27º Capítulo

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Visão de LucyEncino, Califórnia, 1988

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Visão de Lucy
Encino, Califórnia, 1988

A viagem foi estranha...
Michael e eu viemos sentados ao lado um do outro, e tentávamos agir com naturalidade, mas a presença dos pais dele logo atrás de nós não era possível ser ignorada.

Por mais que ele me garantisse que eu poderia ficar a vontade em sua casa, é claro que isso não era totalmente possível. Mesmo sua mãe, que era muito agradável, tinha, com muita sutileza e amabilidade, deixado alguns pontos muito claros: ela não queria me ver dentro do quarto sozinha com Michael, e não queria de modo algum que o filho dela fosse magoado.

Ok para o segundo ponto. Difícil seria cumprir o primeiro.

Não vou ficar aqui descrevendo meu encantamento com a linda casa deles, nem o modo gentil que Michael me acomodou e como ele fez para garantir que eu realmente me sentisse parte daquele universo. Ele fez tudo o que estava ao seu alcance.

Mas ainda assim não foi fácil.

Porém, todo e qualquer desconforto, qualquer desaforo que algumas vezes eu era obrigada a engolir quando Michael não estava, era compensado pela sua presença: amanhecer com suas batidas suaves na porta do meu quarto me chamando para o café, ou nossos passeios vespertinos pela propriedade, observando o sol se pôr, me faziam esquecer as partes ruins.
Vê-lo ficando cada vez mais forte, física e mentalmente compensava qualquer desconforto.

E isso precisava acontecer, e precisava logo: estávamos chegando ao fim de 88, e com o início do próximo ano, se aproximavam as datas dos shows de retomada da turnê, que já tinha sido adiada mais de uma vez: Michael só queria voltar ao palco quando tivesse certeza de que estava 100% preparado. Agora  que o motor principal já estava pronto, a máquina começaria a funcionar novamente.

Mas isso exigiria que ele tivesse contato com várias outras peças da engrenagem. Algumas que ele já nem queria mais ter por perto, outras que precisavam ser recondicionadas com urgência.

Esse era o caso de Frank Dileo.

_ Entende porquê não quero demiti-lo? Pelo menos não ainda?- perguntou Michael, enquanto alimentávamos Muscles.

Eu entendia. Mas não conseguia concordar.
Para mim, Michael era muito maior do que se via. Maior do que o próprio empresário, maior até do que a própria gravadora.

Depois de quase quatro meses convivendo com a família Jackson, ficava notório o celeiro de talentos que existia ali. Se ele quisesse ter o próprio selo para lançar seus álbuns, dos seus irmãos e sobrinhos, não precisaria nem se preocupar com a compra da CBS pela Sony e a troca dos comandos, que era outra coisa que andava incomodando.

_ Já disse o que penso. Na lista, a Lucy deixou claro: o Dileo é encrenca, a Sony também. Acho que devia se livrar deles logo. Mas você é quem dá as cartas. - respondi, pela vigésima vez, talvez.

Michael Jackson - Living the DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora