CAPÍTULO 35

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    — ... E-então... Eu queria dizer que gosto muito do filho de vocês. Muito mesmo. E-e a gente está namorando agora. — termino de gaguejar o meu discurso improvisado, suando frio de tanto nervosismo, encarando os pais de Elliott. Eu sou uns bons vinte centímetros mais alto que o senhor Walter, mas quando ele foca aqueles olhos azuis idênticos aos do filho em mim, é como se eu fosse uma criancinha diante dele.

    Um silêncio que me faz querer sumir da face da terra se instala na cozinha, enquanto eu alterno o olhar repetidas vezes entre o pai e a mãe dele, que fazem exatamente a mesma coisa com a gente. Elliott está sentado ao meu lado na mesa de jantar, e os seus pais do outro lado.

    O jantar foi agradável e divertido como sempre, e essa era a deixa que tive para falar sobre Elliott e eu, porque não quero fazer nada escondido dos seus pais ou algo assim. O nosso namoro vai ser do jeito certo, e não vamos nos esconder.

    — Então... Você está namorando com o meu filho. — Ele diz, de forma compassada, alternando o olhar entre nós dois. Elliott está tão vermelho e encolhido ao meu lado que acho que vai simplesmente explodir a qualquer momento.

    — S-sim senhor. — Digo, agarrando a mão do meu namorado por debaixo da mesa. O meu nervosismo é palpável, e eu nunca havia me sentido assim antes. O olhar de ambos continuam sérios, completamente diferentes de como estavam algum tempo atrás.

    — A única coisa que tenho pra dizer é... — Senhor Walter levanta da mesa e aponta o dedo pra gente, como se estivesse pronto para nos atacar. - Até que enfim, né garotos?

    — O-o que? — exclamo, completamente atordoado, sem entender nada.

    — Vocês deveriam ter visto a cada de vocês! — A mãe de Elliott diz, antes de soltar uma gargalhada alta. O pai dele senta de novo na cadeira e tampa a boca com a mão para esconder o sorriso.

    — Eu daria um ótimo ator, né? — Ele pergunta, fazendo Elliott esbugalhar os olhos e abrir a boca. A cena seria um pouquinho engraçada, se não fosse o fato de que estamos completamente horrorizados.

    — Qual é, acha que não sacamos nada? A cada cinco palavras que o nosso filho fala, uma é "Micael", outra é "Mikah" e a outra é "aquele idiota". Tava na cara que ele estava apaixonadinho por você. — O pai dele diz, revirando os olhos.

    — Além disso, naquele outro dia que você dormiu aqui, Elliott milagrosamente apareceu com uns cinquenta chupões no corpo de manhã, e suspirando sem parar, como se tivesse passado a noite... — A mãe dele começa, mas Elliott a interrompe rapidamente.

    — M-MÃE!! — ele esconde o rosto nas mãos, morrendo de vergonha.

    — Não fica assim não bebê. Mikah já é como um filho pra gente. Ele já faz parte dessa família desde o momento em que pisou os pés nessa casa. — Ela diz, levantando e dando a volta na mesa, antes de envolver nós dois com um abraço apertado, que me pega de surpresa, mas me faz ficar muito feliz. Acho que isso é a coisa mais próxima de um contato maternal que tive nos últimos dez anos.

    — Isso mesmo filhão. — O pai dele vem até nós e nos abraça também, fazendo Elliott suspirar baixinho e limpar os olhos rapidamente, tirando também algumas mechas loiras do rosto. Ele me falou que os seus pais sempre souberam da sua sexualidade, mas que não sabia como iriam reagir sobre um "namoro", até porque o seu relacionamento com aquele babaca foi meio que um segredo, porque o infeliz não queria que ninguém soubesse disso.

    — Eu não preciso dizer para você cuidar do meu filho, não é Mikah? Confio em você, e a forma como você olha para o nosso Elliott mostra o quanto você gosta e faria qualquer coisa por ele. — O pai dele Sussurra para mim, dando um tapinha no meu ombro.

    — Sim, senhor. — confirmo, um pouco emocionado. Eu tiro a minha mão que está segurando a de Elliott de debaixo da mesa, porque agora não precisamos mais esconder isso. A mãe dele lança para a gente um olhar carinhoso, como se dissesse "que fofinho!!", Apesar de nós dois sermos bem maiores que ambos, já que eu tenho 1,93 e Elliott 1,80 de altura.

    — E cá entre nós, filho. Ainda bem que você se livrou daquele sujeito estranho que veio aqui uma vez. — senhora Rose sussurra para Elliott, fazendo-o arregalar os olhos.

    — V-vocês sabiam sobre o David?

     — Somos os seus pais, sempre sabemos de tudo. — Ela diz, revirando os olhos.

    — O garoto saia de perto do nosso filho sempre que tinha alguém por perto. — O pai dele explica, com um olhar sombrio. Saber que aquele filho da puta tinha vergonha de ser visto com o cara mais perfeito de todo o mundo, me faz querer e atrás dele só para lhe dá a maior surra que ele tomará na vida.

    — Estou feliz por ter encontrado alguém perfeito pra você, bebê. Além de que seu namorado é um gostoso...

     — MÃE!! — Elliott rosna, antes de me puxar em direção as escadas com o rosto tão vermelho que me faz soltar uma risadinha baixa. Vê-lo com vergonha é tão fofo que me faz procurar motivos para provoca-lo, só porque adoro essa sua expressão.

    — Cuidado, garotos! As paredes são mais finas do que parecem. — O pai dele grita, recebendo um olhar assassino logo em seguida.

    — ATÉ VOCÊ, PAI?! — Elliott diz, enquanto seu pai apenas dá de ombros e tampa a boca com a mão para esconder a risada.

    — Ah! E lembrem de usar camisinha! — A mãe dele grita, fazendo Elliott me puxar ainda com mais velocidade pelas escadas.

    — URGHH!! — Ele faz um som animalesco, tremendo de tanta vergonha. Eu apenas reviro os olhos e agarro a sua cintura, colando nossos corpos enquanto vamos em direção ao seu quarto.



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AMOR E ÓDIO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora