Clarice

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Quem pediu pela reação da Clarice?

Veio aí...

Aproveitem!
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Arthur

Desde o dia que descobrimos que teremos mais um bebê, eu não consigo conter a ansiedade de contar a nossa pequena sobre isso, ela pediu tanto, orou todas as noites e Deus a abençoou com seu pequeno ilmão como ela fala.

Estavamos no meu quarto, na casa da minha mãe em Conduru, todos de banho tomado e prontos para o jantar, mas antes pedimos a pequena que se sente, que nós queríamos contar uma coisa pra ela.

Ca: filha? A mamãe e o papai querem te contar uma coisa.
C: u tê, mamãe? (ela volta sua atenção para a Carla) é toisa boa?
A: é ótima, minha princesa.
C: então fáia. A Clalice qué muito sabê (ela olha pra mim toda empolgada)
Ca: lembra que você pediu um irmãozinho para a mamãe? Então, ele está a caminho. (Carla coloca a mão sobre a barriga)
C: TÊ? É SÉLIO? (ela se levanta rápido na cama e fica em pé na nossa frente)
A: é sério, meu amor. Tem um neném na barriga da mamãe (digo com o maior sorriso do mundo)
C: êbaaaa! (ela começa a pular com as mãozinhas para cima) eu vô ganhá um ilmão! eu vou ganhá um ilmão!
A: fala baixinho amor! Só você sabe até agora e o papai e a mamãe querem fazer uma surpresa pra todo mundo no jantar! (Ela se senta sobre os joelhos e nós olha em expectativa)
C: a Clalice tá feízi ti vai ganhá um ilmão, maisi...

Ela para de falar de repente, abaixando a cabeça. Eu troco olhares com a Carla e nesse momento nossos sorrisos já desapareceram completamente.

Ca: mas o que, meu amor?
C: voxês não vai maisi amá a Clalice? eu... eu não vô maisi sê a luz da sua vida, papai? (ela me olha com os olhinhos marejados)

Quando ouço isso meu coração se aperta em níveis inimagináveis. A Carla puxa ela para seu colo e vejo que ela está tentando segurar o choro devido a sua voz embargada

Ca: ô meu amor, vem cá. Quem foi que te disse isso? Olha aqui para a mamãe (segura o rostinho dela entre as mãos assim como ela faz conosco) a gente te ama demais, tá ouvindo? Você é a razão da vida da mamãe e do papai. Sem você nós não somos nada (beija seu rostinho)

Eu abraço a Carla envolvendo as duas. Ficamos um tempinho assim até que as solto e me viro para a Clarice.

A: você vai ser pra sempre a luz da vida do papai, tá bom? Você entendeu o que a mamãe falou?
C: tendi (ela fala com a voz manhosa)
A: a gente te ama muito, você é tudo em nossa vida. E agora (puxo ela do colo da Carla para o meu) sabe o que vai acontecer?
C: o tê? (ela me olha atenta)
A: com a chegada do seu irmãozinho ou irmãozinha, esse amor vai ficar muuuuuito maior
C: a zenti vai amá muito o meu ilmão né pai? Né mãe?
Ca: claro, meu amor (a Carla passa o polegar em sua bochecha) ele ou ela já é muito amado, não é?
C: xiiiim!!!

Ela bate palminhas sorrindo e parece que tirei um peso das minhas costas por ela ter entendido.

C: mamãe (ela se vira pra Carla) posso falá com meu ilmão?
Ca: você quer falar com ele? Claro que pode.

A Carla suspende a blusa deixando a barriga à mostra e a Clarice desce do meu colo ficando na altura da barriga da mãe, que a essa altura já não consegue mais segurar as lágrimas.

C: oi ilmão. Eu xei que voxe é mininu e ti vai chamá lucax... (ela faz uma pausa e eu fico afoito com a falando que é o Lucas) vem logo pá zenti bincar tá? La na nóxa tasa é munto legal, voxê tem ti tonhecê tudo. A zenti te ama munto e voxê tamém vai sê a lazão da vida da mamãe e do papai.

Ela dá um beijinho na barriga, depois fica com a cabeça encostada e a Carla faz carinho em seu cabelo. Definitivamente é impossível não se emocionar. Eu sou muito grato pela minha família. Olha para a Carla e a puxo dando-lhe um selinho.

A: obrigado por isso, vida. Obrigado pela nossa família. Eu amo vocês demais.
Ca: eu que agradeço. Te amo. (ela sussurra com a testa colada na minha)