer.
— Nem Judas foi tão rápido na arte da traição — falei enquanto me afastava do diabo.
— Eu estou do lado de quem me mimar mais — Horrania disse com toda naturalidade do mundo. Ela estava começando a se parecer com ele.

— Você ouviu a garota, Kaila — Lúcifer parecia contente ao ver que a menina era tão traiçoeira quanto ele mesmo — agora chega de toda essa brincadeira e vamos todos jantar.
— Eu adoro essa parte — Horrania saiu da sala aos pulos. Essa é a primeira vez que conheço uma criança tão gulosa.
— Espere, ainda preciso te perguntar algumas coisas — chamei a atenção do diabo que já ia me dando as costas.

— Seja rápida — ríspido como de costume. Eu realmente não entendo esse cara, uma hora age de uma maneira e na outra muda completamente a sua personalidade.
— Quando eu cheguei aqui foi me dito que eu teria algumas aulas com alguns professores. Mas agora o número de professores diminuiu, por que?
— Na verdade você só terá a Cho como professora. Creio que ela sozinha será capaz de te ensinar algumas coisas.
— Só ela? — agora as coisas realmente estão estranhas, de que valia todo aquele jogo se agora eu só iria ter uma professora?

Meu Diabo FavoritoOnde histórias criam vida. Descubra agora