CAPÍTULO 25

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    Tá. Eu fiquei um pouco surpreso quando soube desse David, não que eu tenha algum problema por Elliott já ter tido relacionamentos anteriores, até porque eu também não sou virgem nem nada. O que me surpreendeu foi o quão babaca o sujeito é, e olha que eu nem o conheço!!

    Pelo visto eles namoraram por uns três meses, até Elliott perceber o que eu percebi nos poucos segundos em que fiquei no mesmo ambiente que aquela coisa, para então lhe dá um fora.

    O resto da aula foi um tanto breve. A aula de natação foi seguida por uma série de amassos e beijos molhados e viciantes. Nós não tentamos nada mais por receio de alguém aparecer, mas minha mão deslizava 'sem querer' algumas vezes por aquele corpo delicioso.

    — Sabe. Acho que na próxima aula você já pode tentar um mergulho do trampolim como fazemos na competição. — Elliott explica, enquanto caminhamos pelo corredor da escola. Observo-o em silêncio por alguns instantes. O cabelo loiro ainda está meio molhado, ficando um pouco mais escuro por causa do excesso de umidade. Ele está com a bolsa apoiada em apenas um dos ombros, o que o deixa ainda mais sexy.

     Como se sentisse o meu olhar sobre ele, Elliott olha por cima dos ombros e me avalia com aqueles olhos azuis que parecem refletir cada raio de luz, deixando-os ainda mais iluminados. Uma das sobrancelhas loiras se erguem, enquanto ele espera pacientemente a minha resposta.

    — Certeza? Eu ainda sou bem lento. — engulo em seco e me aproximo dele, passando um braço pela sua cintura. Seria um pouco estranho fazer isso em público, até Porque nós tecnicamente nos odiamos, mas com o corredor vazio, não há problema.

    — o impulso do pulo faz você ir mais rápido. E como eu havia dito antes, você não precisa ser tão veloz, basta competir.

    — Okay. — Murmuro, enquanto caminhamos para fora da escola. O dia está ensolarado e há poucos pedestres andando pela rua. No estacionamento há apenas o meu carro e a sua moto.

    — O que cê vai fazer hoje? — Elliott me pergunta, corando um pouco, enquanto enfia aos mãos nos bolsos da calça jeans.

    — Vou malhar um pouco, e depois jogar basquete com meu amigo numa quadra que tem atrás da praça. — Explico. Faz algum tempo que passei mais do que alguns poucos minutos com Henry, e não quero que ele pense que estou me afastando ou algo assim. O cara é meu melhor amigo.

    — Ah sim. — ele murmura, mas está na cara que quer falar mais alguma coisa e está com vergonha.

    — Você quer ir lá para casa? — tomo a dianteira, mas ele nega levemente com a cabeça

    — Hoje vai ter uma noite de pizza e filme lá em casa. Porque não aparece lá? Meus pais vão ficar super felizes. Eles adoram você. — Elliott diz, me fazendo abrir um sorriso largo.

    — Claro!!

    — Nos vemos lá, então. — Ele diz, virando para começar a caminhar até sua moto, mas eu agarro o seu pulso rapidamente e o impeço de fazer isso.

    — nem um beijo antes? — agarro o seu queixo e colo nossos corpos.

    — A-aqui? — ele Arregala os olhos e olha para os lados. Não há praticamente ninguém nas ruas, mas ainda estamos em público.

    — Eu não tenho nenhum problema com isso. Várias pessoas sabem que eu sou Bi, e mesmo assim, não me importo com a opinião de ninguém. — agarro a sua cintura com as mãos e encaro os seus belos olhos azuis.

     As bochechas de Elliott ficam ainda mais vermelhas. Ele se aproxima na velocidade da luz e me dá um selinho, antes de dá meia volta e correr para onde a sua moto está, me deixando aqui com um sorriso bobo.

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    Depois de uma passadinha em casa para trocar de roupas e vestir algo leve, dirijo tranquilamente para a academia, pretendendo fazer um treino pesado dessa vez e descontar a minha ausência nos últimos dias.

     Eu decidi não tomar nenhum tipo de suplemento ou medicamento que me ajudaria a ganhar massa muscular rápido, porquê não é todos os dias que eu tenho vontade de malhar e as vezes passo até uma semana sem sequer colocar os pés dentro de uma academia. Quem toma essas coisas precisa malhar de forma contínua, ou então todos os músculos somem na mesma velocidade que apareceram.

     Gosto de malhar de tardezinha porque (além de ser o horário disponível para mim) a academia não fica tão cheia. Hoje por exemplo, não tem mais do que umas dez pessoas quando eu passo pela catraca e entro na academia.

    Henry deve aparecer a qualquer momento, porque ele disse que também só iria passar na sua casa para trocar de roupa antes de vir.

    Eu coloco apenas um dos meus fones de ouvido e ligo minha playlist no aleatório. Um bom e velho rock dos anos noventa começa a tocar enquanto eu coloco os pesos numa barra para começar a fazer flexões de braço.

    — Hey. — Uma voz atrás de mim chama, me fazendo olhar por cima dos ombros rapidamente, dando de cara com um carinha mais ou menos da minha idade. Ele é bem mais baixo que eu, tem olhos castanhos e o cabelo ruivo.

    — Oi. — Respondo, enfiando as mãos nos bolsos do meu calção fino, que mal passam da metade das minhas coxas.

    — Pode checar se meus movimentos estão certos enquanto eu faço agachamentos?? — Ele pergunta, abrindo um pequeno sorriso. Sou experiente o suficiente para reconhecer quando alguém está flertando comigo.

    — Claro. — Digo, não muito empolgado.

     Sigo-o até o suporte onde estão as barras para agachamento. Ele posiciona uma delas em cima dos ombros e desce devagar, quase encostando a bunda na minha virilha. Eu dou um passo para trás e reviro os olhos.

    O cara é bonito. Talvez em outro momento eu até entraria no seu joguinho e pedisse seu número, mas agora eu só tenho interessante em uma pessoa.

    — Seus movimentos estão perfeitos, parceiro. — Digo, não esperando a sua resposta antes de me afastar, quase trombando com Henry, que surgiu do nada e e estava nos observando.

    —  Dispensando carne fresca assim? Você deve tá muito apaixonado mesmo. — Ele diz, me fazendo revirar os olhos e lhe dá uma cotovelada enquanto passo por ele. Henry é o único hétero que eu conheço que fala abertamente assim sobre a parte da minha sexualidade que não envolve mulheres.

    — Hahaha. Engraçadinho. — mostro o dedo do meio para ele, mas Henry apenas solta uma risadinha e sopra um beijo para mim, me fazendo querer torcer o seu pescoço.

    — Sabe, Mikah. Uma hora ou outra eu vou descobrir quem é a pessoa que fisgou você.

    — Vai sonhando, Zé Mané. — Reviro os olhos e caminho até o aparelho onde estava colocando os pesos para fazer as flexões de braço.

    — Veremos, Mikah. Veremos.




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AMOR E ÓDIO (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora