CONCLUÍDO
Viver ou sonhar? Manter os pés no chão, na realidade que conhece ou arriscar o que não é palpável, mas pode vir a ser? Lucy não consegue mais manter sua mente na própria vida: seus pensamentos estão presos a uma outra época, numa outra dé...
A van em que íamos embora era grande, mas por lógica, me sentei perto dele assim que entramos no carro.
_ Oh, não quer sentar ali na frente? Eu estou um caco. Preciso demais de um banho... pode abrir algumas janelas... Nem mesmo a Jolie vem comigo no carro depois do show...- Michael começou a dizer, ainda tentando se enxugar.
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Acho que ele não costumava ter companhia para ia embora do show é só tinha se dado conta naquele momento de que estava realmente ensopado.
Michael era humano. Claro que estava suado e como todo o ser humano, tinha cheiro de suor. Mas isso não era óbvio? Será que ele pensou que eu esperava outra coisa depois de vê-lo fazer uma maratona de duas horas?
_ Michael? Pelo amor de Deus! Você é incrível, mas não é divino. A gente abre um pouco as janelas e pronto! - disse, me esticando para começar a abri-las.
_ Desculpa... eu nem pensei nisso... devia ter dado um jeito de tomar uma ducha... - disse, abrindo as janelas do lado em que estava, visualmente envergonhado.
_ Sinal que as garotas que você traz para as festinhas do pós show não se incomodam também. - provoquei, dando risada.
Ele revirou os olhos, rindo. Ele sabia que era uma piada.
_ Pior é que esse tipo de garota não se importa mesmo... - disse ele, distraidamente, prendendo o cabelo.
O comentário não passou despercebido por mim, apesar de eu saber bem que ele se referia aos tempos das turnês com os irmãos, e ele o fez de um modo tão singelo que fiquei sem graça de fazer piada.
_ Era um tempo difícil, fazer turnê com os seus irmãos? - perguntei, mais para deixá-lo falar.
Ele entortou a boca de lado, lamentando-se.
_ Bom, era complicado sentir sempre como se estivesse empatando o lance deles... principalmente dos que eram casados. Mas, eu não fazia por mal. Era automático. Era errado. Não conseguia evitar.
_ Sim, é errado.
Ok... a conclusão gerou um silêncio pesaroso no carro. Era uma conclusão simples e que nós dois nem precisávamos pensar muito para chegar a ela.
Depois de algum tempo, quando já estávamos nos aproximando do hotel, Michael quebrou o silêncio:
_ Lucy, não quero que entenda mal... talvez eu possa ter te dado uma impressão errada pelo modo que me comportei hoje, mas eu só queria a sua companhia, pois sei que... não posso ter nada além disso, não ainda. - disse ele, de um modo gentil, mesmo que tristonho.
O carro entrou na garagem do hotel, após vencer a pequena multidão que aguardava na rua. Eu aproveitei essa distração para pensar numa resposta.
_ Você poderia ter este tipo de companhia se quisesse. Sabe disso. A Sheryl estaria disposta, se você quisesse. - disse por fim, pouco antes de descermos do carro.
