CAPÍTULO 15

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   O sábado passa voando, sem muitas coisas interessantes, fora que eu não consegui parar de pensar naquele idiota. Henry e eu chamamos alguns amigos para jogar uma partida em uma das quadras da cidade, e o time que perdesse iria pagar toda a bebida da festinha que iria ter a noite.

    O meu time ganhou, obviamente. A festinha foi até legal, mas fui embora mais cedo do que o esperava porque meu amigão aqui resolveu pensar em um certo alguém no meio da festa.

   Resolvi não mandar mensagens para ele e esperar o seu tempo (ou até a aula de natação da segunda), mas na manhã de domingo, quando estou estatelado na cama morrendo de preguiça, recebo uma mensagem.



"SABE ONDE É MINHA CASA, CERTO?"
09:19 A.M.


"A MANSÃO PERTO DA CASA DO JACOB, NÉ? COM DOIS BUGATTI'S ESTACIONADOS NA GARAGEM E UM CAMARO DE CADA COR."
09:23 A.M.


"ESSA MESMO. ESTEJA AQUI ÀS CINCO DA TARDE. O CÓDIGO QUE VOCÊ DEVE DÁ PARA OS SEGURANÇAS É 63773789428-86389. CUIDADO PARA NÃO ERRAR NENHUM NÚMERO OU ELES VÃO LIGAR PARA A POLÍCIA."
09:24 A.M.


"CERTO. LEITE AZEDO."
09:26 A.M.


"COMBINADO ENTÃO. CHOCOLATE AMARGO."
09:27 A.M.


"🍆🍆🍆🍆🍆"
09:27 A.M.


"🖕🖕🖕🖕".
09:28 A.M.




🏀🏀🏀




   Pra falar a Verdade, não sei muito bem o que esperava sobre como seria a casa e os pais de Elliott, mas quando estaciono o meu SW4 ao lado da calçada em frente a enorme mansão, já penso que eles vão ser como aqueles riquinhos irritantes dos filmes (ou exatamente como seriam na brincadeira que Elliott e eu criamos para caçoar um ao outro).

   Atravesso o gramado bem cuidado e subo os degraus que levam até a porta grande, me arrependendo de não ter vestido algo bem melhor que um calção de corrida que mal passa da metade da minha coxa e uma camisa preta simples.

   Respiro fundo e aperto a campainha, ouvindo o som ecoar lá dentro no segundo seguinte.

   Imaginei o pai dele sendo um empresário podre de rico, vestindo sempre ternos feitos sob medida e sem nem um amassado, mas o cara abre a porta para mim é o total oposto disso.

   — Oi!! — O homem diz alegremente, enquanto abre um sorriso gentil para mim e ajeita os óculos redondos no rosto. Suas cores são exatamente iguais as do filho, mas o cabelo loiro já tem alguns fios brancos (que são quase imperceptíveis) e algumas rugas ao redor dos olhos. Ele está vestindo uma camisa de botões branca que está toda suja de alguma coisa vermelha, e uma calça dobrada até os joelhos.

    — O-oi! — a surpresa faz minha voz falhar. Ele é uns bons 20 centímetros mais baixo do que eu, me fazendo ter que olhar para baixo para encara-lo.

   — você deve ser o Mikah.  — o pai de Elliott estende a mão para mim, então a aperto firmemente.

   — sou sim.

   — meu filho fala bastante de você. Ele tá lá em cima no quarto. ELLIOTT, SEU AMIGO TÁ AQUI!! — ele grita a última parte, olhando por cima do ombro em direção a uma escada larga que leva até o segundo andar.

   Elliott fala bastante sobre mim??

   — já tô indo! — a resposta abafada vem pouco depois.

    Uma mulher bonita que aparenta estar por volta dos quarenta anos surge no corredor e caminha até nós. O seu cabelo é castanho claro e os olhos são escuros, e ela tem o mesmo sorriso gentil que o marido.

   — nossa! Você é absurdamente alto, além de ser lindo. — ela exclama com um sorriso típico de mãe no rosto, também estendo a mão pequena para mim.

   — obrigado, senhora...

   — senhora não!! Pode nos chamar pelo nome. Eu sou Rose, e esse é meu marido, Walter. — ela me corta, então confirmo Levemente com a cabeça e enfio as mãos nos bolsos do calção. Isso aqui tá meio estranho, mas estranho de um jeito bom.

   Elliott aparece no topo das escadas e começa a descer de dois em dois degraus, como se não confiasse em deixar seus pais perto de mim.

   — oi.— ele diz, vestindo uma calça de pijama xadrez e uma camisa branca. Suas bochechas ficam quentes quando seu olhar recai sobre mim, como se estivesse lembrando do que aconteceu sexta.

   — oi. — não posso fazer piadinhas ou ser sarcástico na frente dos seus pais, então minha voz sai angelical e educada.

   — vamos, Entre. — o pai dele começa. — não fique parado aí, nós estávamos tentando fazer uma nova receita de macarrão. Você vai ter que ficar para jantar conosco e ver se aprova ou não.

   — obrigado, senhor. — digo, entrando na casa enorme.

   — Walter. — ele corrige, limpando as mãos na camisa e espalhando ainda mais o que acho ser molho de tomate.

   — Elliott, querido, você não disse que ele era tão bonito. — a mãe dele diz, com um sorriso grande, como se estivesse provocando.

   — hahahah. Engraçadinha. A gente já vai subindo. — diz, sinalizando para que eu o siga em direção as escadas.



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    Na verdade agora eu estou me sentindo um pouco idiota por provoca-lo todo esse tempo. Espero que ele saiba que eram apenas brincadeiras, nada mais. Se a pessoa tem muito dinheiro e o conseguiu honestamente, é direito dela usufruir disso.

   — esse aqui é meu quarto.—  ele diz, abrindo uma porta no fim do corredor e entrando logo em seguida. Sigo-o em silêncio e dou uma bela olhada ao meu redor.

    O quarto é grande, com janelas de vidro tomando boa parte da parede, o que deixa o ambiente super claro. Há alguns pôsteres nas paredes e dezenas de medalhas colocadas de qualquer jeito num cabideiro. Na parede em frente a cama grande há uma tela plana enorme, e um pouco para a esquerda uma escrivaninha repleta de livros, papéis e itens de papelaria.

   Não avisto guarda-roupas em lugar nenhum, então ele provavelmente tem um closet.

   — quer assistir alguma coisa??— Elliott pergunta, indo pegar o controle remoto sobre a cama e já ligando a TV.

   — claro. — digo, começando a caminhar em sua direção, mas bato a cabeça em alguma coisa.

   — cuidado! — ele exclama, segurando o riso. Olho para cima e vi que bati em um lustre, faço uma ceninha e seguro os lados da cabeça, como se estivesse com muita dor, mas pelo seu olhar, ele não caiu nessa. — hahaha.

   — quase quebro o seu lustre de diamantes. —  provoco, mas ele Apenas revira os olhos.

   — quanto você mede?

   — vinte e três centímetros de diâmetro, 14 de circunferência. — respondo, abrindo um sorriso felino. Elliott estremece e me encara com os olhos arregalados, corando tanto que até o seu nariz fica vermelho como um tomate.

    Vou até lá e sento na sua cama, observando-o em silêncio enquanto ele tenta me ignorar totalmente e escolhe o filme, selecionando "pânico" depois de um tempinho. Esse é clássico, e um dos meus favoritos.

    Tiro os tênis e deito na sua cama como se fosse o dono do lugar, colocando os pés onde normalmente fica a cabeça, para assim conseguir assistir sem problemas. Elliott faz o mesmo. A calça fina do pijama marca cada centímetro das suas pernas e bunda, fazendo o meu pau já começar a latejar.



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AMOR E ÓDIO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora