CAPÍTULO 05

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   Passo o fim de semana tentando não pensar no fato de que vou ficar fora da equipe por um mês. UM MÊS CACETE!!!

    — vai passar rápido. Você não vai nem notar. — Henry tenta me consolar, enquanto faz uma série de flexões a poucos metros.

    — vai é meu cu. Aqueles treinos são tudo para mim. — digo, sentindo minhas pernas queimarem enquanto faço agachamentos no leg press, com 65 quilos de cada lado.

     — você ainda pode treinar ué, só vai ficar fora do time, não está proibido de usar inúmeras quadras da cidade.

     — Verdade. Acho que vou procurar uma aqui por perto para ficar treinando a noite. — digo, embora não seja a mesma coisa que treinar com eles. 

    Estou suando às bicas, encharcando a minha regata preta e o calção curto. Minha bunda e minhas coxas estão protestando a cada movimento de sobe e desce que faço, empurrando os 130 quilos.

     — hoje vai ter uma festa na casa do Jacob. Só o nosso pessoal mesmo. Você vai, né??

    — apareço lá umas nove da noite. — digo, querendo me divertir um pouco hoje, pois que amanhã já é segunda e terei que ir para aquele inferno, sem meus treinos como motivação.

    Para falar a verdade não sei como vou fazer isso. Natação é algo que com certeza não dá para mim. E ainda ter que competir?!?

    

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    Já passam das nove e meia da noite quando enfim saio de casa. Passei bem mais tempo que o normal na academia e perdi a noção das horas.

    Henry já mandou umas cinquenta fotos e mensagens escritas erradas (um dos sinais de que ele já está mais do que bêbado, o que geralmente só sobra para mim ter que levá-lo para sua casa).

    Dirijo pelas ruas bem iluminadas e limpas, cruzando com outros carros apenas uma vez ou outra. Já fui em duas outras festas na casa desse cara, então sei muito bom o caminho, além de não ser tão longe assim de onde moro.

     Depois de alguns minutos, finalmente chego no seu bairro. As casas aqui são enormes, com quintais quadrados com grandes  piscinas de diferentes formatos (não quero nem pensar em piscinas!).

    Estaciono em frente a uma grande casa de andar no estilo britânico, com paredes brancas e uma sacada imensa. Pelas luzes e o barulho vindo lá de dentro, esse com certeza é o lugar certo.

     Um vento frio me recebe assim que coloco os pés fora do carro e começo a andar pela calçada de lajotas octogonais que levam até a entrada da casa. Não estou vestindo nada demais, apenas um short de moletom e uma camisa simples, além de um par já meio desgastado de sapatênis.

     Enfio as mãos nos bolsos do short e entro pela porta entreaberta, tomando cuidado para não bater a cabeça no batente.

     A primeira coisa que noto são os copos vermelhos espalhados pelo chão, seguido pelo cheiro forte de bebida, os gritos e risadas altas. E depois a quantidade de pessoas, deve ter no mínimo umas 50 só nesse cômodo...

     — Mikah!!— Henry grita alegremente, vindo até mim em passos cambaleantes com um copo de cerveja em uma das mãos, e os dedos da outra entrelaçados com uma menina bonita que não faço ideia de quem seja.

    — oi. Você disse que era só nosso "grupinho". — digo, com ele precisando praticamente colar o ouvido na minha boca para escutar o que eu digo sob todo o barulho.

    — ESSE É O NOSSO GRUPINHOOOO!!— Ele grita bem mais alto que o necessário, antes de soltar uma gargalhada e beber mais um pouco. Reviro os olhos e noto o olhar da menina sobre mim. Ela me lança um sorriso e tira a mão da de Henry.

     — quer uma bebida, bonitão?— diz alto o suficiente para que nós dois escutemos, mas Henry está tão entretido com o próprio copo que não deve ter entendido.

     — Sim. Mas eu posso pegar para mim mesmo. — murmuro, pegando Henry pelos ombros e o empurrando para dentro da multidão, em direção as mesas repletas de bebidas e salgados.

     Ele fala alguma coisa incompreensível e senta em um dos sofás. O cabelo castanho cai na sua tenta enquanto ele encosta a cabeça no sofá e fecha os olhos por alguns instantes.

    — cê tá bem??

    — MARAVILHOSO! VAI LÁ PEGAR UMA DESSAS PRA VOCÊ!!— ele grita, antes de rir novamente. Reviro os olhos e começo a andar novamente até às mesas. É a cara desse idiota beber até esquecer o próprio nome.

    O rap alto que toca em um dos cantos se mistura com alguma música da Lady Gaga que vem do lado oposto da sala, o que é bastante engraçado, na verdade. Desvio das pessoas com cuidado e enfim chego na mesa (alguma espertinha até se atreveu a me dar um tapa na bunda quando passei por um grupinho ali atrás).

    Encaro as três tigelas de vidro com ponche sobre a mesa. Uma é azul, outra amarela com pedaços de laranja e limão flutuando no líquido, e a outra é vermelha com morangos e framboesas. Depois de alguns segundos, pego um copo e resolvo optar pelo vermelho, que está um pouco mais atrativo aos olhos.

     — sabe que todos estão batizados, certo?— uma voz diz assim que termino de encher o copo. Levanto o rosto rapidamente e dou de cara com Elliott a menos de dois metros, com as costas contra a parede, um copo na mão e um sorriso frio no rosto.



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AMOR E ÓDIO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora