CAPÍTULO 37

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    A equipe com que estamos competindo é muito boa. Muito boa mesmo, e é difícil admitir essa merda. Eles tem excelentes bloqueios e trabalham em equipe, mas que se fodam, a gente é muito melhor que esses merdinhas.

    Esse campeonato é o mais importante do nosso ano escolar, e a gente já passou pelas três primeiras fases dele de forma invicta, não é possível que percamos agora. Minha cabeça está latejando sem parar de tanta concentração, enquanto meus olhos procuram as brechas na defesa deles.

    Esses caras podem até ser bons, mas com certeza não vão superar a gente. Nós estamos na frente e faltam apenas alguns minutos para a partida acabar, apesar de a diferença ser de poucos pontos.

    Outro problema que a gente está tendo é que esses filhos da puta são agressivos pra caralhos, Henry já levou um soco na bochecha, e olha que ele sequer estava com a bola!!

    Um cara da nossa equipe passa a bola pra mim e o meu adversário que está me marcando tenta tira-la das minhas mãos a todo custo, mas eu me esquivo rapidamente e corro pela quadra, ganhando um pontapé que quase me faz cair de cara no chão. Todos os outros caem em cima de mim como um urubu é atraído por uma carcaça, e eu não tenho escolha a não ser passar para o primeiro da minha equipe que surge no meu campo de visão.

   Eu corro para a frente para receber a bola do outro lado, mas três caras tentam impedir a minha passagem, me fazendo avançar com toda força para passar desses desgraçados, e eles não tem escolha a não ser abrir caminho. Onde já se viu essa merda?! Bater e tentar impedir os jogadores de passar só porque não são bons o suficiente para ganhar honestamente!!

     O som dos tênis contra a quadra ecoam pelo espaço coberto repetidas vezes, assim como os gritos vindos das arquibancadas completamente cheias. O meu olhar recai sobre o Garoto loiro na terceira fileira, que está gritando sem parar e com os olhos azuis focados em mim.

    Queria continuar olhando por um pouco mais de tempo, mas alguém solta um rosnado e joga a bola para mim. Fico um pouco surpreso ao perceber que é o mesmo garoto com quem briguei pouco mais de um mês atrás. Aquela briga que me fez ir parar nas aulas de natação e conhecer Elliott. Acho que deveria agradecê-lo por aquilo, apesar de ainda não termos trocado uma palavra um com o outro. Mas pelo visto a nossa vitória é bem mais importante do que qualquer desavença que tivemos no passado.

     Eu ergo as mãos para pegar a bola, sabendo que com certeza vou fazer a cesta porque a quadra está totalmente livre na minha frente, mas um empurrão me faz cair de joelhos a mais de um metro de onde a bola aterrissaria.

    — QUAL É, PORRA!! — grito, levantando rapidamente para recuperar a bola, embora ela já esteja nas mãos de alguém da outra equipe. O desgraçado do árbitro parece ser cego, porque não tá vendo o que tá acontecendo aqui!!

     O resto do jogo é uma bagaceira total, e eu estou suando tanto que minhas roupas estão completamente grudadas no meu corpo. Os caras da minha equipe começaram a jogar da mesma forma que esses filhos da puta e retribuem na mesma moeda quando recebem cotoveladas e empurrões. Que se foda o espírito esportivo, eu quero triturar esses merdinhas na porrada e passar na cara deles que esse prêmio é nosso.

    A porra do jogo está empatado, e não falta mais do que trinta segundos pra terminar. Eu estou respirando com dificuldade de tão cansado, mas corro para frente mesmo assim.

    — MIKAH!! — Henry grita, trombando com um dos caras vestidos de vermelho e preto. Os dois vão para o chão, mas antes, meu amigo arremessa a bola para mim, então começo a correr feito um maluco em direção a área do nosso adversário, pronto para passar por cima de quem aparecer na frente.

      Não consigo dá mais do que uns cinco passos antes de ser encurralado, então resolvo arriscar e jogar daqui mesmo. A minha altura ajuda muito, mas o ângulo e a pouca visão não me favorecem em nada. Todos nós observamos em câmera lenta a bola descer em direção a cesta, bater no círculo de metal, quicar e... Entrar nele logo em seguida, fazendo a cesta um milissegundo antes do jogo acabar.

      Meu olhar vai diretamente para o telão onde está o placar, enquanto gritos ensurdecedores tomam conta da quadra. Um urro de vitória escapa de mim quando o 86x86 vira um 89x86.

      A maioria das pessoas das arquibancadas começam a gritar e pular sem parar, enquanto meus colegas correm até mim e abraçam, gritando feito um bando de malucos. Eu não consigo evitar o sorriso de alegria que toma conta do meu rosto. NÓS GANHAMOS PORRA!!

     Olho para a arquibancada e tento encontrar a cabeleira loira do meu namorado, e enquanto encontro-o, me desvencilho dos meus colegas e corro até lá, desviando de uns desgraçados da outra equipe e forçando passagem pelas pessoas das duas primeiras fileiras da arquibancada, até estar de frente para o lindo garoto do cabelo dourado, que está sorrindo para mim.

     — PARABEN... — ele começa, mas eu o interrompo assim que agarro os seus ombros e lhe dou um beijo apaixonado, mal lingando para o fato de estar banhado de suor. A nossa plateia vai a loucura, com gritinhos e assobios ao nossos redor, e isso me faz rir baixinho e revirar os olhos, ainda com os lábios grudados nos seus.

     — A gente vai comemorar daquele jeitinho, certo? — Provoco, fazendo suas bochechas ficarem rosadas e ele desviar o olhar rapidamente, murmurando palavras desconexas. Tão fofo!!

      — VEM MIKAH!! — O treinador grita lá da quadra, sorrindo de uma maneira que nunca o vi sorrir antes enquanto segura o troféu enorme da competição.

      — Até mais tarde, leite azedo. — Sussurro para o meu namorado, antes de descer as arquibancadas e correr até a minha equipe.




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      Há uma zona no nosso vestiário, que é bem parecido com a da equipe de natação, só que bem maior. Os meus colegas ainda estão comemorando sem parar, e alguns já estão só de cueca. A cena faz o treinador revirar os olhos, apesar de um pequeno sorriso ainda estar presente no seu rosto.

     — VAI TER FESTA HOJE MIKAH!! — Henry grita, pulando feito um maluco e gravando todo mundo com a câmera frontal. Tenho Quase certeza que ele está fazendo live no Instagram.

     — Foi mal galera, já tenho planos pra hoje. — Digo, o que gera uma série de "uuuuuuih, vai comemorar com o namoradinho...", Me fazendo soltar uma gargalhada alta.

     — Vai lá, garoto. E parabéns pelo jogo de hoje. — O treinador diz, dando um tapinha no meu ombro assim que eu passo por ele.




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AMOR E ÓDIO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora