Deitada na cama daquele enorme quarto de hotel, eu me sentia totalmente sozinha... Ainda era terça-feira, dia 27. Eu já tinha rodado todos os canais de TV e não havia nada para assistir. Acho que estava sentindo abstinência dos eletrônicos do século XXI.
Comecei a pensar na minha família... Minha filha, meu marido. Sentia falta deles...
"Uau... O Ed ia pirar se soubesse!", pensei.
Meu marido era assim. Ele curtia as minhas conquistas. O problema era que eu batia muito na mesma tecla. Muito não, demais! Não havia quem aguentasse. E, neste caso especificamente, como eu poderia, um dia contar a ele?
_ Espero que eu acorde achando que tudo foi um sonho... - disse para mim mesma.
Quando eu já tinha decidido sair para tentar comprar alguma coisa para vestir, afinal, eu ia precisar fazer uma mala, o telefone do quarto tocou.
_ Alô!
_ Senhorita Fergunson, o senhor Jackson no telefone. - disse a recepcionista.
O que ela achou que eu diria? Para ele ligar mais tarde?
_ Pode passar, por favor. - tentei dizer, num tom mais natural possível.
_ Alô.
_ Oi Lucy. Tudo bem?
_ Sim, tudo bem, e você?
_ Estou bem. Já descansei.
Tive que rir...
_ Fico contente em saber.
_ Olha, me desculpe se eu fui rude de algum modo da última vez que nos falamos... espero que entenda.
Ele estava me pedindo desculpas?
_ Michael, por favor! Eu sou a doida da história. Eu que cheguei do nada falando um monte de coisas que ninguém deveria saber, então, não fico ofendida pela dificuldade em acreditar, ok? Só... sei lá... mantenha a mente aberta.
Ouvi uma leve risada do outro lado.
_ Ok... Depois de eu não ter achado nada sobre você, em lugar nenhum, vou ter que fazer isso. E te manter por perto, porque... O que você sabe, ninguém sabe, e eu espero que continue assim, entende?
_ Claro que eu entendo. Não cabe a mim essa decisão.
_ Você se junta a nós, então?
_ Ao grupo da turnê? Claro! Eu não tenho nenhum lugar para ir.
_ Ok. Vou pedir para te buscarem amanhã cedo, e a gente se encontra no hotel na Irlanda. Quando chegar, chamo você para continuarmos a conversa.
_ Perfeito.
_ Ah, e Lucy, como foi aquela frase que você disse aquele dia? Sobre milagre?
_ Perguntei se você acreditava em milagres...
_ Agora eu acredito em milagres, porque um milagre aconteceu essa noite... Queria lembrar da frase, ela me soou bem.
Eu precisei rir. Eu sabia o quão bem ela soava.
_ Eu sei. Eu sei que ela soa bem Michael.
_ Porque você sabe?
_ Não posso te dizer.
Michael riu do outro lado da linha.
_ É uma música?
_ Vou desligar. Não sou o Martin MacFly. *
VOCÊ ESTÁ LENDO
Michael Jackson - Living the Dream
FanfictionCONCLUÍDO Viver ou sonhar? Manter os pés no chão, na realidade que conhece ou arriscar o que não é palpável, mas pode vir a ser? Lucy não consegue mais manter sua mente na própria vida: seus pensamentos estão presos a uma outra época, numa outra dé...