CAPÍTULO 13

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🏀🏀🏀

   No dia seguinte, estou fervilhando de ódio por não conseguir parar de pensar nas aulas de natação e naquele idiota.

   Tá. Ele é um gato. Mas eu já fiquei com garotos tão bonitos quanto. Além de nem sequer saber se ele é Gay/Bi, tirando o fato de que mal me suporta.

"ESTOU COM SUAS BOIAS DENTRO DA MINHA MOCHILA 🏊"
9:13 A.M.

   Recebi essa mensagem assim que cheguei na escola, mas resolvi não responder. Na verdade não sei o que deu em mim para ficar de conversinha com ele até altas horas da noite.

   A gente se odeia. Não é??

   A primeira aula do dia é francês, mas minha dicção não é tão boa para me fazer tentar falar em voz alta algumas palavras como quincaillerie, coquelicot e bredouille, então fico na minha, mexendo disfarçadamente no celular por debaixo da mesa.

   Sem perceber, vou para o Instagram e checo o seu perfil, rolando as fotos rapidamente enquanto encaro o seu rosto pálido. Os olhos azuis ficam ainda mais claros (se é que é possível ser mais claro que isso) por causa do flash da câmera.

   Eu vou ter que descobrir se esse idiota é Gay.

   E vai ser hoje.



🏀🏀🏀




   Depois da aula, já estou com um esquema pronto na minha mente. Praticamente corro para o vestiário pelos corredores vazios e troco de roupa apressadamente, vestindo uma sunga escolhida a dedo numa loja hoje de manhã, antes de vir para a escola (Talvez eu já estivesse com o intuito de provoca-lo e descobrir isso antes mesmo de vir para cá).

   A sunga é totalmente branca. O pano é bem grosso, mas sei que depois de algum tempo dentro d'água ela vai ficar pelo menos um pouco transparente.

   Talvez ele não tenha nenhuma reação, mas não posso perder a chance de provoca-lo mesmo assim.

   Visto-me apressadamente e vou para a área das piscinas, onde ele está nadando de um lado ao outro, veloz como um raio.

   Avisto duas boias de criança perto da borda (aposto que ele escolheu esse modelo a dedo para tirar sarro de mim). Não vou usar essa coisa nem a pau.

   — Oi, vossa excelência. — digo, curvando-me para frente exageradamente. Ele olha por cima do ombro e percebe minha presença aqui pela primeira vez. Seu olhar recai sobre mim, desce pelo meu peito, abdômen, encara o meu volume e desvia apressadamente o olhar, já começando a ficar vermelho. Isso me faz abrir um sorriso grande, mas concentro-me para continuar com o rosto neutro.

   — Oi. — resmunga assim que eu começo a descer os degraus. Começo a flutuar e dou um impulso para a frente, saindo do alcance das escadas e engolindo um pouco de água no processo.

    Elliott provavelmente sabe que não vou usar as boias de criança, então nem perde tempo tentando me convencer.

   — quero que você mergulhe e suba novamente para a superfície. — diz, se aproximando de mim e deixando não mais do que um metro e meio entre nós.

   — tá louco? Eu vou morrer afogado!

   — não vai. Eu estou aqui com você. — diz, sério.  E sem mais nem menos, ele mergulha e some de vista, de modo com que eu veja apenas um vulto claro descendo até o fundo da piscina.

   Sinto a água quente me envolver e respiro fundo, tomando coragem para fazer isso, mesmo que seja ideia de maluco. Conto até três e prendo a minha respiração, antes de mergulhar também.




🏀🏀🏀




   Quando abro os olhos, sinto-os arder um pouco enquanto se acostumam com a água. A luz artificial reflete no fundo da piscina e cria uma imensidão azul para todo os lugares que olho, parecendo com um fundo infinito.

  Olho para o meu próprio corpo. Estou flutuando verticalmente agora, com pouco mais de um metro entre mim e a superfície. Varro a piscina com meu olhar a procura de Elliott, o encontrando sentado no chão da piscina, abraçando os joelhos e me encarando.

   Ele sorri (fazendo algumas bolhas de ar escaparem da sua boca) e acena com a mão. O cabelo loiro flutua ao redor da sua cabeça como uma água viva. Uma água viva bastante atraente e macia.

   Apesar de ser muito legal aqui em baixo, me dou por satisfeito e bato os braços e as penas freneticamente para subir até a superfície, o que graças ao bom Deus, funciona.

   Encho os meus pulmões de ar repetidas vezes, saboreando o contato com o oxigênio novamente.

    Elliott surge poucos segundos depois, jogando gotas de água em mim enquanto sacode o cabelo.

   — me ajuda aqui. — finjo não conseguir me estabilizar, fazendo-o vir até mim imediatamente e me segurar pelos ombros. Agarro a sua cintura rapidamente e colo seu corpo no meu, mas um milissegundo depois de ver que não estou precisando de ajuda, ele se afasta de mim, saindo do meu alcance

   Ele pode até ter se esquivado dessa vez, mas de hoje ele não escapa.






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AMOR E ÓDIO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora