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Arthur

Hoje o dia amanheceu meio estranho, eu acordei e a Carla ainda tava em casa, nos comemos juntos no café da manhã, eu amei ela com calma, depois tomamos um banho juntos e ela saiu pra trabalhar. Hoje tenho voo para o Rio, tenho gravações lá hoje e amanhã. Então fiz a rotina com os pequenos e na ida para o aeroporto deixei minha pequena na escola.

A: vai lá minha vidinha, papai vai viajar, mas amanhã já tá aqui tá bom? (Ela me olha atenta)
C: tá bom papai, vota logo! Te amo! (Ela me dá beijinhos enquanto fala)
A: a mamãe vai vir te pegar, fechou?
C: fexô papai! (Ela me dá um último abraço e entra na escola)

Assim que chego no aeroporto, já embarco e vou o caminho todo lembrando da minha menininha, eu tenho mais dois filhos e amo eles mais que tudo nessa vida, não viveria sem nenhum dos três, mas não sei porque só consigo pensar na Clarice agora. Fico lembrando do rostinho dela, dela dizendo que me ama, da carinha fofa que ela faz quando acorda.

Adormeço e só acordo quando já cheguei ao Rio,  vou direto para o hotel e já recebo ligações dos caras da produção do trabalho que tenho hoje, passo no hotel apenas pra deixar a mala e vou direto para o estúdio, acabo esquecendo o celular no hotel.

Vou, gravo tudo que tenho que gravar. Volto para o hotel e percebo que tem milhares de ligações da Carla, me preocupo e já vejo ela me ligando de novo, quando atendo e entendo o que ela estava dizendo, uma raiva fora do comum me consome e eu acabo falando demais pra ela.

Prefiro não estender muito a ligação, eu já tinha falado coisas demais, se continuasse ia magoar ela ainda mais. Peguei o primeiro voo pra SP com meu coração na boca, fiquei o tempo todo pensando onde minha pequena está? Eu não vou aguentar se algo de ruim acontecer com ela. Choro compulsivamente durante todo o voo e vez ou outra sou consolado por uma senhora que estava ao meu lado. Chego e vejo que há várias ligações da Carla, mas prefiro deixar pra conversar com ela só quando chegar em casa.

Assim que chego, vejo ela deitada no sofá, encolhida, aparentemente dormindo, abraçada as próprias pernas. Chamo por ela e ela não responde, minha sogra se aproxima e diz que deu um calmante a ela, que ela tava muito mal e que teve um pequeno surto enquanto eu estava voando, disse tambem que ela desmaiou e a medica dela disse que era melhor que ela tomasse algum remedio pra nao ter nenhum colapso. Me sento ao seu lado e faço carinho de leve nela e já pergunto pela minha filha.

A: e minha menina?
M: bom, acho que a gente precisa conversar, vamos até o quarto da Clarice.

E saiu puxando pela minha mão, assim que entro no quarto da pequena, o choro me toma por completo, o cheirinho dela por toda parte. Meu olhos transbordam o que meu coração não consegue guardar ao olhar pra cada cantinho ali.














Oie!

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