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É.
Eu realmente me fodi.
Às cinco da tarde, duas horas após o término das aulas, estou na oficina, encarando minha belezura, que está novinha em folha. O problema é o preço do concerto.
— 350 dólares?— repito pela centésima vez, ainda incrédulo, alternando o olhar entre o carro e o mecânico que aparenta ter uns 25 anos e está tipicamente sujo de graxa.
— você bateu o motor, amigo. E troquei dois dos pneus, que estavam super carecas. — ele explica, limpando as mãos num pano, que parece estar mais sujo do que seus dedos.
— entendi.
— mas posso dividir em duas vezes.
— não precisa. — digo, mesmo que o valor seja uma facada na minha carteira. Retiro o cartão de crédito do bolso e estendo para ele, que o pega e vai procurar a maquininha.
Meu carro é um SW4 preto. Meu amorzinho e com certeza a coisa mais cara que possuo. Ficar sem ele é o mesmo que perder parte mim.
Abro a porta e sento no banco macio. o cheiro meu perfume ainda está impregnado aqui dentro. Enfio a chave na ignição e ligo meu bebezinho, quase chorando de alívio quando ele faz o som com que estou bastante acostumado, e não aquele ronco esquisito de semanas atrás.
— pronto. — o cara volta com meu cartão e o estende para mim pela janela aberta.
— obrigado, cara. — agradeço, mais do que satisfeito por ter meu carro de volta.
— se tiver mais algum problema, você pode voltar aqui.
— okay.— manobro para fora da oficina com cuidado, sem conseguir esconder minha alegria.
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Depois de rodar vários quilômetros pela cidade apenas para matar a saudade do meu possante, volto para cara para trocar de roupa.
Estaciono ao lado da calçada e saio em passos rápidos, pois se deixar o carro no estacionamento do condomínio irá apenas dá mais trabalho para tira-lo depois, já que vou sair daqui alguns minutos novamente.
Cumprimento o porteiro com aceno de cabeça e sigo até um dos três elevadores que há no prédio. Há alguns quadros decorativos presos nas paredes e vasos com flores em quase todos os cantos. Não sou muito chegado a natureza, mas também não desgosto o suficiente para ficar incomodado com o excesso de verde.
— Ah!— exclamo para mim mesmo assim que lembro das mensagens do meu pai. Porra! Ele vai arrancar meu couro por não ter respondido antes.
Encosto as costas na parede do elevador e tiro o celular do bolso, procurando rapidamente as conversas.
— Oi filhão. Como andam as coisas por aí?? Espero que venha passar o seu aniversário de dezoito anos conosco. Ainda falta um mês e meio, mas já vou avisando logo para você não ter aquela desculpa de "não me programei e blá blá blá". — abro um sorriso enquanto ele continua tagarelando sem parar no áudio.
Eu amo meu pai. Posso contar com ele para tudo. Só não vou vou com a cara da nova esposa dele. Aquela mulher é interesseira e insuportável.
Minha mãe mora na Pensilvânia com a nova família dela. Do outro lado do país. Mas de vez em quando ela liga para mim e finge que se importa. Pergunta se estou bem, se preciso de alguma coisa ou algo assim.
Sinceramente. Não dou a mínima.
Digito apressadamente a resposta para meu pai, então enfio o celular novamente no bolso da calça.
Só espero que o "estarei aí" que digitei não traga problemas para mim.
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Como já disse antes, o meu apartamento não é tão grande assim. São apenas dois quartos; um banheiro no quarto principal; uma sala e a cozinha.
Na minha sala há dois sofás grandes e uma poltrona de couro tipicamente masculina virados para a grande tela plana presa na parte. Há um carpete cinza felpudo cobrindo boa parte de chão e uma mesinha com algumas coisas aleatórias (até duas latinhas de refrigerante vazias) perto da parede oposta a que fica a TV.
Quase não vou na minha cozinha, mas nela há todos os eletrodomésticos (geladeira, fogão, forno, microondas...) Além de um armário de parede que não tem praticamente nada dentro, já que vivo de comidas pré-prontas.
Sigo até o meu quarto, que tem uma cama King size enorme (sou bastante espaçoso quando estou dormindo); uma escrivaninha com vários troféus e papéis aleatórios; e também o meu grande guarda-roupas, que está com duas portas abertas.
(Ignoro totalmente as minhas camisetas de basquete jogadas no chão junto com algumas cuecas boxers. Mas faço uma nota mental de limpar tudo depois).
Tiro as minhas roupas de forma rápida, as jogando em cima da cama de qualquer jeito poucos segundos depois. Dou uma olhadela para meu reflexo no espelho gigante encostado na parede.
É. Eu realmente sou muito gostoso.
Talvez eu seja um pouco narcisista mesmo, como Henry falou. Mas porra, se eu não gostar de mim mesmo, quem diabos vai?? (Metade da escola, talvez, mas o mais importante é eu estar de bem comigo mesmo).
Toco os gominhos duros do meu abdômen, que consegui depois de séculos caminhando para academia (lugar para onde vou daqui alguns minutos, aliás). Minha cueca Boxer Branca se destaca contra minha pele negra, além de me deixar um baita gato.
Depois de admirar um pouquinho mais, procuro alguns roupas leves no meu guarda-roupas e me visto apressadamente, pronto para passar as próximas duas horas suando às bicas naquela academia.
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AMOR E ÓDIO [COMPLETO]
RomanceMikah está no último ano do ensino médio, é estrela do time de basquete, popular, descolado e sua boa pinta faz com que praticamente todas as garotas e garotos da escola ou sejam apaixonados por ele, ou o queiram como amigo. Todas as pessoas, e...