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Genteeeee vocês são curiosas hein? Amooooo

Prontas para descobrir como nossa filha saiu do inferno que viveu por dois anos?

Vamos lá então!

O que vocês acham que tem que acontecer com o Victor? E com os outros?

Comentem! Volto em breve!

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Carla

Eu tô sentindo a Clarice tão apegada a gente, não sei se ela já era assim com o Arthú, ou o que tá acontecendo, mas de fato nós temos sido negligentes com ela em relação a dar atenção, então resolvi me dedicar apenas a ela agora de manhã, já que a tarde teríamos que ir a delegacia e ela ficaria na casa da Pocah. Inclusive até hoje não fui lá, não conversamos, sinto tanta falta da minha amiga, acho que vou pedir a Arthú para irmos em algum momento.

Agora a Clarice está tirando sua soneca da manhã e eu começo a relembrar como foi o dia que voltei pra casa.

Flashback on

Não lembro ao certo que dia ou que horas eram, mas lembro do Victor falar com os outros que naquele dia eles sairiam bem cedo pra comprar algum local um pouco mais distante, segundo ele estava na hora de me levar daqui, ele já não sabia se conseguiria ficar por tanto tempo comigo trancada, que eu estava ficando muito fraca, que talvez precisasse ser um pouco exposta ao sol e outras coisas e que aqui não seria possível, então eles saíram, eu fingi estar dormindo, ele verificou se estava tudo certo e saiu, sem perceber que tinha me deixado sem as algemas e com a janela aberta.

Quando levantei e vi que eles já estavam fora da casa, comecei a pensar sobre o que fazer, como sair dali, como pedir ajuda, apesar de ser famosa, eu não sabia se as pessoas se importariam quando me vissem, resolvi não pensar tanto, apenas terminei de abrir a janela, olhei pra baixo e não era tão alto, mas eu estava tão fraca, por alguns segundos pensei em desistir, mas lembrei de Arthur, da minha mãe, então em um pico de adrenalina pulei pela janela e comecei a correr o máximo que consegui, encontrei uma menina, que deveria ter uns 20 anos, ela me reconheceu na hora, perguntou de onde eu estava vindo e eu falei que havia sido sequestrada, falei que não sabia quando os sequestrados voltariam e se iam conseguir me pegar de novo, ela então ligou pra polícia e disse pra que eu me escondesse em algum arbusto e esperasse por ali, que ela não ficaria comigo porque se os caras voltassem ela não queria ir junto.

Então eu me encolhi, abracei meus joelhos e fiquei ali esperando, alguns minutos depois vi alguns carros de polícia chegando e sai de trás do arbusto, lembro que um deles veio até mim, disse pra que eu não tivesse medo, que eles iam me levar pra casa e eu só lembro de chorar muito, de pedir que me tirassem dali e que eu estava com sede. Chegando na delegacia, a delegada era uma mulher e isso me deu um alívio tão grande, fiquei horas com ela, contei tudo que vivi naquele inferno, mas ela me disse que deixaria pra colher os detalhes um pouco depois, que eu estava muito fragilizada, então ela me levaria até minha família, me levou antes pra fazer exame de corpo de delito e depois ligou pra minha mãe.

Encontrar a minha mãe depois de tudo, foi a coisa mais maravilhosa do mundo, eu me sentia como criança desprotegida o tempo todo, mas quando ela me abraçou naquela sala fria, foi como se eu tivesse realmente voltado pra casa.

Flashback off

Minha pequena acorda e se agarra mais a mim.

C: mamãe! (Ela me olha com os olhinhos cheios de lágrimas)
Ca: oi minha princesa! A mamãe tá aqui!
C: eu tô cum medo!
Ca: por que amor? Não precisa de medo não, a mamãe te protege de tudo!
C: voxe não vai maisi tabair e fitá longi da Clalice não né?
Ca: não minha princesa! Eu sei que todo esse tempo mexeu muito com você e talvez quando você crescer esteja pronta pra ouvir tudo, mas por agora a mamãe promete que mesmo que vá trabalhar, vai ser igual o papai, toda vez que ele vai trabalhar ele volta, não é?
C: xim! Ele vota e taizi bexinhos pla Clalice. (Ela fala se aconchegando em meu colo novamente)
Ca: a mamãe também vai ser assim tá bom? A mamãe vai sempre voltar! Não se preocupe com isso, dorme, que Jajá você vai pra casa da dinda!
C: e vai podê binca cum o Luan, né?
Ca: quem é Luan amor?
M: é Ruan (minha mãe fala entrando no quarto) é o filho mais novo da Pocah!
Ca: que? Comi assim minha amiga teve outro filho e ninguém me fala gente?
C: eu ti falei mamãe, é o Luan, ele é tão fofino! É bebê mamãe!
Ca: ele tem quantos meses mãe?
M: seis meses! Ela teve ele recentemente, acho que esquecemos as vezes que você não tinha acesso a nenhuma notícia, tem tanta coisa que você não sabe, aliás quer ter acesso as suas redes de novo? Ou vai esperar mais um pouco?
Ca: acho que já tô pronta pra voltar, o que foi que vocês postaram na minha ausência e volta? (A Clarice acaba dormindo novamente em meu colo enquanto converso com minha mãe)
M: não postamos nada em sua ausência filha, no começo usamos para tentar te achar, mas depois das cartas nós paramos...
Ca: a senhora também leu as cartas?
M: sim, palavras bem doídas de ler, mas eu nunca acreditei nelas, acho que Arthur também não, mas ele se fechou muito depois de tudo.

Explico pra minha mãe tudo que já havia explicado antes para o Arthur sobre as cartas e conto outras coisa sobre como foi viver naquele inferno todos esses dias, ela me abraça, tira a Clarice delicadamente de meu colo e me puxa para o seu.

M: oooo meu bebê! A mamãe tem muito orgulho da mulher que você é, mas como eu queria ter te protegido de tudo isso!
Ca: a gente nunca vai conseguir proteger nossos filhos de tudo mãe, e hoje eu sei o quanto isso dói, porque não consigo imaginar a minha pequena passar por algo que eu não seja capaz de a proteger, mas agora eu estou aqui, estamos juntas de novo e estamos e ficaremos bem!
M: eu te amo minha pituquinha! (Sorrio e olho para a minha pituquinha)
Ca: eu te amo mamãe)

Ficamos mais um tempo apenas nos curtindo e a Clarice acorda, lhe dou uma banho, visto um vestido que ela tem igual a um que eu tenho, verde escuro, rodadinho, arrumo seu cabelo e lhe calço um tênis branco, ela pega uma de suas bolsas, não vai a lugar nenhum sem elas, quem aguenta? Depois Arthur vem nos buscar, deixa minha mãe e Clarice na entrada do condomínio da Pocah, minha mãe a deixaria la e iría pra stage, precisamos organizar a minha volta para as redes e hoje ela teria uma reunião para isso, e nós? Bom, estamos aqui já na delegacia esperando nossa hora de entrar pra que eu recolhe a aquele crápula, minhas mãos tremem e Arthur entrelaça a sua na minha.

A: ei! (Ela chama a minha atenção) vai ficar tudo bem! Eu tô aqui! (Ele me dá um selinho rápido)
Xxxx: Carla Diaz! Vamos? (A delegada Ângela me chama)

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora